quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Com a segunda parcela do 13º a caminho, especialista orienta sobre como planejar a renda extra



O 13º salário é um alívio financeiro importante no fim do ano para milhões de profissionais formais no Brasil. Com a chegada de dezembro, os trabalhadores começam a receber a última parcela do benefício, uma gratificação anual prevista na Constituição Federal.
De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2024 aproximadamente 92,2 milhões de brasileiros foram contemplados com esse rendimento extra, com valor médio de R$ 3.096,78. Para evitar que o abono se transforme em uma armadilha financeira, o planejamento é essencial.


Para Paulo Pereira Filho, sócio e líder da XP no Norte e Nordeste, o trabalhador deve encarar o 13º como uma oportunidade de equilibrar o orçamento, organizar pendências e construir segurança futura. Ele reforça a importância de enxergar o benefício a partir de uma visão global das finanças pessoais. “Ter uma visão completa do seu orçamento é fundamental para tomar boas decisões. Quando essa análise é feita com calma e antecedência, sem impulsos, ela certamente se torna mais assertiva. O ideal é começar esse planejamento agora”, orienta.


A recomendação inicial é listar todas as despesas previstas para o fim do ano, como presentes, roupas, confraternizações, viagens e compras em geral. Também é importante considerar os gastos fixos típicos do início do ano, como impostos (IPVA e IPTU), material escolar, matrícula, férias e demais compromissos.


“É muito importante manter um olhar voltado para o futuro para não se iludir com o incremento temporário da renda e acabar se perdendo em compras parceladas, que pesam nos meses seguintes. Depois disso, defina quanto você pode gastar em cada uma dessas categorias e deixe tudo registrado e visível para facilitar o acompanhamento”, explica Paulo.


O especialista destaca que o uso estratégico da renda extra também passa por escolher a forma de pagamento mais adequada para cada situação e por manter uma reserva de emergência. “O cartão de crédito pode ser útil para compras do dia a dia, desde que respeite um limite coerente com a renda, aproveitando benefícios como cashback ou milhas. Para itens de maior valor, pagar à vista pode gerar bons descontos. E sempre vale comparar taxas de financiamento com o retorno de investimentos, pois muitas vezes aplicar o dinheiro cobre os juros e ainda gera lucro. Hoje existem opções para todos os perfis e objetivos”, completa.


Para quem está com as finanças organizadas e deseja aproveitar o 13º para projetos maiores, Paulo recomenda buscar orientação profissional. “Um assessor de investimentos ajuda a estruturar o planejamento financeiro com base em metas, perfil de risco e objetivos, garantindo decisões mais seguras e assertivas”.


Ele também reforça que, ao formar uma reserva de emergência, é importante priorizar investimentos conservadores, de baixo risco e com liquidez diária, como CDBs, Tesouro Selic e fundos de renda fixa. Para quem possui mais recursos disponíveis, a diversificação continua sendo fundamental. “A diversificação é sempre o melhor caminho. Ela traz previsibilidade nos rendimentos pré-fixados e ajuda a proteger o patrimônio das oscilações do mercado”, pontua.

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