quinta-feira, 26 de março de 2015

Abordado em filme ganhador do Oscar, Alzheimer atinge cerca de 1,5 milhões de brasileiros

Nas últimas semanas, o Mal de Alzheimer voltou à tona tomando conta de toda a mídia. Uma parte foi devido à premiação da atriz Julianne Moore, com o Oscar de melhor atriz pela atuação no filme “Para Sempre Alice”, em cartaz no Cinespaço Mag Shopping, como uma linguista que sofre ao lidar com o estágio inicial da doença. Já a outra ficou por conta das notícias que circularam sobre o ator Jack Nicholson, onde muito jornalistas especularam se ele seria ou não portador do mal.

Base de pesquisas para médicos e cientistas de todo o mundo, o Mal de Alzheimer continua como um mistério. Descoberta pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, estima-se que a doença atinja cerca de 1,5 milhões de pessoas apenas no Brasil e aproximadamente 44 milhões em todo o mundo, como afirmam as estatísticas de demência do Alzheimer’s Disease International (ADI).



Segundo a neurocirurgiã do Hapvida Saúde, Penha Mariz, apesar das constantes pesquisas ainda não existem exames precisos para diagnosticar o problema. “O diagnóstico de certeza só pode ser feito após o óbito e estudos de necropsia, mas nem todas as famílias autorizam esses estudos”, explica. 

O Alzheimer é considerado uma espécie de demência, onde a pessoa sofre com perda da memória recente e não consegue lembrar de fatos cotidianos. Por ser algo gradativo, e com a maioria dos casos registrados em pessoas com mais de 60 anos, é importante que a família permaneça sempre atenta às mudanças de comportamento. “O paciente não se recorda do que comeu, pessoas que viu durante o dia, objetos que guardou, porém é capaz de se recordar de fatos remotos. Também acontecem episódios de desorientação espacial, não reconhecendo a sua casa, sem saber onde ficam o banheiro ou a cozinha”, afirma a neurocirurgiã do Hapvida Saúde. 

As causas da doença ainda são um mistério, mas, segundo Penha Mariz, estudos apontam que a ocorrência de traumatismos cranianos, como acontece em pugilistas, podem desencadear o processo de demência. Além disso, a médica explica que outros fatores analisados são as causas virais, alimentares, ambientais e a hereditariedade, que está relacionada com a doença, mas ainda não há uma comprovação científica que aponte qual a sua influência na perda da memória. 

Como não há certeza da sua origem, também não existem garantias que os métodos preventivos terão os efeitos desejados. No entanto, a estimulação cerebral funciona como um protetor contra o desencadeamento da doença. “Manter atividade intelectual, como leitura, jogos, atividade musical e manter uma vida saudável, com exercícios físicos, e controle da pressão arterial e diabetes podem ajudar na prevenção”, revela a neurocirurgiã. 

Tratamento

Por ser uma doença que ainda não tem cura, o tratamento do Alzheimer tem como base o retardamento da doença através da ingestão de medicamentos. No entanto, com o passar dos anos o paciente desenvolve outros problemas que o incapacita de ter uma vida tranquila. “Todas as funções orgânicas começam gradualmente a deteriorar, como distúrbios motores que dificultam a deglutição, marcha, controle de micção e defecação”, explica a especialista do Hapvida Saúde.

A neurocirurgiã ressalta que é importante que a família forneça assistência constante, pois os portadores do Mal de Alzheimerprecisam de atenção e cuidados dobrados. “Os familiares normalmente sofrem com eles, tanto do ponto de vista físico como psíquico, por isso é importante que participem de associações de apoio e não abandonem os pacientes, já que o carinho e a atenção da família propiciam um conforto imprescindível”, orienta Penha Mariz.

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