Em Dom Inocêncio, a 625 km de Teresina, no Sul do Piauí, não é nenhum desafio encontrar um sanfoneiro. Os moradores da pequena cidade de 9.565 habitantes garantem: tem 1 sanfoneiro para cada 35 inocentinos.
A tradição da sanfona em Dom Inocêncio começou há mais de
100 anos, com o músico Júlio Dias, primeiro sanfoneiro da região. O ofício foi
passando de geração em geração, até chegar à família do Sandrinho do Acordeon.
Foi a partir do esforço da família do Sandrinho que a
sanfona se tornou um costume da cidade. Ele, o pai e os tios fundaram o Acordes
do Campestre, projeto social que ensina a arte da sanfona para crianças e
jovens da região.
Antes da pandemia, quando estava a todo vapor, o projeto
atendia a 240 jovens de 6 a 15 anos, que estudam a sanfona e outros
instrumentos relacionados ao forró, como o triângulo e a zabumba.
Assim, o sofisticado instrumento de teclas e foles se tornou
fonte de cultura e renda para várias famílias de Dom Inocêncio. Segundo
Sandrinho, o que não falta na cidade é gratidão pelo instrumento.
“Temos uma fala do Mestre Dominguinhos que disse, que a
sanfona foi a salvação da lavoura da família dele. E eu costumo dizer que foi a
salvação da nossa família também. Tudo que a gente é hoje foi através da
sanfona”, disse Sandrinho do Acordeón.
Foto: TV Clube
Fonte: G1 Piauí
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