quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Finalista do 'Drag Race Brasil' faz exposição no MAM



As fotomontações da drag queen Betina Polaroid, finalista do reality show "Drag Race Brasil", da MTV, vão integrar o Festival Carioca de Fotografia Analógica que acontece nos dias 9 e 10 de dezembro na Cinemateca do MAM, no Rio.
Com entrada franca, a mostra da artista queer, "Espelhos", poderá ser vista nos dois dias, das 10h às 19h, dentro do painel "Vivências Analógicas".

 


A exposição de Betina se divide em três partes. "Temos o painel Drag Polaroids, um passeio visual pela cena cultural que me despertou; as Fotomontações, série de retratos high camp de artistas que me inspiraram e seus espelhos; e a série de autorretratos que inclui as obras 'Espelhos', 'Películas', a videoarte 'Fluido' e a série de bandeiras intitulada 'Espectro', que remetem ao meu autoconhecimento como artista queer", conta ela.

 


Nesta montagem, Betina apresenta também dois trabalhos produzidos para sua participação no 'Drag Race Brasil': o vestido Gisele Bicha e a cabeça Filha de Carmen. A curadoria é do fotógrafo Fábio Seixo.

 


Segundo Tiago Morena, produtor e um dos organizadores do festival, a ideia é fazer com que o evento marque presença no calendário da cidade e apresente a diversidade da produção fotográfica em suporte analógico no país. “Quem são as pessoas que fazem analógico? Existe um analógico periférico, queer, preto, feminino? Existem trabalhos com temáticas relevantes sendo criados no suporte, ou se trata apenas de uma questão estética? Por esses e outros questionamentos, chegamos ao tema ‘Vivências Analógicas’, que pretende revelar experiências de pessoas diversas”, diz.

 


A Artista



Fotógrafo há 20 vinte anos no mercado editorial e publicitário, Beto Pêgo encontrou na efervescente cena drag carioca um tema motivador para um novo projeto. Tornou-se um fanático pela nova geração de drag queens, kings e queers que surgia nas festas LBGT+ da cidade. Mas vivia também um desconforto. Anônimo entre o público e protegido pela câmera, se via diante de um espelho: enxergava-se naqueles artistas. Não fazia sentido fotografar drag queens com o olhar de quem vem de fora, como um estrangeiro em uma terra exótica, ao se encarar e enxergar a opressão que havia transformado o menino afeminado e espontâneo no adulto normatizado, tímido e discreto, escondido atrás das lentes. Era necessário transformar o desconforto em expressão: sair do armário, de novo, pelo espelho.

 


Assim nasceu Betina Polaroid, fotógrafa com o olhar de quem vive a experiência drag queen, contando a história de um movimento cultural do qual passou a fazer parte e que influenciou não só sua arte como também sua identidade política. Seu amuleto – uma câmera Polaroid 600 cor de rosa – reflete as referências da sua infância e adolescência, presentes tanto na transformação drag quanto na forma lúdica de fotografar e transformar as imagens. Performer à frente e atrás das câmeras, Betina é ao mesmo tempo uma experiente comunicadora, artista multimídia, e um menino inconformado com as normas de gênero, debruçado sobre as cores do arco-íris na aula de artes da escola.  





 


Serviço

2º Festival Carioca de Fotografia Analógica

9 e 10 de dezembro de 2023

Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Av. Infante Dom Henrique, 85 - Praia do Flamengo, Rio de Janeiro

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