Tayroni Carlos, cerimonialista fúnebre na funerária e crematório Morada da Paz, observa que esse é um momento do ano marcado por uma sensibilidade maior por parte das famílias que enfrentam o luto. “Quando conversamos com os clientes, percebemos que a Páscoa, ainda que não seja mencionada diretamente, se manifesta em gestos e falas de esperança. Para muitas religiões cristãs, esse é o período do reencontro. E para quem perdeu alguém, isso se traduz na ideia de que a partida é breve, de que há um outro lado do caminho onde o reencontro pode acontecer”, relata.
Segundo ele, essa esperança transcende a dor da despedida. “No luto, observamos esse amor quando a família reconhece e agradece tudo o que foi vivido com aquela pessoa. Uma despedida digna também é uma forma de homenagear e ressignificar a partida”, completa Tayroni.
Essa conexão entre espiritualidade e luto também fica evidente no acompanhamento psicológico feito com famílias assistidas pelo Morada da Paz. De acordo com a psicóloga especialista em luto, Simône Lira, a Páscoa pode ser encarada como um momento simbólico e significativo para quem perdeu alguém recentemente ou está vivendo o processo de elaboração da perda.
“O sofrimento diante da ausência é real, mas, para muitas pessoas, a espiritualidade funciona como um recurso de apoio. A ideia de continuidade, de reencontro ou mesmo de missão cumprida ajuda a suavizar a dor e abrir espaço para a gratidão e para o acolhimento”, explica Simône.
Para a profissional, esse período também pode favorecer novas conversas dentro das famílias. “A Páscoa pode ser um convite para falar sobre o amor vivido, para relembrar histórias e para manter vivo o legado de quem partiu. Como uma forma de continuar nutrindo laços, mesmo na ausência física”, conclui a psicóloga.
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