O cigarro possui mais de 4 mil compostos químicos – a grande
maioria tóxicos e cancerígenos – incluindo a conhecida nicotina, que causa a
dependência. De acordo com o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), uma pesquisa de 2017 apontou que 428 pessoas morrem
por dia no Brasil por conta do tabagismo e, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), 7 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas do cigarro,
sendo 890 mil fumantes passivos. O tabagismo é considerado hoje a principal
causa de morte evitável do mundo.
O Dia Nacional de Combate ao fumo é celebrado hoje (29) e,
diante desses dados é possível se perguntar por que as pessoas ainda insistem
em fumar, por que elas não conseguem parar ou até mesmo achar que os fumantes
não param por que não querem, não tem força de vontade. Mas segundo a psicóloga
do Hapvida Saúde, Danielle Azevedo, a realidade é bem diferente. “Para as
pessoas que têm esse vício, o cigarro é uma companhia, é algo que alivia o
estresse, a tensão, está nos momentos de angústia e euforia na mesma proporção.
Isso acaba causando uma dependência psicoafetiva da substância muito grande”,
afirma.
Apesar do grande desafio, é preciso ao menos um desejo de
parar e ter o compromisso de seguir em frente para que o tratamento seja feito.
A psicóloga ressalta que avaliar os benefícios vindos da escolha de parar,
ajuda a colocar as coisas numa perspectiva mais ampla e fortalecer a decisão,
mesmo com as dificuldades que aparecem no caminho, como a abstinência causada
pela falta da nicotina.
ONDE BUSCAR AJUDA
Segundo o Ministério da saúde, em 2018 estima-se que 11,5%
da população na Paraíba ainda são fumantes. Em relação a óbitos por câncer de
pulmão, esse ano foi registrado até agora 214 mortes no Estado, contra 436 em
2017.
Ao tomar a decisão de parar com o cigarro, o fumante pode
buscar ajuda, de modo que torne o processo menos doloroso. Na Paraíba foi
desenvolvido o Programa de Controle do Tabagismo, onde é possível buscar apoio
em Unidades de Saúde da Família (USF); Centros de Atenção Psicossocial (Caps);
Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) e Centros de Saúde.
“Terapias, grupos de apoio, o uso de alguns remédios são
importantíssimos no tratamento. Mas ter isso combinado com uma boa autoestima,
qualidade de vida, uma rotina saudável, hábitos gerais que ajudam a liberar
neurotransmissores de prazer, auxilia o paciente para que largue o vício com
mais facilidade”, completa Danielle Azevedo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário