Segundo
pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos
Estados Unidos, pessoas com mais de 65 anos que têm o hábito de comer peixes
ricos em ômega 3, têm menor risco de morrer por doenças cardiovasculares e por
qualquer outra causa de morte, melhorando sua expectativa de vida.
Os
autores avaliaram dados de 2.700 americanos com 65 anos ou mais, colhidos ao
longo de 16 anos. Segundo os resultados, as pessoas com os maiores níveis de
ácidos graxos ômega 3 no organismo apresentaram um risco 27% menor de morrer
por qualquer causa durante o período da pesquisa, se comparados com quem
apresentava os níveis mais baixos do nutriente. São aproximadamente 2,2 anos a
mais de vida do que aqueles que não consomem o nutriente. Essas pessoas também
tiveram uma chance 35% menor de morrer por doenças cardiovasculares no geral -
benefício já conhecido do ômega 3.
Após
ajustes como estilo de vida, risco cardiovascular e outros hábitos alimentares,
eles descobriram que três ácidos graxos ômega 3 específicos - os ácidos
docosa-hexaenoico, eicosapentaenoico e docosapentaenoico - foram associados a
um risco significativamente menor de mortalidade, se presentes no sangue de
forma individual ou combinada. O docosahexanoico (DHA) foi mais fortemente
relacionado ao menor risco de morte por doença cardíaca coronária (40%) ou
manifestação de arritmia cardíaca (45%). O ácido eicosapentaenoico (EPA) foi
ligado a um menor risco de ataque cardíaco não fatal, e o ácido
docosapentaenoico (DPA) foi mais associado a um menor risco de morte por AVC.
Os
estudiosos declaram que, embora diversos estudos já tenham associado o ômega 3
a uma melhor saúde cardíaca, esse é o primeiro estudo que faz uma relação entre
os níveis do nutriente no sangue à mortalidade por qualquer causa. Para obter
tais benefícios, eles recomendam a ingestão de cerca de duas porções de peixes
ricos em ácidos graxos - como salmão, atum e sardinha - por semana.
Os
ácidos graxos ômega 3 possuem propriedades anti-inflamatórias, antitrombóticas,
antirreumáticas e reduzem a concentração dos lipídeos do sangue, favorecendo a
vasodilatação. O ômega-3 é capaz de evitar a formação das placas de gordura na
parede das artérias e garantir a flexibilidade dos vasos sanguíneos, afastando
o risco de doenças como infarto, hipertensão, aterosclerose e derrames. Além
disso, esses ácidos graxos modificam a composição química do sangue, provocando
o aumento dos níveis do HDL (colesterol bom) e a diminuição dos níveis de LDL
(colesterol ruim). Ele também consegue reduzir os níveis de triglicerídeos do
sangue. "O organismo também utiliza o ômega 3 para produzir
prostaglandinas, substâncias químicas que têm participação em muitos processos,
inclusive no combate às inflamações dos vasos sanguíneos", explica a
nutricionista Fabiana Honda, de São Paulo
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