O rapper Emicida é a grande atração do encerramento do Mês da Juventude em João Pessoa. Ele fecha a noite da edição especial do Music From Paraíba com seis bandas de rap locais.
O projeto permanente Music From Paraíba 2 terá uma edição especial no próximo dia 29 (sábado), encerrando a programação do Mês da Juventude. O evento, que acontece a partir das 16h no Espaço Cultural José Lins do Rego, traz seis representantes paraibanos do rap que integram a coletânea que leva o mesmo nome do projeto. As atrações locais são duMATU, General Frank e Preta Sam, Pablo Scobá Dub, Família Z.O, Grupo Equilíbrio e SH Torres. O show principal da noite é com o rapper Emicida (SP). A entrada é a doação de um livro, didático paradidático ou gibi em bom estado. O material arrecadado será entregue às unidades da Fundac.
Organizado pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) por meio da sua coordenação de música, o evento será a primeira edição do projeto Music From PB dedicado ao hip hop. Existe a previsão de uma segunda ação semelhante contemplando artistas do rap que estão na coletânea e não estão escalados para o primeiro.
Emicida – Em João Pessoa, Emicida vai apresentar o show com canções do seu álbum recente, “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”, que tem faixas gravadas em Angola e Cabo Verde. De acordo com o release de apresentação do músico, mais do que uma vontade antiga, botar os pés na África era para Emicida quase um chamado de sua ancestralidade. Há anos, sem nem imaginar que o projeto se transformaria em um capítulo de sua carreira, o músico vinha pesquisando o continente, seus ritmos, seu povo, sua história e de que maneira ela se funde com a do Brasil, a história que nunca foi contada nos livros da escola.
Em 2015, ano em que Emicida celebra sua primeira década de carreira, ano em que países da África lusófona celebram 40 anos de independência, tudo conspirou, incluindo a seleção do projeto pelo programa Natura Musical, para que o músico conseguisse, ao lado do produtor do álbum, Xuxa Levy, desembarcar em Cabo Verde e Angola, e não à toa ele escolheu países de língua portuguesa.
“Durante a viagem, esses pontos do título foram imagens muito fortes na minha mente: crianças sorrindo, quadris dançando, pesadelos em volta deles, tentando roubar a alegria que lhes restou, e no meio de tudo isso cada um cumpria suas obrigações, fazia sua lição de casa. Achei que no meio de tanta informação poderia ter um título que apontasse essas imagens todas, como uma lista de coisas que encontrei", diz Emicida.
Em “Mufete”_nome de um prato típico de Angola_, Emicida traz no refrão quebradas das cidades que visitou. A percussão na faixa fica a cargo de João Morgado, conhecido instrumentista de semba, ritmo africano considerado por muitos o pai do samba. Outro angolano no disco é Ndu Carlos, na bateria em “Passarinhos, na bateria e dikanza em “Chapa”, e na percussão em “Mandume” e “Madagascar”. De Cabo Verde, marcam presença em “Chapa” as Batucadeiras do Terrero dos Órgãos, representantes do batuko, ritmo símbolo da cultura cabo-verdiana. “Casa” tem um coral de crianças da escola Penta Grana.
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