A modelo Carol Valença resolveu falar sobre a carreira de modelo. Ela conta que começou a modelar para ter uma renda, mas acabou se apaixonando pelo mundo da moda.
"Sempre busquei minha independência financeira.
Trabalho desde os 14 anos. Em 2012, quando acabou o meu estágio e fiquei sem
trabalho, comecei a buscar uma solução para isso. Foi quando a agência da minha
cidade começou um curso para modelos e eu me matriculei. A princípio, foi para
trabalhar e ter uma renda, mas com o tempo me apaixonei pela profissão e hoje
me dedico totalmente", relembra.
Ela conta que o início foi bem difícil e precisou superar a
timidez e os seus medos.
"Eu era muito tímida, não tinha muito contato com o
mundo da moda e sempre tive medo da vida instável que sempre vi na profissão.
Mas, com o tempo, fui aprendendo e me profissionalizando", conta.
Além de perder a timidez, Carol teve que superar alguns
desafios.
"Conciliar os trabalhos com a faculdade, que me tomava
muito tempo, também não foi fácil. E em 2017, o maior desafio foi morar em
outro país longe da minha família", disse a Miss Sergipe, que até pensou
em desistir da profissão devido a diversos fatores, como a pressão por
permanecer dentro dos padrões estéticos ditados pelo mundo da moda.
"A vontade de desistir passou pela minha cabeça algumas
vezes. Tem momentos que a pressão é muito grande: pressão dos padrões
estéticos, saudade da família, correria do dia a dia que desgasta. Mas sempre
que me sinto sobrecarregada, tiro um tempo para mim, tiro uns dias para
reorganizar minha cabeça e emoções, e aí sim consigo voltar com a rotina. É
importante saber o momento de parar, respirar e descansar, porque se não a
gente se perde no meio do caminho e acaba desistindo".
Outras adversidades da profissão, segundo Carol, são o
assédio nas redes sociais e os preconceitos nas relações amorosas. Alguns
parceiros, inclusive, não aceitam que a modelo faça fotos de biquíni ou
lingerie.
"Como temos nossas redes sociais abertas e expostas,
não podemos controlar quem tem acesso, e alguns homens cometem assédio e tomam
liberdade de fazer comentários indevidos. Além disso, há o preconceito de
alguns quando vão se relacionar com uma modelo, e por vezes tentam proibir a
mulher de fazer trabalhos de lingerie e biquíni, por exemplo. Alguns têm ciúmes
quando o trabalho é junto com outro modelo. Vejo isso como um desrespeito à
mulher e à profissão, pois sempre levei meu trabalho muito a sério, mas muitas
pessoas não enxergam dessa forma", pondera.
Terminando a faculdade de Engenharia Civil na Universidade
Federal de Sergipe, ela pretende trabalhar na área futuramente, mas não pensa
em largar o mundo da moda.
"Pretendo trabalhar futuramente como Engenheira, não
diretamente com projetos, porque não é a área que gosto, mas tenho planos
futuros com a área de construção civil. Além disso, tenho nos meus planos fazer
algumas especializações em áreas que gosto. Mas sempre vou conciliar com a
moda", conclui.
Foto Iude Richelle
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