Firmar-se no cenário fonográfico sempre foi um desafio para qualquer músico. Ganhar visibilidade, fazer shows e ter as suas músicas tocadas em emissoras de rádio são desejos de todos os artistas. O surgimento das mídias sociais e dos agregadores de streaming, anos atrás, obrigou os cantores a dominarem esses meios. Para discutir um pouco sobre o “Forró e as mídias sociais”, o episódio desta semana do podcast Raízes Sertanejas traz um bate-papo com o músico e poeta Flávio Leandro. O conteúdo foi transmitido via Instagram do Cais do Sertão (@caisdosertao) em 2020 e agora ganha a versão podcast, disponibilizada via Spotify.
À época, a live do Conexão Cais foi mediada pelo músico e educador Anderson Silva, e trouxe Flávio Leandro compartilhando com o público a vivência no Sertão do Araripe, as influências musicais dele, que vão do baião de Luiz Gonzaga ao brega-chique, o processo de composição mantido até hoje e os desafios para se inserir nas mídias sociais.
“A omissão à inserção nas mídias sociais atrapalhou o progresso de muitos músicos que tocam forró. Impedidos de fazer shows presenciais devido à pandemia do coronavírus, o único meio de se comunicar com o público foi por meio das redes sociais e agregadores de música. Com o celular, sobretudo nesses tempos de isolamento social, se acessa o Recife, o Sertão e o mundo. Importante atentar cada vez mais para esses novos meios de chegar até as pessoas”, analisa Leandro.
O Raízes Sertanejas é um produto idealizado pelo educador do Cais do Sertão Diogo do Monte com o incentivo da Lei Aldir Blanc. O produto reúne as análises de artistas e pesquisadores sobre a cena musical nordestina, além de episódios inéditos com aspectos da cultura sertaneja, como religiosidade e personagens históricos. O programa já trouxe debates acerca do protagonismo da mulher no forró, do cangaço, cultura e estética e da relação entre o sagrado e o profano.
Além do podcast, o internauta interessado em cultura popular pode navegar nas playlists temáticas do Spotify do Cais. Há seleções para todos os gostos: desde repertórios dedicadas ao Rei do Baião, como “Luiz Gonzaga”, “Gonzaga em Outras Vozes” e “O Sertão cantado por Gonzaga”, a listas com sucessos de músicos da cena local, a exemplo de Cristina Amaral e Quinteto Violado. Destaque para as homenagens ao Recife, como a lista “Saudade do Recife”, proposta por Johnny Hooker, além de um tributo a Naná Vasconcelos.
O Cais do Sertão é um equipamento administrado pela Empetur e segue fechado para visitação presencial, em respeito às medidas de controle ao novo coronavírus determinadas pelo Governo de Pernambuco.
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