Com uma programação poderosa, o Festival Feminino chega em sua terceira edição em um formato completamente virtual e gratuito, que traz shows, debates, performances e cinema, na próxima quarta-feira (28), quinta (29) e sexta-feira (30) e também no domingo (09/05), Dia das Mães. O evento discute e celebra a força e a importância do feminino na sociedade e traz nomes como Luedji Luna, Anelis Assumpção, Mariana Aydar, As Baías, Tiê, Funmilayo Afrobeat Orquestra, Clarianas e Josyara. Transmitido pelo canal do YouTube do Feminino, o festival recebe ainda as performances da atriz e cantora Naruna Costa, da atriz Mel Lisboa e da slammer Kimani.
“O Festival Feminino é mais um canal para que vozes potentes sejam amplificadas e ouvidas nesta trilha sem volta que é a luta pela igualdade de gênero e o respeito absoluto a diversidade”, diz Débora Ribeiro, idealizadora do Festival ao lado de Dani Godoy, que completa: “o Festival emprega uma equipe prioritariamente feminina, desde o quadro técnico até as artistas em destaque, criando assim representatividade do gênero em cargos ainda ocupados majoritariamente por homens, e consequentemente contribuindo para o processo de igualdade”. As produtoras reforçam o conceito de que o projeto pretende despertar o feminino que existe e resiste em todos, sem nenhuma distinção, e que esta constatação, principalmente dos homens, nos levaria a um salto civilizatório importante.
Oficialmente o Festival Feminino iniciou no Brasil, em 8 de março, dia internacional da mulher, quando um mural de 8m x 21m, discutindo a violência contra as mulheres, foi inaugurado em São Paulo. Criado pelas artistas Joana Lira e Kimani, o mural foi instalado na empena de um edifício localizado próximo ao Minhocão, na região central de São Paulo.
“Depois de 22 anos morando em SP, ter uma arte de denúncia pintada numa empena de prédio, fazendo parte da galeria a céu aberto do Minhocão, é um chamado a pertencer à cidade. Falo isso como mulher, como nordestina e como artista”, conta a pernambucana Joana Lira. “A obra foi criada em parceria com a poesia potente de Kimani e relata as violências, em graus diversos, que todo universo feminino sofre”, explica.
Com o apoio da Coral, por meio do Movimento Tudo de Cor, a iniciativa destaca o poder do feminino e está alinhada aos objetivos da AkzoNobel, empresa detentora da marca de tintas decorativas, de ser uma empresa ainda mais diversa e inclusiva.
Sempre com apresentação da cantora Tiê, a programação traz em sua noite de abertura marcada para a quarta-feira (28), às 19h, uma roda de conversa com o tema Corpo Delito, que será focada no filme “Um Céu de Estrelas” (1996), que durante a década de 90 trouxe luz à questão da violência doméstica e do feminicídio sob uma perspectiva feminina. A diretora do filme, Tata Amaral, e a promotora de justiça, Gabriela Manssur, conversam sobre o momento atual, as conquistas das últimas décadas e a importância da forma como o corpo feminino é retratado no audiovisual e o que é preciso fazer para a mudança deste cenário. A mediação será da consultora e ativista em Direitos Humanos e Diversidade Mafoane Odara. No mesmo dia, o público poderá conferir um show inédito da cantora Luedji Luna e uma performance da slamer Kimani.9
Na quinta-feira (29), também às 19h, o Festival Feminino fala sobre o Corpo Político. A roda de conversa contará com as deputadas estaduais Isa Penna e Robeyoncé Lima, com mediação de Isadora Brant, diretora da série documental “Eleitas – Mulheres na Política” (2020). A produção convida o espectador a um olhar ampliado para os movimentos de mulheres na América Latina a questionar o modelo vigente e a imaginar um mundo onde a paridade da representação feminina seja uma realidade. Neste caminho os corpos femininos que ocupam estes espaços se deparam com violência e a constante ameaça do feminicídio político. No mesmo dia ocorre um show da cantora Mariana Aydar e apresentação da atriz Mel Lisboa.
Na sexta-feira (30), às 19h, é a vez de o Corpo Liberto tomar a roda de conversa, com o documentário "Que os olhos ruins não te enxerguem" (2019), de Roberto Maty. O filme se propõe discutir a diversidade de gênero, classe e raça dentro da comunidade LGBTQIA+ através de personagens da periferia de São Paulo. Pegando carona nos bons olhos do documentário, a visão de libertação do olhar opressor para todos os corpos femininos ganha novos contornos com o encontro da comunicadora, historiadora e pesquisadora Giovanna Heliodoro com a fotógrafa Maria Ribeiro, mediado pela gestora de comunicação, Dríade Aguiar. O encontro será seguido de show de As Baías e Naruna.
Todos os filmes estarão disponíveis para visualização gratuita, online, na plataforma da SPCinePlay e no Youtube do Quebrando o Tabu até o dia 30 de abril. As rodas de conversa contam com intérpretes de libras.
Rachel de Toledo Piza, curadora da mostra, diz que “com o aumento diário da violência contra a mulher em todas as esferas, mas principalmente da violência doméstica durante a pandemia, nota-se como é inseguro esse lugar casa e esse lugar corpo”. Ela ainda conta sobre a escolha dos temas das rodas de bate-papo: “Partindo da experiência do feminino, desdobramos três Corpos como lugar de fragilidade, luta, empoderamento e libertação: Corpo Delito, Corpo Político e Corpo Liberto”, conta.
A terceira edição do Festival Feminino é dividida em duas etapas e conta com dois projetos distintos que se unem na intenção de reforçar sua potência. A programação dos dias 28 a 30 de abril é apresentada pelo Governo Federal, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e tem apoio do ProAC e da Lei Aldir Blanc. Já a programação do dia 09 de maio, também apresentada pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e apoiada pelo ProAC, tem patrocínio da AkzoNobel e Tintas Coral. O Festival é uma realização Ninas e conta com apoio cultural da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo.
No domingo (09/05) Dia das Mães, a Funmilayo Afrobeat Orquestra abre uma série de shows, às 13h, no topo de um edifício localizado no Centro da capital paulista, tendo a cidade de São Paulo como cenário inesquecível. As apresentações continuam com Clarianas (15h) e Josyara (17h). Anelis Assumpção fecha a programação do Festival Feminino com seu show às 19h. A apresentação será da jornalista Patricia Palumbo.
“A Prefeitura de São Paulo apoia o Festival Feminino para impulsionar os debates sobre empreendedorismo, gastronomia, moda e turismo que impactam no desenvolvimento de políticas públicas e transformação social. Quanto mais o assunto estiver em discussão, mais avançaremos na igualdade de gênero em todas as camadas sociais”, explica a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo. “Apoiar a inserção da mulher no mercado de trabalho e na economia é movimentar cadeias produtivas e trazer mais diversidade para o ambiente profissional, justiça social e respeito aos direitos humanos”, completa.
SOBRE O FESTIVAL FEMININO/////9
A primeira edição do Festival aconteceu em 2018 e circulou por quatro capitais brasileiras com ingressos esgotados: no Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, com shows de Elza Soares, Pitty, As Bahias, Maria Gadú, Filipe Catto, Xênia França, Tulipa Ruiz, Anelis Assumpção, Tiê, Badi Assad, Fernanda Abreu e Iza. Sua segunda edição, realizada em 2019, além de shows, contou com uma série de bate-papos com temas relevantes ligados ao feminino. O line up foi formado por Fabiana Cozza, Linn da Quebrada, Tiê e Orquídeas do Brasil. Toda a programação será transmitida pelas páginas do Facebook e YouTube do Festival.
Programação
Quarta-feira, 28 de abril
A partir das 19h
Corpo Delito: roda de conversa a partir do filme "Um Céu de Estrelas"
Kimani
Luedji Luna
Quinta-feira, 29 de abril
A partir das 19h
Corpo Político: roda de conversa a partir da série "Eleitas"
Mel Lisboa
Mariana Aydar
Sexta-feira, 30 de abril
A partir das 19h
Corpo Liberto: roda de conversa a partir do filme "Que os olhos ruins não te enxerguem"
Naruna
As Baías
Domingo, 09 de maio
13h00 – Funmilayo Afrobeat Orquestra
15h00 – Clarianas
17h00 – Josyara
19h00 – Anelis Assumpção
Classificação: livre
Intérprete de LIBRAS nas rodas de conversa
SINOPSES MOSTRA DE FILMES
Um Céu de Estrelas (1996)
Direção: Tata Amaral
Dur: 66 minutos
Ficção
Produção: Tangerina Entretenimento
Dalva, uma cabeleireira, moradora do bairro da Mooca, em São Paulo, ganha em um concurso de penteados uma viagem a Miami. No dia de sua partida, seu ex-noivo invade a sua casa, transformando ela e sua idosa mãe em reféns de seu desespero.
Eleitas – Mulheres na Política (2020)
Direção: Isadora Brant
Coprodução: Quebrando o Tabu / Maria Farinha Filmes / Spray Content
Em três episódios de até 20 minutos de duração cada, “Eleitas - Mulheres na Política”, mostra a importância da presença de mulheres ao ocupar posição de poder e quão transformador pode ser abrir espaço para novas visões e vivências.
Ep. Paridade: mais mulheres na política
O que acontece quando o poder é dividido meio a meio entre homens e mulheres? As mulheres são a maioria da população no Brasil, mas só ocupam 15% do Congresso. É verdade que elas estão ocupando cada vez mais espaço. Mas ainda achamos pouco. Neste episódio, vamos conhecer como o México conseguiu alcançar a chamada paridade de gênero e vamos viajar por outros países latino-americanos para conhecer mulheres que estão usando a criatividade para contornar a falta de diversidade na política.
Ep. Violência política de gênero
Por que as mulheres enfrentam uma guerra desigual na política? A violência faz parte da história política na América Latina e as mulheres são as mais afetadas. Risadas, indiferença, censura, assédio e até feminicídios estão no caminho das mulheres no poder. Na Bolívia, Juana Guipe. No Brasil, Marielle Franco. Do Chile ao México, passando por Colômbia e Argentina, veremos como as mulheres se unem para enfrentar essas ameaças.
Ep. Mudança Cultural: mais mulheres na política
O que muda na política quando muitas mulheres ocupam o poder? As mulheres estão ocupando as ruas. E depois disso, não voltam para casa iguais. Lá, elas pautam a conversa na mesa do jantar e politizam a vida. Essa mudança cultural é potente e não tem pedido licença. Chegou para ficar.
Que Os Olhos Ruins Não Te Enxerguem
Direção: Roberto Maty
Dur: 74 minutos
Documentário
O documentário "Que os Olhos Ruins Não te Enxerguem" propõe a discutir a diversidade de gênero, classe e raça dentro da comunidade LGBTQIA+ na cidade de São Paulo. São personagens percorrendo a metrópole ao mesmo tempo que narram suas vidas, seus sonhos e afetos.
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