Um bom exemplo disso são os profissionais do segmento funerário. Muitas pessoas nunca ouviram falar sobre a profissão de tanatopraxista. É este profissional que prepara e garante a preservação do ente falecido para as cerimônias de despedida. O(a) tanatopraxista ajuda a minimizar o impacto emocional dos familiares e amigos que estão vivenciando uma perda. Afinal, ir a um velório e encontrar a pessoa que se foi com uma aparência que não seja reconhecida por aqueles que conviveram com ela em vida, pode gerar ainda mais dor e sofrimento em quem já está passando por um momento delicado como o luto.
Gilvan Chaves, de 30 anos, é tanatopraxista no Morada da Paz, em João Pessoa, e para ele a profissão vai muito além da preparação para que o falecido não sofra com os danos naturais do tempo; mas cuidar também da aparência física para que a família possa se despedir do ente querido com a aparência mais próxima possível do que lembram.
Isso exige cuidado e sensibilidade, pois qualquer erro pode acabar modificando a aparência, deixando a família ainda mais fragilizada. “Temos que ter muito cuidado com a aparência. Se errarmos algo, como tirar um bigode, por exemplo, estaremos tirando daquela pessoa, que a vida inteira usou um bigode, a identidade para família. Por isso, muitas vezes usamos fotos para que tudo saia corretamente”, afirmou ele.
Gilvan começou a trabalhar no Morada da Paz como auxiliar funerário e após um ano, surgiu a oportunidade de fazer um treinamento na área de tanatopraxia. Mesmo jovem na época, percebeu que levava jeito na profissão e tinha potencial. Dessa forma, está há quase dez anos na função e gosta muito do trabalho que faz.
Depois que começou a trabalhar no segmento funerário, Gilvan diz que aprendeu várias lições, principalmente na maneira como as pessoas são tratadas depois da morte. “É preciso respeito, responsabilidade e muito cuidado. Ali é alguém que foi amado, que tem família e que merece nossa atenção na hora de cada procedimento”, afirma.
Ele e os demais membros da equipe de tanatopraxia do Morada da Paz trabalham para fazer o melhor para aqueles que ficam. "Gosto de fazer o que faço, sinto-me realizado. De alguma forma, acredito que ajudamos, mesmo que um pouco, a despedida ser menos dolorosa”, finaliza Gilvan Chaves.
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