Nas
últimas semanas, o Mal de Alzheimer voltou à tona tomando conta de toda a
mídia. Uma parte foi devido à premiação da atriz Julianne Moore, com o Oscar de
melhor atriz pela atuação no filme “Para Sempre Alice”, em cartaz no Cinespaço
Mag Shopping, como uma linguista que sofre ao lidar com o estágio inicial da
doença. Já a outra ficou por conta das notícias que circularam sobre o ator Jack
Nicholson, onde muito jornalistas especularam se ele seria ou não portador do
mal.
Base de
pesquisas para médicos e cientistas de todo o mundo, o Mal de Alzheimer
continua como um mistério. Descoberta pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer,
estima-se que a doença atinja cerca de 1,5 milhões de pessoas apenas no Brasil
e aproximadamente 44 milhões em todo o mundo, como afirmam as estatísticas de
demência do Alzheimer’s Disease International (ADI).
Segundo
a neurocirurgiã do Hapvida Saúde, Penha Mariz, apesar das constantes pesquisas
ainda não existem exames precisos para diagnosticar o problema. “O diagnóstico
de certeza só pode ser feito após o óbito e estudos de necropsia, mas nem todas
as famílias autorizam esses estudos”, explica.
O
Alzheimer é considerado uma espécie de demência, onde a pessoa sofre com perda
da memória recente e não consegue lembrar de fatos cotidianos. Por ser algo
gradativo, e com a maioria dos casos registrados em pessoas com mais de 60
anos, é importante que a família permaneça sempre atenta às mudanças de
comportamento. “O paciente não se recorda do que comeu, pessoas que viu durante
o dia, objetos que guardou, porém é capaz de se recordar de fatos remotos.
Também acontecem episódios de desorientação espacial, não reconhecendo a sua
casa, sem saber onde ficam o banheiro ou a cozinha”, afirma a neurocirurgiã do
Hapvida Saúde.
As
causas da doença ainda são um mistério, mas, segundo Penha Mariz, estudos
apontam que a ocorrência de traumatismos cranianos, como acontece em
pugilistas, podem desencadear o processo de demência. Além disso, a médica
explica que outros fatores analisados são as causas virais, alimentares,
ambientais e a hereditariedade, que está relacionada com a doença, mas ainda
não há uma comprovação científica que aponte qual a sua influência na perda da
memória.
Como não
há certeza da sua origem, também não existem garantias que os métodos
preventivos terão os efeitos desejados. No entanto, a estimulação cerebral
funciona como um protetor contra o desencadeamento da doença. “Manter atividade
intelectual, como leitura, jogos, atividade musical e manter uma vida saudável,
com exercícios físicos, e controle da pressão arterial e diabetes podem ajudar
na prevenção”, revela a neurocirurgiã.
Tratamento
Por ser
uma doença que ainda não tem cura, o tratamento do Alzheimer tem como base o
retardamento da doença através da ingestão de medicamentos. No entanto, com o
passar dos anos o paciente desenvolve outros problemas que o incapacita de ter
uma vida tranquila. “Todas as funções orgânicas começam gradualmente a
deteriorar, como distúrbios motores que dificultam a deglutição, marcha,
controle de micção e defecação”, explica a especialista do Hapvida Saúde.
A
neurocirurgiã ressalta que é importante que a família forneça assistência
constante, pois os portadores do Mal de Alzheimerprecisam de atenção e cuidados
dobrados. “Os familiares normalmente sofrem com eles, tanto do ponto de vista
físico como psíquico, por isso é importante que participem de associações de
apoio e não abandonem os pacientes, já que o carinho e a atenção da família
propiciam um conforto imprescindível”, orienta Penha Mariz.
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