terça-feira, 23 de maio de 2023

Exercícios físicos na Terapia ABA podem ajudar na redução de comportamentos autolesivos e agressivos a cerca de 2 milhões de autistas no Brasil



A prevalência do autismo no Brasil é um assunto que vem sendo discutido há muito tempo, principalmente porque os dados mais recentes estimam que no Brasil, 2 milhões de pessoas têm autismo, de acordo com a OMS - Organização Mundial de Saúde e outras entidades que, em 2013, entrou numa nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a CID (ICD na sigla em inglês para International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems).
Intitulado DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais), esse documento postulado pela Associação Americana de Psiquiatria classifica todos os diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Por isso, para que uma criança com TEA aprenda e desenvolva todas as suas habilidades, é fundamental que ela inicie, o mais precocemente possível, um tratamento especializado e, nesse contexto, a intervenção a partir da Análise do Comportamento Aplicada pode ser considerada uma das principais opções. “A Análise do Comportamento é uma ciência que se baseia em princípios filosóficos para reconhecer e compreender o comportamento dos indivíduos. Ela abrange o processo de aprendizagem e ensino, sendo aplicável em diversos contextos que envolvem relações humanas, como medicina, marketing, economia e esportes de alto nível”, destaca o professor Paulo Chereguini, doutorado em Educação Especial (UFSCar-SP).

De acordo com o especialista em ABA ao TEA (UFSCar-SP), a Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis — ABA), como esta é a análise e intervenção em comportamentos socialmente relevantes para os indivíduos, é importante considerar que ela tem dois principais objetivos: a ampliação do repertório comportamental ou ensino de novas habilidades; e a redução da frequência e/ou intensidade de comportamentos indesejáveis, ou pouco adaptativos. “Antes mesmo do autismo, a ABA já era utilizada em uma variedade de contextos, como Alzheimer, reabilitação motora e reabilitação de mobilidade, utilizando técnicas e procedimentos específicos da análise do comportamento”, diz Chereguini.

Mas, no que diz respeito ao TEA, a ABA representa assim um conjunto de estratégias e procedimentos de ensino desenvolvidos para intervir em diferentes contextos, inclusive de ensino de habilidades sociais e comunicativas para melhorar a qualidade de vida de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Além de ensinar habilidades motoras básicas, o exercício físico pode ser utilizado como uma ferramenta terapêutica para abordar características específicas do TEA. Por exemplo, indivíduos com autismo frequentemente apresentam interesse restrito em determinados assuntos ou atividades. Nesse caso, a utilização do exercício físico, como a prática de ciclismo ou a participação em circuitos de atividades, pode ser uma maneira de ampliar seus interesses”, comenta o profissional.

Por isso, a educação física é tão importante para pessoas com TEA quanto para qualquer outra pessoa, pois as atividades físicas dentro de um planejamento e comunicação adequados por parte dos profissionais podem ajudar na vida diária de pessoas com autismo. “O exercício físico aplicado por profissionais de educação física no Brasil demonstra efeitos positivos além do ensino de habilidades motoras, como a redução de comportamentos autolesivos e agressivos, além do aumento da prontidão para aprendizagem. Esse tipo de intervenção pode contribuir para a eficácia de outros profissionais que atuam no tratamento do TEA, melhorando a participação dos indivíduos em diferentes terapias e atividades”, completa.

De fato, o exercício físico num contexto de tratamento do TEA traz uma configuração específica na ABA em uma intervenção das pessoas com autismo trazendo inúmeros benefícios ainda não mensuráveis e, por isso, o analista do comportamento acreditado pela ABPMC - Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental e supervisor ABA do Modelo ExerCiência de Intervenção e Supervisão traz essa temática em discussão nos próximos dias 27 e 28 de maio do I Congresso Nacional de Transtorno do Desenvolvimento, com a temática “Um Olhar Multidisciplinar”, no Mar Hotel em Boa Viagem, com palestra sobre “Influência da Psicofarmacologia na aprendizagem”. “Buscamos profissionais que pelas suas formações e trabalhos estão transformando o processo de aprendizagem para mais diversos público, através de iniciativas, técnicas e intervenções que têm proporcionado experiências inovadoras para crianças e adolescentes que, no passado, não eram vistos ou incluídos da maneira adequada no processo pedagógico escolar”, diz a Dra. Luciene Santos, psicopedagoga e fundadora do CEAM, que traz o profissional em caráter exclusivo para Pernambuco.

Com foco nessa preocupação de esclarecer e compartilhar práticas assertivas no tratamento de transtornos como o TEA o evento promovido pelo Grupo CEAM - Centro Especializado em Apoio Multidisciplinar, organização que nasceu de um compromisso de contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes,  reúne o time de especialistas multidisciplinares no campo da educação e saúde, para dividir experiência, técnicas e conhecimento para quem atua ou convive com públicos com transtornos e dificuldades de aprendizagem. “Nossos palestrantes são especialistas em suas áreas e trarão métodos e trabalho e dividirão experiências com profissionais que atuam na educação e na saúde e pais de crianças e adolescentes com transtornos e dificuldades de aprendizagem para entenderem melhor como se envolverem no processo e obter resultados que reduzam as dificuldades existentes”, ressalta a fonoaudióloga e sócia-diretora do CEAM, Anne Karerina Bittencourt. 

Reunindo alguns dos profissionais mais renomados da área, o programa conta com a presença do Doutor em Educação Especial (UFSCar-SP) Paulo Chereguini, especialização de ABA ao TEA; a neurocientista Marta Relvas; a psicopedagoga Rita Russo; a fonoaudióloga e a professora Simone Capellin, Coordenadora do Laboratório de Investigação dos Desvios da Aprendizagem; o psiquiatra  e neurocientista, Luiz Antônio Correia, presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp); o fonoaudiologista e professor doutor Jaime Zorzi, Diretor do CEFAC Saúde e Educação; o professor Paulo Chereguini, especialista em terapia ABA (Análise Aplicada ao Comportamento) ao TEA; a psicóloga clínica e mestre em Educação, Aída Brito, especialista em Educação Especial e Inclusiva; e o professor Lucelmo Lacerda, especialista em Educação Especial, Inclusiva e Políticas de Inclusão. “Queremos que todos que participem do congresso tenham a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e aplicar no dia a dia processos que estão mostrando grandes resultados no país todos, pois acreditamos que quem estuda melhor atende. Com isso, os pais das crianças se sentem mais preparados e os profissionais conseguem desenvolver melhor suas intervenções seja no ambiente clínico ou escola. Precisamos mostrar que o desenvolvimento das crianças é uma parte de todo uma jornada que envolve vários agentes e interações multidisplinares”, enfatiza o psicólogo Italo Gomes, sócio-diretor do CEAM. 


SERVIÇO


I CONGRESSO NACIONAL DE TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO: UM OLHAR MULTIDISCIPLINAR


Dias: Sábado (dia 27 de maio) e Domingo (dia 28 de maio)


Horário: 07h às 19h


Local: Mar Hotel Conventions, Recife – PE (Rua Barão de Souza Leão, 451 Boa Viagem)


Tipo: Evento presencial


Inscrições: Sympla


(https://www.sympla.com.br/evento/i-congresso-nacional-de-transtorno-do-desenvolvimento-um-olhar-multidisciplinar/1804781)


Informações: https://faculdadeceam.com.br/congresso/


Programa completo:

https://drive.google.com/file/d/16Eh24hAlFoa_P6Y0UXUVJvUbQmPyPJUF/view

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