quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Socorro Lira apresenta "Dá-me as Rosas"



Socorro Lira lança seu 16º álbum, intitulado "Dá-me as Rosas" – a poesia de Carolina Maria de Jesus na música de Socorro Lira". Um singelo e dedicado tributo da cantora e compositora para a escritora, autora do clássico ‘Quarto de despejo”.
O lançamento nas plataformas digitais acontece no dia 30 de agosto. Os shows de lançamento começam em setembro. ▶ https://tratore.ffm.to/dameasrosas


Os poemas de Carolina musicados por Socorro Lira são da obra “Antologia Pessoal” (de 1996). O disco traz onze faixas arranjadas pela violinista Cíntia Zanco, integrante e única arranjadora mulher da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo, com participações especiais da cantora moçambicana Mingas, do trio paulistano Clarianas e de Célia Sampaio, a “dama” do reggae maranhense. 


Musicalmente, Socorro buscou retratar na sonoridade também algo da própria Carolina, trazer a elegância da escritora. E, foi o que Cíntia, como arranjadora de orquestra, trouxe ao álbum: arranjos camerísticos mas contemplando gêneros tradicionais, os batuques brasileiros e afro-brasileiros. A mistura de cordas e percussão, em ritmos como jongo, samba e coco, entre outros, com destaque para a canção.

 


“O álbum está belíssimo, modéstia à parte, e estou muito feliz com o resultado. Dá-me as Rosas é bonito, é forte, por tudo e por todas que ele reúne. Os arranjos de Cíntia são arrebatadores, eu a conheci há muito tempo e só agora convidei para fazer um trabalho - e isso me causa espanto. Cadê nosso olhar para as realizadoras grandiosas que estão do nosso lado, não é mesmo? Corrigi-me. Queria um disco elegante, como Carolina. No mesmo lugar o popular e aquilo que se diz erudito; que com as cordas e tambores atingimos exatamente o que buscava. Agradeço pela oportunidade de tê-lo organizado aqui e agora. No mínimo, Dá-me as Rosas ficará no lugar reservado às Carolinas, Firminas e tantas outras pessoas que, como eu, não estão exatamente nos destaques da indústria cultural, mas conhecem a paisagem do caminho”, compartilha Socorro Lira.


Pela poesia de Carolina, alguns temas se recortam no repertório do disco. A crítica ao racismo e desigualdade social, destacada na música “Os feijões”, uma das preferidas de Socorro, onde a autora usa uma metáfora perfeita para falar do preconceito racial, da segregação. O amor, do ponto de vista das relações, presente em “Prisão de amor”, e a natureza descrita com esplendor em “Trinado”, sobre os passarinhos. 

 


Carolina Maria de Jesus era uma mulher negra, que teve acesso a uma formação escolar básica apenas, e se tornou escritora, compositora, cantora e poeta. Além de escrever para registrar suas impressões sobre seu cotidiano, trabalhou como catadora de material reciclado em uma época em que esses materiais eram chamados de lixo. A mineira viveu no bairro do Canindé, em São Paulo, e se tornou conhecida por seu primeiro livro ‘Quarto de despejo: diário de uma favelada’, publicado em 1960. Uma das obras mais marcantes da literatura brasileira, com cerca de 3 milhões de exemplares vendidos, em 16 idiomas. Carolina figura como uma das escritoras mais lidas do Brasil.


Socorro comenta sobre a escolha da escritora: “Principalmente por ser a autora que ela é, grandiosa, também por ter ficado, como poeta e escritora, no lugar que sempre reservaram às mulheres, principalmente negras e de pouco poder aquisitivo. Carolina é imensa, um nome excepcional na literatura brasileira e, ainda assim, quase apagado, desconsiderado. E ela nasceu num contexto de desigualdade e injustiça social, exatamente para a gente botar o olhar sobre esse lugar por outra perspectiva, da dignidade humana, da genialidade que as pessoas têm, independentemente do lugar que elas nascem”.


Este disco faz parte do projeto AvivaVOZ, idealizado por Socorro Lira, Maria Valéria Rezende e Susana Ventura. Carolina é uma das dez escritoras-poetas selecionadas para compor o projeto, que já teve dois lançamentos: “Cantos à Beira-mar”, com a poesia de Maria Firmina dos Reis e Noturno, com Ruth Guimarães, ambos na música de Socorro Lira e disponíveis nos aplicativos de música.


A turnê de lançamento "Dá-me as Rosas" inicia por show em São Paulo, no dia 7 de setembro no Sesc 14 Bis. Na sequência, segue agenda para outras localidades como Campinas e Mairiporã, cidades já com datas confirmadas.


Em forma de música, Socorro busca ampliar as possibilidades de trazer à tona e evidenciar essas vozes esquecidas ou apagadas do universo literário brasileiro. 


Projeto viabilizado por meio do ProAC edital, produção Liraprocult, realização CultSP, Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo.


 


Datas já confirmadas para show de lançamento


07/09 - Sesc 14 Bis (São Paulo), 18h

12/09 - CEU Carrão - Carolina Maria de Jesus (São Paulo), 20h

13/09 - Centro Cultural Casarão (Campinas), 20h

14/09 - Teatro Contadores de Mentira (Mairiporã), 20h

21/09 - Conversa com a Vera Eunice, filha da Carolina Maria de Jesus (SP, Largo do Paiçandu, Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos)

 





 


Dá-me as Rosas - Faixa a Faixa


1. Os feijões (participação de Célia Sampaio)

2. Dá-me as Rosas  

3. Trinado (participação de Mingas)

4. Súplica de amor

5. Prisão de amor 

6. Inspiração

7. Noites de São João

8. As aves (participação de Clarianas)

9. O prisioneiro

10. O turco e o lampião

11. Hipocrisia 


Ficha Técnica

Disco: Dá-me as Rosas – a poesia de Carolina Maria de Jesus na música de Socorro Lira

Lançamento: 2024

Faixas: 11

Letras: Carolina Maria de Jesus

Direção artística e de produção, melodia e voz: Socorro Lira

Direção musical e arranjos: Cintia Zanco

Participações especiais, vozes: Célia Sampaio, Clarianas e Mingas

Músicos/as convidados/as:

André Rass: percussão (congas, guaiá, atabaque candongueiro, tambú, tubular, cajón, wood block, shaker e cymbal)

Aline Gonçalves: flauta, clarone e clarinete

Cássia Maria: percussão (prato com faca, palmas, pandeiro, tambor de mão, sino prato, cajon, tamborim, cuíca, chocalho, pandeiro, ovo e zabumba)

Clara Bastos: contrabaixo

Cintia Zanco: violino

Decio Gioielli: kalimba

Gê Côrtes: contrabaixo acústico

Giovanni Matarazzo: violão

Gilson Machado: bateria

Jefferson Rodrigues: sax alto

Mariô Rebouças: piano

Nelson Rios: violino

Paulo Dias: órgão de tubo

Rafael Cesário: violoncelo

Ricardo Vignini: viola caipira

Tatiana Mesquita: oboé e corne inglês

Coro: Fabricio Mascate, Alldry Eloise, Jaque da Silva

Mixagem: Ricardo Vignini

Masterização: Homero Lotito

Fotografias e direção audiovisual: Murilo Alvesso

Produção fotográfica: Ester Dias

Visagismo: O Dutra

Arte da capa: Maury Cattermol

Figurinos: ByAna Brasil

Tradução de Trinado para Xitswa: Natália Chamusso

Pesquisa literária projeto AvivaVOZ: Maria Valéria Rezende e Susana Ventura

Produção: Suelen Garcez

Gestora de projeto: Tokinha Cruz 

Produção executiva: Liraprocult



FOTOS (de Murilo Alvesso)

 


 


Conheça mais sobre Socorro Lira

Socorro Lira tem 22 anos de carreira na música. Nasceu na Paraíba e vive em São Paulo desde 2004. Compositora, cantora, escritora e produtora cultural, sua discografia inclui agora 16 álbuns, 1 DVD e vários singles disponíveis nas plataformas digitais. Entre suas parcerias, estão nomes como Chico César, Jorge Ribbas, Ná Ozzetti, Ricardo Vignini, Swami Jr. e Zélia Duncan. Foi premiada como melhor cantora regional (2012) no Prêmio da Música Brasileira, sendo indicada, em 2016 e 2017, na mesma categoria.

Na literatura, seu lançamento mais recente é o romance Falar dos Meus Amores Invisíveis (2020). Como produtora, criou vários projetos culturais, como o Espaço Mata Branca em sua cidade natal, Brejo do Cruz, Paraíba, e o Prêmio Grão de Música, que destaca a canção de um Brasil com pouca visibilidade comercial.

A artista faz do seu trabalho uma plataforma para projetos que reivindicam espaço para as vozes das mulheres. Entre os anos de 2017 e 2018, Socorro Lira musicou cento e dois (102) poemas de dez escritoras brasileiras, são mulheres que viveram, escreveram e publicaram entre os séculos XVIII e XX no Brasil, deixando um importante legado, mas ainda pouco ou nada reconhecido, pela crítica e pelo público em geral. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário