- Eu escrevi a música no avião voltando de uma viagem a Salvador onde acabei ficando com uma pessoa e tive aquela sensação de que seria a primeira e a última vez que nos veríamos. Cada um estava na sua correria, ela, na rotina da cidade onde vivia, e eu, no meu tempo de turista. Sabia que a distância entre os estados não levaria o nosso lance muito adiante, mas percebi também a minha dificuldade de lidar com isso, com essa efemeridade da relação. Daí, resolvi escrever e eternizar isso numa música que fala sobre brisa. A brisa a gente nunca sabe quando vem, não é? Mas quando vem dá aquele alívio e a gente só quer saber quando volta - revela.
Sobre o som, esse novo trabalho, o quarto da sua carreira, consolida o seu papel como um artista atento às transformações e aberto a explorar as referências que moldam a sua jornada. Assim, ele chegou ao Afrobeats, gênero que sintetiza diversos gêneros da música contemporânea da África Ocidental, com destaque para Nigéria e Gana, mas também de movimentos diaspóricos. Tem influência, por exemplo, do Afrobeat, do Hip-hop, Dancehall, Highlife, R&B, entre outros.
- O Afrobeats já estava me inspirando desde o ano passado. Eu cheguei para o Gu$t, pois já estava vendo o trabalho que ele vinha fazendo com o projeto Low Profile. Via que ele era um dos produtores que estava sendo bem fiel ao que é o Afrobeats para mim, misturando a levada rítmica, enaltecendo as harmonias, os efeitos de reverb, tudo dentro das referências que tinha dos artistas nigerianos. Eu sempre gostei muito de ouvir a Tems, Ayra Starr, Wizkid, além do Rema, muito antes dele lançar “Calm Down”, que virou hit - recorda.
Afrobeats no Brasil
João se tornou um entusiasta do Afrobeats e sempre ressaltou o seu potencial para o mercado brasileiro. Ele avalia que este é o ano do gênero no país e cria playlists para o gênero em seu perfil nas plataformas digitais.
- Eu sempre batia na tecla de que o Afrobeats em algum momento chegaria ao Brasil e com bastante força. Eu tinha a previsão de que 2023 seria o ano dele aqui. Isso porque já estava vendo esse movimento acontecer da Nigéria para os Estados Unidos, além da Inglaterra, onde já tinha chegado. Eu gravei “Na Brisa” antes de “Dengo”, meu terceiro single, que fiz para o Low Profile. Então, "Na Brisa" foi meu primeiro contato com o Gu$t, que acredito também que o fez se interessar por novas colaborações, como, de fato, aconteceu - destaca.
Divisor de águas na carreira
Para o artista de 22 anos, o novo single representa um marco na sua trajetória, um momento mais maduro das suas composições e produções.
- Eu acho que “Na Brisa” é uma das canções que mais me orgulha, pois já era fã de Afrobeats e poder ouvir o primeiro na minha voz, com uma produção que se encaixou perfeitamente, foi incrível. Quando mandei a melodia para o Gu$t, ele já me respondeu dizendo que havia conseguido encaixar um beat e a conexão foi bem orgânica. Esse lançamento marca uma nova fase das minhas composições, que estão mais amadurecidas, e dos próximos trabalhos - explica.
Para conferir a novidade, acesse https://bfan.link/na-brisa
Talento multifacetado
Carioca de Madureira, João Loroza vem de uma família de músicos e iniciou sua paixão pela música aos 11 anos, quando acompanhava seu pai, o ator, cantor e compositor Serjão Loroza, e sua irmã, a atriz, cantora e compositora Luiza Loroza, em diversos shows, o que lhe serviu de inspiração para sua carreira. Aos 15 anos, já fazia parte da banda “Os Caras & Carol”, onde atuou por cinco anos como guitarrista, se apresentando nos maiores eventos e casas de shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, como Rock in Rio, Circo Voador, Festival de Inverno do Rio, Fundição Progresso, Marina da Glória e Audio, além de abrir vários shows de artistas renomados, como Paralamas do Sucesso, Nando Reis, Frejat, Fresno e Konai. O músico também coleciona colaborações com Serjão Loroza, Kynnie, Camila Zasoul, Ella Fernandes, Dona Nyna, Luellem de Castro, entre outras.
Como produtor musical, fez sua estreia no single “Areia”, de Luiza Loroza. Coleciona feitos também como diretor musical, como por exemplo no show "RozaVerso" de Serjão Loroza que teve sua estréia no Teatro João Caetano no RJ, e projetos audiovisuais como o "Tas Soul" que visa criar versões ao vivo de canções lançadas por artistas da cena Rhythm & blues carioca, João também assinou a assistência de direção musical da peça "O encontro - Malcom X e Martin Luther King Jr.", de Jeff Stetson, e aqui no Brasil dirigida por Isaac Bernat, além dos trabalhos autorais do cantor que também são dirigidos por ele.
Com sua voz potente e todas as experiências que carrega na bagagem, a aposta ficou para trás e hoje, aos 22 anos, João já é uma realidade como artista e articulador cultural, sendo uma das lideranças no movimento R&B a partir do Rio de Janeiro, organizando eventos e outras iniciativas para conectar os talentos de diferentes regiões e realidades. Exemplos disso são o Sarau do Azevedo, que idealizou em conjunto com o coreógrafo Marcus Azevedo em parceria com o produtor musical Mãolee.
A sua estreia solo foi em 2021, com o single “31 de Agosto”. Em 2022, desponta com dois lançamentos que consolidam o seu mergulho de cabeça na música urbana, em especial na cena R&B, incorporando elementos como o Neo Soul e o afrofuturismo: os singles “Quando Chega” com participações do pai, da irmã e da cantora Neyriellen Ferreira, e “Dengo”, canção que fez parte da segunda edição do Low Profile, projeto audiovisual de afrobeats nas vozes de artistas da cena de R&B criado pela Groovestudio. Os singles estão disponíveis nas plataformas digitais.
Redes sociais: @joaolorozaoficial
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