O trio sem bateria, a-la Nat King Cole, de maneira moderna e com muita propriedade, interpreta os clássicos do swing, estilo popular de jazz, que foi base para difusão do cancioneiro popular norte-americano e celeiro para grandes improvisadores do estilo.
Os três têm, e muito, pedigree no jazz. Martin Pizzarelli é, como citado acima, filho e irmão das lendas Bucky e John Pizzarelli, Larry Fuller, incendiário pianista de ícones do jazz como Ray Brown, Ernestine Anderson e o próprio John Pizzarelli, e o cantor e guitarrista Ricardo Baldacci, é brasileiro com enorme carreira internacional e amplo domínio do idioma do swing.
O grupo é fruto do álbum “Brothers in Swing”, feito em Nova Iorque em 2015, que contava também com Baldacci como líder, o pianista australiano Konrad Pazskudzki e o lendário e saudoso guitarrista de jazz norte-americano Bucky Pizzarelli, falecido em 2020 aos 94 anos. Partindo do repertório do seu álbum de estreia, "Spot on Swing", o trio apresenta suas swingadas releituras de clássicos como "Stormy Monday", "Body and soul" e "Sweet Lorraine", entre outros.
Nascido em Paterson, Nova Jersey, Martin Pizzarelli é filho de Bucky Pizzarelli e irmão mais novo de John Pizzarelli. Martin viajou o mundo ao lado do irmão fazendo parte do John Pizzarelli Trio e do John Pizzarelli Quarteto por décadas. O contrabaixista coleciona dezenas de discos gravados, a maioria na companhia de pianistas como Larry Fuller e Ray Kennedy. Seu estilo de tocar contrabaixo frequentemente é comparado aos seus ídolos Milton Hinton e Ray Brown.
Natural de Toledo, Ohio, Larry Fuller é considerado como um dos melhores pianistas de jazz da sua geração. Por anos, acompanhou o lendário contrabaixista Ray Brown, o baterista Jeff Hamilton e o cantor-guitarrista John Pizzarelli. Seu trabalho como pianista e diretor musical com a icônica cantora Ernestine Anderson foi indicado ao Grammy.
Ricardo Baldacci é natural de São Paulo, em sua jovem carreira tem dois discos lançados e apresentações memoráveis nos EUA, Suécia, Paraguai e Argentina. Baldacci já foi citado como referência do Swing Jazz no Brasil. Seu estilo de tocar já foi comparado a John e Bucky Pizzarelli e seu jeito de cantar faz referência a Nat King Cole. No projeto “Spot on Swing”, Baldacci tem a chance de tocar lado a lado com os seus ídolos.
Vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=8KsSwqKf0Rk - The Way You Look Tonight
https://www.youtube.com/watch?v=WYwVcQCCeBk - Sweet Lorraine
Ouvir o álbum: https://music.apple.com/us/album/spot-on-swing/1438008591
@martinpizzarellitrio
Manouche - (Rua Jardim Botânico, 983 - subsolo da Casa Camolese/Jd. Botânico) – Sexta, dia 28/04, às 21h - Ingressos: R$ 100,00 (solidário com 1 kg de alimento não perecível, estudante e idoso) e R$ 200,00 (inteira) - Vendas: https://linktr.ee/clubemanouche
JONATHAN FERR EM MADUREIRA
Jonathan Ferr RED - foto Renan Oliveira1056Já no domingo, dia 30/04, a festa vai ser ao ar livre, gratuita, no dia da comemoração internacional do jazz. O cantor e pianista Jonathan Ferr, um dos principais nomes do jazz nacional contemporâneo, faz show no Parque de Madureira pelo projeto Sai da Rede, apresentando o repertório do álbum “Liberdade” (2022), seu trabalho mais recente, em que aposta no urban jazz, o jazz misturado a outros ritmos negros.
Madureira é o bairro em que nasceu esse carioca talentoso de 34 quatro anos e que luta para popularizar o jazz na periferia e também ampliar o alcance do gênero mesclando-o com r&b, hip-hop, música eletrônica e outras sonoridades urbanas.
A história dele é ótima: começou a se interessar pelo piano ainda criança, assistindo ao programa “Pianíssimo”, de Pedrinho Mattar, na Rede Vida, com seus pais. Aos oito anos, ganhou um tecladinho e começou a dedilhar as primeiras notas, inspirado em Tom Jobim. Na adolescência, se apaixonou pelo álbum “A Love Supreme”, de John Coltrane, e decidiu que seria músico de jazz. A profissionalização viria alguns anos depois, ao ganhar uma bolsa e se formar na Escola de Música Villa-Lobos, no Rio.
Chamado de “garoto estandarte do jazz” pelo jornal El País, Jonathan mistura música, moda e cinema, e, a cada nova empreitada artística, ele nos prova porque é um dos artistas mais inovadores da nova cena do jazz brasileiro. Com seu inovador urban jazz vem quebrando as percepções de público e trazendo um jazz acessível. Suas produções são baseadas na filosofia do afro-futurismo, inspirado no americano Sun Ra, compositor de jazz e filósofo pioneiro dessas ideias, em que o movimento usa elementos da ficção científica para se expressar em percepções e projeções dos negros no mundo futurista, colocando-se sempre em protagonismo.
“Liberdade” é uma performance elétrica de Jonathan ao lado de seu quinteto formado por: bateria (Maikon Pereira), baixo (Rerisson Luz), teclado (Jonatas Oliveira) e sax (Alex Sá), enquanto Ferr segue no vocoder, piano, synth e outras surpresas. Nesse show vai mesclar músicas dos álbuns “Cura”, “Trilogia do Amor” e do novo “Liberdade”, em que, além de tocar, ele também canta em algumas canções, além de assinar a autoria das letras, hora sozinho e outras em parceria, uma das novidades neste trabalho, que traz 10 faixas, das quais nove são inéditas e 90% cantado por mulheres: a baiana Luedji Luna, Tássia Reis, Kaê Guajajara e a jovem rapper paulista Stefanie, entre outras. Estarão lá canções desse novo trabalho como “Correnteza”, uma produção puramente instrumental, e “Meu Sol”, parceria com rimas do rapper Rashid - que ganhou videoclipe com roteiro de Ferr, que também assina a co-direção ao lado de Leo Ferraz. O ator Aílton Graça é o protagonista, que aposta em uma narrativa sobre a posse do primeiro presidente negro do Brasil.
Ferr coleciona elogios de público e crítica. Com esse jeitão profético e uma excelência no piano, que levanta toda a plateia, Jonathan é um sopro de renovação no jazz no Brasil, país onde o gênero sempre foi visto como elitista — ao contrário dos Estados Unidos, em que suas raízes remontam à música negra de Nova Orleans no início do século XX.
https://www.youtube.com/results?search_query=jonathan+ferr
@jonathanferr_oficial
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