sábado, 25 de junho de 2016

Com sucessos e músicas do novo trabalho, Santanna encerra São João Pra Valer 2016

Com grandes hits, músicas de um novo disco e uma completa reverência a mais legítima cultura nordestina, o cantador Santanna encerrou a segunda noite do São João Pra Valer 2016 nessa sexta-feira (24). Promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através de sua Fundação Cultural (Funjope), o evento animou a véspera e a noite de São João na Capital, levando uma multidão ao Ponto de Cem Réis nesses dois dias.


O público da sexta-feira foi ainda maior que o da noite anterior. Segundo estimativas da organização, cerca de 10 mil pessoas entraram no compasso dos xotes e dos forrós que integraram o repertório do paraibano Forró Caçuá e do cearense Santanna.

“Acredito que o evento tenha atingido seu objetivo, devido ao sucesso de público e a tranquilidade com que o povo de João Pessoa se divertiu nessas duas noites. Todo mundo dançando seu forró com muito sossego e segurança”, resumiu o diretor executivo da Funjope, Maurício Burity.

A lição de Pinto do Acordeon - A noite começou embalada pelo repertório vibrante do Forró Caçuá. O trio de músicos paraibanos subiu ao palco completo, com banda, e animou o público com duas horas de um show formado pelos grandes clássicos nordestinos. Começou com um xote, depois entrou um baião, um forró, um bloco só com marchas (dessas que animam quadrilhas juninas) e aí o público já estava entregue ao melhor da música regional.

“A gente não tem um roteiro não. Vamos fazendo o repertório de acordo com o calor da emoção”, comentam os irmãos Damião, Batista e José Moreno, ressaltando que este é um formato que aprenderam com o mais velho dos irmãos, Pinto do Acordeon. “Ele puxava uma música, o salão vazio. Puxava outra, o salão continuava vazio. E assim ele ia mudando até achar uma que trazia o povo pro salão. Dessa forma, a gente foi aprendendo com ele”.

Nação Nordestina - Santanna veio na sequência com sucessos que não pode deixar de lado, como ‘Tamborete de forró’ (Artúlio Reis), ‘Ana Maria’ (Jandhuy Finizola) e ‘A Natureza das Coisas’ (Accioly Neto) - a do famoso verso “Se avexe não / Amanhã pode acontecer tudo / Inclusive nada”, que viu o público cantar junto.

Defendendo com unhas e dentes a cultura autêntica, foi enfático ao dizer que forró, só existe um: “Negócio de forró estilizado, isso aí é apropriação indébita de um verbete que não lhe pertence. É como dizia (o estadista britânico) Winston Churchill: não existe opinião pública, existe opinião publicada e isso preconiza aquela história de que uma mentira muito propalada se torna uma verdade. Mas forró, a gente sabe o que é”.

O cantor cearense radicado há exatos 37 anos no Recife (PE) emparelhou hits com músicas do mais recente disco, ‘O Forró Nosso de Cada Poesia’, de onde tirou faixas como ‘Verdade acesa’, do baiano Carlinhos Cor das Águas; 'Farnizim’, do conterrâneo Eramano Moraes (ambos são de Juazeirinho, no Ceará) com Cleilson Ribeiro, e ‘Mãos que oferecem flores’, de Leonardo D’Luna.

Sobre o show em João Pessoa, Santanna disse que quando está dentro dos limites da “Nação Nordestina”, está muito feliz. “O povo entende a linguagem”, justifica. “Enquanto houver alguém assando uma espiga de milho, isso vai se repetir, Deus sabe até quando”.


“O mais interessante disso tudo - continua o cantador - é que o bom é estar onde lhe querem. A pior coisa pro artista, pro poeta, pro cantador, pro cantor, é a indiferença. Quando você está onde lhe querem, a emoção é redobrada”, diz, a respeito da bela receptividade do público pessoense.

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