Memórias de fatos, cenários e passagens de uma pequena cidade nas décadas de 40 e 50, sua cultura, folclore e manifestações populares. Este é o ponto de partida definido pela escritora Romilda Ferreira Lima para contar a história da antiga ‘Passagem do Juazeiro’ no livro ‘Petrolina: pessoas simples de passagem por sua história’, que será lançado nesta terça-feira (28) às 19h na Biblioteca do Sesc Petrolina.
A obra, um bem apresentado projeto gráfico com 154 páginas, capa de Randel Toledo Protássio e fotografias de Carlos Laerte e Karoline Andressa de Souza e Silva é a primeira publicação desta petrolinense de 81 anos de idade. Ela já foi ajudante na bodega do seu pai; formou-se em Ciências pela FFPP – Faculdade de Formação de Professores; trabalhou como assistente de parteira; se aposentou em 1995, como técnica do tesouro nacional e com um rico acervo de lembranças transformou sua antiga casa num verdadeiro museu pessoal.
“...Os registros de Romilda – que memória individual fabulosa! – estão bem marcados pelo que mais nos representa em nossa formação como pessoas...”, pontua em certo momento do prefácio a escritora, professora e critica literária Elisabet Gonçalves Moreira. Mais adiante, ela faz uma provocação: “Afinal, qual a identidade de Petrolina? Seria cabível pensar nisso? Bem sabemos que o que faz uma região não é somente seu espaço físico, mas o tempo, a história. E ela está aí, neste livro de Romilda Ferreira Lima, neste viés em que ela, também uma pessoa simples, se posiciona e nos dá a revelar”, arremata Elisabet.
Na noite de lançamento, Romilda Ferreira Lima, além de autografar o livro, vai fazer o que mais gosta: contar histórias, fragmentos interessantes, a exemplo desta passagem que ilustra a contracapa da obra: “Os transeuntes andavam em ziguezague entre os excrementos deixados pelos animais, de vez em quando um salto para não pisarem nos dejetos... Os animais em pêlo com chocalhos amarrados ao pescoço eram levados ao pasto. Tangidos, de repente um e outro investia numa carreira doida à procura da fêmea, fazia a cobertura. Esta cena comum causava vexame nas mulheres que, às pressas, saiam das ruas murmurando: Cruz-credo, Ave-Maria, isso é comunismo”.
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