quinta-feira, 17 de abril de 2025

Páscoa convida à reflexão sobre esperança, despedidas e reencontros



Mais do que uma celebração religiosa, a Páscoa é um tempo de ressignificação. Para muitas pessoas, especialmente aquelas que vivenciam o luto, o período pode abrir espaço para conversas sobre fé, esperança e reencontros.
No contexto das despedidas, o simbolismo da ressurreição e do amor presente na Semana Santa também se conecta ao processo de honrar memórias e reconstruir sentidos diante da perda. 


Tayroni Carlos, cerimonialista fúnebre na funerária e crematório Morada da Paz, observa que esse é um momento do ano marcado por uma sensibilidade maior por parte das famílias que enfrentam o luto. “Quando conversamos com os clientes, percebemos que a Páscoa, ainda que não seja mencionada diretamente, se manifesta em gestos e falas de esperança. Para muitas religiões cristãs, esse é o período do reencontro. E para quem perdeu alguém, isso se traduz na ideia de que a partida é breve, de que há um outro lado do caminho onde o reencontro pode acontecer”, relata. 


Segundo ele, essa esperança transcende a dor da despedida. “No luto, observamos esse amor quando a família reconhece e agradece tudo o que foi vivido com aquela pessoa. Uma despedida digna também é uma forma de homenagear e ressignificar a partida”, completa Tayroni. 


Essa conexão entre espiritualidade e luto também fica evidente no acompanhamento psicológico feito com famílias assistidas pelo Morada da Paz. De acordo com a psicóloga especialista em luto, Simône Lira, a Páscoa pode ser encarada como um momento simbólico e significativo para quem perdeu alguém recentemente ou está vivendo o processo de elaboração da perda. 


“O sofrimento diante da ausência é real, mas, para muitas pessoas, a espiritualidade funciona como um recurso de apoio. A ideia de continuidade, de reencontro ou mesmo de missão cumprida ajuda a suavizar a dor e abrir espaço para a gratidão e para o acolhimento”, explica Simône. 


Para a profissional, esse período também pode favorecer novas conversas dentro das famílias. “A Páscoa pode ser um convite para falar sobre o amor vivido, para relembrar histórias e para manter vivo o legado de quem partiu. Como uma forma de continuar nutrindo laços, mesmo na ausência física”, conclui a psicóloga.

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