sexta-feira, 28 de abril de 2023

Dia do trabalho: profissões fundamentais, mas invisíveis para a sociedade



O Dia Internacional do Trabalhador, celebrado neste 1º de maio, é uma data que marca a luta por direitos e melhores condições de trabalho. Nessa data, também é importante lembrar que existem muitas profissões que são invisíveis aos olhos da sociedade, mas que desempenham um papel fundamental.

Um bom exemplo disso são os profissionais do segmento funerário. Muitas pessoas nunca ouviram falar sobre a profissão de tanatopraxista. É este profissional que prepara e garante a preservação do ente falecido para as cerimônias de despedida. O(a) tanatopraxista ajuda a minimizar o impacto emocional dos familiares e amigos que estão vivenciando uma perda. Afinal, ir a um velório e encontrar a pessoa que se foi com uma aparência que não seja reconhecida por aqueles que conviveram com ela em vida, pode gerar ainda mais dor e sofrimento em quem já está passando por um momento delicado como o luto.

Gilvan Chaves, de 30 anos, é tanatopraxista no Morada da Paz, em João Pessoa, e para ele a profissão vai muito além da preparação para que o falecido não sofra com os danos naturais do tempo; mas cuidar também da aparência física para que a família possa se despedir do ente querido com a aparência mais próxima possível do que lembram. 

Isso exige cuidado e sensibilidade, pois qualquer erro pode acabar modificando a aparência, deixando a família ainda mais fragilizada. “Temos que ter muito cuidado com a aparência. Se errarmos algo, como tirar um bigode, por exemplo, estaremos tirando daquela pessoa, que a vida inteira usou um bigode, a identidade para família. Por isso, muitas vezes usamos fotos para que tudo saia corretamente”, afirmou ele.

Gilvan começou a trabalhar no Morada da Paz como auxiliar funerário e após um ano, surgiu a oportunidade de fazer um treinamento na área de tanatopraxia. Mesmo jovem na época, percebeu que levava jeito na profissão e tinha potencial. Dessa forma, está há quase dez anos na função e gosta muito do trabalho que faz.

Depois que começou a trabalhar no segmento funerário, Gilvan diz que aprendeu várias lições, principalmente na maneira como as pessoas são tratadas depois da morte. “É preciso respeito, responsabilidade e muito cuidado. Ali é alguém que foi amado, que tem família e que merece nossa atenção na hora de cada procedimento”, afirma. 

Ele e os demais membros da equipe de tanatopraxia do Morada da Paz trabalham para fazer o melhor para aqueles que ficam. "Gosto de fazer o que faço, sinto-me realizado. De alguma forma, acredito que ajudamos, mesmo que um pouco, a despedida ser menos dolorosa”, finaliza Gilvan Chaves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário