segunda-feira, 6 de agosto de 2018

O artista plástico Luciano Pinheiro expõe na Arte Plural Galeria

A vulnerabilidade e a delicadeza da vida permearam o caminho para o artista plástico Luciano Pinheiro traduzir, por meio de cores, tintas muita inspiração, as felicidades e incertezas da existência humana. O resultado está traduzido na exposição “Frágil, com vernissage no dia 7 de agosto, na Arte Plural Galeria, às 19h, e abertura ao público a partir do dia 8.

Os trabalhos da mostra – após 6 anos de sua última individual – reúne 15 aquarelas e “aquacrílicas” sobre diversos suportes, algumas sequenciais, outras isoladas. Na primeira sala da galeria, as aquarelas - apontam para a significação da vida.  Os trípticos – Nascimento, Ressonância e Alice no País das Maravilhas – contam histórias vividas, momentos intensos e lembram, sem tristeza, da linha tênue que conduz à morte. No mesmo espaço, Identidade, Falar Menos e Silício, Silêncio, também reforçam as memórias afetivas.
Já no espaço contíguo, a natureza fala mais alto, com a Fuga das Abelhas alertando para os efeitos da ação do homem no Planeta.  Ao centro, a série Vérticos  – banners reciclados, frente e verso -  com ressignificações do coração e da mente.
Na mesma área, visões temáticas se mesclam nas Paisagens Poluída, Cósmica e Sensorial, um olhar sobre espíritos errantes que habitam florestas vivas ou imaginárias.
Esse universo fantástico surge também na Cidade Imaginária, instalação a partir de elementos reciclados, com torres grafitadas, praça do elipse, muralhas, pedras, barcos e até lixo tecnológico, numa representação das urbes contemporâneas e do entendimento de que as coisas não foram feitas para a eternidade. O imaginário segue, com Devaneios, série na qual o artista diz buscar a libertação do pensamento.
O curador Raul Córdula destaca que arte e a vida de Luciano Pinheiro se confundem. “Sua maneira de pensar a arte como extensão da vida indica também a integração geográfica com o Alto da Sé de Olinda onde o quintal de sua casa se integra à floresta urbana praticamente intocada. Mas sua arte se confunde também com  o cotidiano da velha Olinda, cidade de artistas de todas as categorias que convivem há décadas entre si como uma comunidade que pensa de forma inventiva”, afirma. 
Fragilidade – Entusiasmado com a produção mais recente, que de fato começou há dois anos, Luciano Pinheiros explica que sente uma necessidade intrínseca de dar sentido a tudo. Foi daí que, juntando seus trabalhos, e movido por uma recente perda afetiva, começou a ver a fragilidade da vida em suas diversas dimensões.  “Mas a vida segue e temos, que festejar por estamos aqui, pelos que amamos e por tudo que temos”, ressalta, destacando que o momento é também de celebrar, principalmente, o amor”.
Os sentimentos são percebidos em cada detalhe das obras, mas ganham transparência quando o artista fala sobre a homenagem que presta aos 70 anos de sua mulher, a arquiteta Vera Millet, companheira de vida.  Ele dedica a exposição a “Vera Lúcia, verdade luz” e não esconde a emoção ao tratar do assunto.
 O caminho afetivo tem a ver até com a escolha da aquarela, que, segundo Pinheiro é uma “anotação no papel, algo imediato e que não permite muitos ajustes, mas que possibilita transmitir muitos sentimentos”.  Sem amarras, Pinheiro também utiliza, em outros trabalhos, técnica mista (Aquacrílicas) sobre papéis, tela, e suportes diversos, brincando até com colagens.
Olinda – O artista Luciano Pinheiro nasceu no Recife, em 1946, mas escolheu viver em Olinda desde meados dos anos 1960, onde integrou a Cooperativa de Artes Plásticas Oficina 154, em 1966, a Oficina Guaianases de Gravura, nos anos 1970 e 1980 e participou da Brigada Portinari, um dos importantes movimentos artístico-político pernambucanos, nos idos de 1982. Morou em Paris, onde trabalhou no Atelier des Orteaus até 1987.
No Brasil e ao redor do mundo, registrou dezenas de exposições coletivas individuais, com destaque para Portugal, Nova Iorque, Argentina e Paris. Premiado em vários salões de arte, fez sua última exposição em 2012 – “Pinturas, Aquarelas e Gravuras de Luciano” – em seu ateliê em Olinda.
A Arte Plural – Comprometida em levar cultura ao público, a Arte Plural Galeria é um espaço múltiplo. Instalada no histórico bairro do Recife Antigo desde 2005, já realizou mais de 80 exposições e é reconhecida por incentivar no cenário cultural Pernambuco, a arte em todas as suas formas.
SERVIÇO:
Exposição “Frágil”,  de Luciano Pinheiro, com curadoria de Raul Córdula
Vernissage dia 7 de agosto, às 19h
Aberto ao público de 8 de agosto a 29 de setembro| Entrada franca.
Local: Arte Plural Galeria – Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife – Recife/ PE
Horário: de terça a sexta, das 13h às 19h; aos sábados, das 16h às 20h.
Informações: (81) 3424.4431




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