A grande surpresa do Natal é justamente essa: o Todo-Poderoso escolhe o pequeno. O Eterno aceita o tempo. O Criador se deixa embalar por braços humanos. Na manjedoura, Deus não apenas visita a humanidade; Ele a assume, abraça e salva desde dentro.
À luz da fé, o presépio é mais do que memória afetiva: é o anúncio de que a salvação não depende da perfeição humana, mas da misericórdia divina. Enquanto tantas vezes tentamos provar valor, força ou merecimento, o Natal nos revela que Deus prefere vir ao nosso encontro no ponto mais vulnerável da vida, aquele em que reconhecemos que precisamos d’Ele.
Os pastores, os primeiros a receber a notícia, não possuíam prestígio algum. E, no entanto, foram eles que ouviram dos anjos a alegria que mudaria o mundo. Isso nos lembra que o Natal não exige títulos, mas abertura; não pede grandes feitos, mas um coração disposto.
E, por fim, a certeza maior: se Deus veio uma vez, Ele continua vindo. A cada pequena reconciliação, a cada gesto de bondade silenciosa, a cada perdão que parecia impossível, o Natal volta a acontecer. Não é apenas data; é encontro. Não é apenas recordação; é presença. Acolha essa presença de Deus em sua vida e em sua família.
Que, diante do Menino de Belém, possamos abraçar essa certeza que transforma: Deus está conosco, e isso muda tudo. A fé nos sustenta nesse caminho e nos aponta para as verdades eternas que permanecem. Feliz e abençoado Natal!
*Padre Alex Nogueira é mestre em direito canônico, professor acadêmico e autor dos livros ‘Bom dia, meu Deus’, ‘Orar faz muito bem!’ e ‘Orar faz muito bem! Para crianças’ , pela Edições Loyola.

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