sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ancine aponta crescimento de mais de 25% na renda do cinema brasileiro

Para Adhemar Oliveira, um dos maiores exibidores do país, esse número está ligado à melhora na qualidade das produções
Em um mercado praticamente dominado pelo cinema americano, é possível notar uma reação do cinema brasileiro. Mesmo que as produções estrangeiras ainda ocupem grande parte das sessões e arrecade mais que as nacionais, um balanço recente divulgado pela Ancine (Agência Nacional de Cinema) revela que o primeiro trimestre de 2014 foi lucrativo para o mercado cinematográfico brasileiro.


O informe publicado pela Superintendência da Análise de Mercado da Ancine mostra que, nas 13 primeiras semanas do ano, foram vendidos 7,3 milhões de ingressos para sessões de filmes brasileiros e a arrecadação foi superior a R$ 82,3 milhões. Comparando com o mesmo período do ano passado, as vendas foram 15,9% a mais, e o crescimento na arrecadação foi de 26,3%, números animadores.

Segundo o diretor de programação Adhemar Oliveira, sócio da rede Cinespaço, este avanço se deve, principalmente, à melhora nas produções nacionais.  “A qualidade dos filmes melhorou bastante, mas também houve uma adequação na comunicação com a plateia, as produtoras entenderam melhor o público brasileiro”, analisa.

Outro ponto que colaborou para o crescimento do cinema brasileiro foi o engajamento dos cinemas no cumprimento da lei Cota de Telas, que determina o número de dias e a diversidade mínima de títulos brasileiros a serem exibidos nas salas de cinema do país. Criada em 2012, em 2013 ela sofreu algumas alterações. Dependendo do número de salas de exibição do complexo, os cinemas têm que cumprir uma cota de tela mínima entre 28 e 63 dias por sala e exibir no mínimo entre 3 e 14 filmes nacionais diferentes. Para complexos de 6 e 7 salas, a obrigação é de 63 dias por cada sala e, no mínimo, 8 e 9 títulos no complexo.

Para Adhemar, esta medida é benéfica para as produções nacionais, mas, em determinados períodos, ela passa despercebida. “A qualidade das produções é fundamental para o crescimento, mas essas leis servem como um ponto de partida, elas criam um patamar mínimo, que, em alguns momentos, pode ser alcançado sozinho, depende da quantidade dos filmes produzidos”. E mesmo que a vontade dos brasileiros seja uma porcentagem dominante dos filmes nacionais, o empresário defende a variedade. “O filme americano domina as salas e as bilheterias, o que temos que ter é o equilíbrio e a diversidade para tornar o mercado mais interessante. Tem que ter espaço para produções brasileiras, mas também para as europeias, asiáticas...”

E a que tudo indica, o momento é das comédias. Prova disso é que, no mesmo levantamento da agência reguladora, três filmes brasileiros apareceram na lista dos dez mais vistos do ano no período. “Até que a Sorte nos Separe 2” ficou na segunda posição, com 2.921.553; "Muita Calma Nessa Hora 2" ficou em sexto, com 1.429.566; e "S.O.S Mulheres ao Mar" ocupou o décimo posto, com 1.060.605 ingressos vendidos. “É uma onda do mercado, há o momento dos dramas, das ações e agora está sendo o das comédias”, explica Oliveira, reconhecido como um dos maiores exibidores do país.

Talvez este seja o momento do cinema brasileiro como um todo, porém como muito ainda para ainda ser alcançado, como explica Adhemar. “Hoje nós temos um bom mecanismo de produção, o que precisa ser feito é melhorar os canais de comunicação e aumentar o parque exibidor, com isso, a perspectiva para o futuro é muito boa”, finaliza

Nenhum comentário:

Postar um comentário