Flutuando por ritmos como Boi Bumbá, marabaixo, retumbão e outros, a cantora expressa um lado de sua arte que integra sonoridades novas em sua discografia. Com formação clássica em violino e com uma paixão pela rabeca, Luê traz sua própria marca para a música regional em “091”, buscando conectar-se com suas origens e herança musical.
"Nessa nova temporada da minha carreira eu me deixei influenciar totalmente pela musicalidade regional da minha terra, algo que sempre esteve à minha volta muito por influência do Arraial [do Pavulagem], que é minha escola de música, para além de conservatórios clássicos, foi ali no popular e regional onde nasci e cresci”, explica Luê.
Acrescentando: “Então, no ‘091’ eu declaro meu amor pela cultura popular e pelo Arraial em releituras de 3 de suas músicas, além algumas canções inéditas minhas, sendo uma delas uma parceria com meu pai. Sinto que esse é o momento em que eu mais estou apropriada do meu trabalho, estou curtindo muito as músicas novas".
Seu pai, Júnior Soares, é um dos fundadores do grupo Arraial do Pavulagem, focado na música popular e regional do Pará – Soares aparece em uma das cinco faixas do EP, “PREAMAR”. Em três das outras, no entanto, Luê faz homenagem ao grupo musical, trazendo influências da música amazonense e nortista em geral.
Confira abaixo um pouco de cada uma das faixas:
01 - "Noite de São João"
Como o nome já diz, Noite de São João, nos leva para uma das festas populares mais queridas do brasileiro, o São João. E nesta faixa, os versos assinados por Júnior Soares, celebram o Boi Pavulagem, símbolo principal do grupo Arraial do Pavulagem que se faz muito presente no período da quadra junina tanto em Belém, onde possui sede, quanto em demais cidades do estado do Pará.
02 - "Tempo”
"Lá vou eu pra Belém do Pará!" celebra Luê em versos de "Tempo", música da dupla Júnior Soares e Ronaldo Silva. A saudade de casa e a ânsia pelo tempo que parece não passar constroem a narrativa da canção, por outro lado, a sonoridade da faixa conta com a mistura do boi-bumbá e reggae, proposta antes já feita pelo grupo Arraial do Pavulagem.
03 - "PREAMAR"
Dessa vez, a cantora volta às suas raízes amazônicas, trazendo como principal elemento o Marabaixo, ritmo típico da região Norte, além de contar com guitarras preciosas de seu conterrâneo Felipe Cordeiro e claro, sem perder a sutileza da sonoridade eletrônica.
"Além de ser uma música que me representa muito, eu tenho um carinho especial por ela pois em 10 anos de carreira essa é a primeira vez que eu e meu pai compomos juntos. Isso é muito precioso pra mim, algo que sempre quis mas ainda não tinha encontrado o momento certo", revela a artista sobre a faixa.
04 - "Dançadeira do Arrozal"
Voz e tambor, os dois únicos elementos deste curto interlúdio conferem crueza e uma estética quase caseira à sonoridade. Na faixa nota-se a expectativa do encontro e seus versos são certeiros: "Quando for a hora / Mande-me dizer / Quando você vem"
05 - "Recado"
"Recado" traz a poesia de Rui Baldez, um dos membros e fundadores do grupo Arraial do Pavulagem, cujos versos cheios de simbologias nos remetem à melancolia saudosa de um amor distante. Em releitura, feita por Luê, a canção ganha um tom minimalista onde o canto e a rabeca, interpretadas pela artista, são as protagonistas.
“091” já está disponível em todas as plataformas via ONErpm.
Sobre Luê: Luê Soares é cantora, violinista e ligada à música desde a infância. Ela é filha de Julio Soares, um dos integrantes do Arraial da Pavulagem, grupo de música regional do Pará. Luê trouxe na bagagem a riqueza cultural da sua terra natal, Belém, para o agito de São Paulo, transformando a pressa na calma e paz necessária.
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