sexta-feira, 10 de março de 2017

Adilson Ramos será a atração do aniversário de 129 anos do Clube das Pás

Foto: Divulgação
O Clube Carnavalesco Misto das Pás completa 129 anos no domingo (19). Para celebrar a data, a agremiação promove uma grande festa no sábado (18), com show do cantor e compositor Adilson Ramos, um dos maiores nomes do romantismo brasileiro. A casa abre a partir das 21h, com apresentação da Orquestra das Pás.


No repertório, Adilson apresenta os seus grandes sucessos, como “Duas flores”, “Olga”, “O relógio”, “Só liguei porque te amo” e “Não chores, benzinho”. A música “Sonhar contigo”, grande hino da trajetória musical do cantor, também faz parte do setlist e já foi regravada por nomes como Elymar Santos, Agnaldo Timóteo, Orlando Dias e Tânia Alves.

A primeira composição de Adilson Ramos veio aos 11 anos de idade. O cantor ganhou prestígio antes do movimento da “Jovem Guarda”, tendo começado a sua carreira aos 15 anos, quando gravou o primeiro disco, intitulado “Olga”, lançado em abril de 1960.

Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), disponíveis na bilheteria da sede da entidade. O Clube Carnavalesco Misto das Pás fica na Rua Odorico Mendes, 263 - Campo Grande, Recife. Mais informações pelos telefones (81) 98543-7595 e (81) 3242-7522.

Serviço:

Aniversário de 129 anos do Clube das Pás - show de Adilson Ramos
Sábado (18) | 21h
Local: Rua Odorico Mendes, 263 - Campo Grande
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)
Informações: (81) 98543-7595 e (81) 3242-7522


Clube das Pás – Campeão do Carnaval do Recife 2017, na categoria Clubes de Frevo

O Clube Carnavalesco Misto das Pás sagrou-se campeão do Carnaval do Recife 2017, na categoria Clubes de Frevo. Com o tema “A Festa do Boi Voador de Maurício de Nassau” em alusão aos 380 anos da chegada de Maurício de Nassau em terras pernambucanas, o desfile da agremiação aconteceu na madrugada da quarta (1º), na Av. Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio. Ao todo, foram trezentos e noventa desfilantes divididos nas 12 alas, intituladas como: Ala das Bandeiras, Ala de Época, Ala das Sinhazinhas, Ala dos Sinhozinhos, Ala dos Camponeses, Ala da Multiculturalidade, Ala dos Capoeiristas, Ala do Bumba meu Boi, Ala dos Pierrots, Ala do Frevo, Ala da Velha Guarda e Ala da Harmonia.


História - Clube Carnavalesco Misto das Pás - 129 anos (Desde 1888)

A história do Clube das Pás - o mais antigo de Pernambuco e um dos mais antigos do País - remonta à sua fundação no dia 19 de março de 1888, dois meses antes da Abolição da Escravatura no Brasil. O Recife fervia de alegria no Carnaval, enquanto um navio cargueiro atracado no Porto do Recife precisava ser abastecido de carvão, às pressas, para seguir viagem. Como não tinha trabalhador interessado naquela tarefa em plena folia, uma empresa encarregada do abastecimento do cargueiro, ofereceu pagamento dobrado aos estivadores. Daí, o comerciante português Antônio Rodrigues reuniu um grupo de homens dispostos a deixar o Carnaval de lado e tratar de fazer o trabalho por uma remuneração maior.

Depois do serviço concluído e com muito dinheiro no bolso, o grupo de foliões, formado por Francisco Ricardo Borges, Manoel Ricardo Borges, João da Cruz Ferreira e João dos Santos, botou as pás de carvão nas costas e foi comemorar o Carnaval no Clube dos Caiadores. Enquanto brincavam, eles tiveram a ideia de fundar um clube carnavalesco. Começaram a discutir os nomes: Clube das Pás de Carvão, Clube das Douradinhas e Anjos da Boa Vista. No final, foi escolhido Bloco das Pás de Carvão. O Bloco das Pás de Carvão desfilou nos carnavais de 1888, 1889 e 1890. Em março do último ano (1890), o seu nome mudou para Clube Carnavalesco Misto das Pás. A primeira notícia impressa sobre ele saiu publicada no dia 4 de março de 1905, no jornal Diario de Pernambuco.

Nos primeiros anos, a agremiação funcionou na Boa Vista. Depois, para erguer a sede do clube, o grupo de foliões comprou na Rua das Hortas, por seis mil cruzeiros, um terreno de propriedade do Recolhimento de Nossa Senhora da Glória do Recife, Conceição de Olinda e Sagrado Coração de Jesus de Igarassu. Até que, muito tempo depois, a Associação Carnavalesca de Pernambuco comprou um terreno localizado na Rua Odorico Mendes, em Campo Grande e o doou ao Clube das Pás. Meses depois, a senhora Maria do Carmo, que era sócia das Pás, arcou com as despesas de legalização do terreno junto à Prefeitura do Recife. Naquela época, na Rua Odorico Mendes, só havia casas muito simples. Assim, foi erguida uma palhoça até ser construída depois uma sede maior em alvenaria. Depois de duas grandes reformas, o espaço ganhou um primeiro andar e recebeu o nome de Universidade do Frevo Reitor Josabat Emiliano, em homenagem a um de seus ex-presidentes, falecido em agosto de 2016, aos 98 anos.

Alguns clubes carnavalescos criados na mesma época do Clube das Pás são oriundos de corporações de operários urbanos e impregnados de elementos presentes nas procissões religiosas, que foram proibidos pelas autoridades eclesiásticas. Alguns dos elementos transplantados se encontravam em cordões de lanceiros, mascarados, diabos, balizas, bobos, morcegos e damas de frente. No final do século XIX e início do XX, surgiram no Recife, além do Clube das Pás, os Clubes de Carnaval Vassourinhas (1889), Lenhadores (1889), Toureiros de Santo Antônio (1914), Pão Duro (1916), Pavão Misterioso (1919), entre outros. 

O Misto do nome das Pás é porque nesta agremiação podem brincar homens e mulheres. O clube, que representa o mais tradicional espaço de gafieira de Pernambuco, possui o estandarte mais antigo, datado no início do século XX, possivelmente nos idos de 1910. O responsável pelo desenho foi Manoel de Matos, que estavam evidenciadas folhas de acanto e outros elementos barrocos, o monograma do Clube, franjas e pingentes dourados, duas máscaras e uma boneca fabricada em porcelana francesa, trazida pelo antigo porta-estandarte, o alfaiate Manuel das Chagas. A confecção, que foi em veludo, acolchoado de algodão, forrado com cetim e bordado com fios de ouro, ficou a cargo das monjas beneditinas do Convento do Monte  de Olinda.

O atual estandarte das Pás foi confeccionado por Maria do Monte, uma antiga aluna e bordadeira do mesmo convento de Olinda, em 1980. O desenho, que tem a figura de um anjo, representado por uma boneca trazida de Portugal, traz os dizeres “Amor e Ordem”, bordados sobre uma esfera azul que simboliza o globo terrestre, pesa cerca de 60 Kg e é conduzido durante o desfile na avenida por três porta-estandartes. Em julho de 2007, a Prefeitura do Recife patrocinou a ida de doze integrantes do Clube das Pás para duas apresentações do seu estandarte no Rio de Janeiro, uma em Niterói e a outra na Quadra da Mangueira. 

O Clube das Pás tem entre seus dirigentes uma personagem que faz parte da história do Carnaval pernambucano. A vice-presidente Josefa Ribeiro da Silva, a Marly das Pás, figura no livro "Sem elas não haveria Carnaval", de autoria da pedagoga e produtora cultural Claudilene Silva e da historiadora Ester Monteiro. Lançado em 2011 pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife, o livro traz depoimentos dessa carnavalesca de 50 anos que faz parte da agremiação há 35. "Aqui tenho minhas amizades, tenho um bocado de 'filhos'. No Dia das Mães, ganho presentes de todo mundo. Isso é ter carinho. É melhor do que em certas famílias. Aqui já arrumei meu abrigo de velha", revela ela, sempre sorridente. 

Os bailes da agremiação mantêm a tradição mais que secular de começar com a execução de três frevos. Afinal, o clube nasceu durante o Carnaval. Depois é que vêm os ritmos mais dançantes, com destaque para as músicas latinas e os boleros. À meia-noite, um breve intervalo para a tradicional valsa, quando os frequentadores costumam festejar seus aniversários. Depois, o baile continua até as 4h da manhã.

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