O ano de 2019, temporada que marcou o rebaixamento do Cruzeiro à Série B, foi um divisor de águas negativo para o clube celeste, que passou de time que prezou pela manutenção de técnico por mais de três anos à máquina de moer treinadores.
Sem comandante há dois dias, desde a saída de Luiz Felipe
Scolari, a equipe deu início à procura por seu sétimo treinador em um período
de um ano e cinco meses. Irá encerrar a temporada de 2020 sob o comando do
interino Célio Lúcio, em duelo com o Paraná às 21h30 desta sexta-feira (29).
Após a saída de Mano Menezes -de volta ao clube em julho de
2016-, em agosto de 2019 , as diretorias que estiveram à frente do Cruzeiro
contrataram seis treinadores: Rogério Ceni, Abel Braga, Adilson Batista (os
três primeiros na gestão Wagner Pires de Sá), Enderson Moreira (alvo do
conselho gestor), Ney Franco e Felipão (já escolhidos por Sérgio Santos
Rodrigues).
Agora, caberá ao atual presidente contratar o terceiro
técnico de sua recente gestão, que sequer completou um ano, pois ela teve
início em junho de 2020. O preferido é Felipe Conceição, que está desde outubro
no Guarani, que protagonizou campanha de recuperação na Série B do Brasileiro.
Conceição assumiu o time de Campinas na vice-lanterna e
conseguiu o feito de brigar por vaga no G-4. Entretanto, acabou ficando pelo
caminho com a perda de força na reta final da competição, e, também, pelo surto
de Covid-19 que acometeu o elenco bugrino. Foram 17 jogadores infectados e isso
atrapalhou bastante o desempenho do grupo.
Apesar do desejo do Cruzeiro, não será fácil convencer o
treinador a deixar o Guarani. Felipe Conceição disse ao fim do ano passado que
tinha um compromisso com o atual presidente do clube paulista, Ricardo Moisés,
com quem firmou vínculo até o fim de 2021. O treinador recebeu investidas
recentes do Coritiba, que luta contra o rebaixamento na Série A, e três
propostas do Cuiabá, todas rejeitadas.
Conceição brincou e chegou a dizer que não sairia do Guarani
nem se aparecesse uma proposta do Flamengo.
"Eu tenho a palavra com o presidente, eu vou cumprir. E
além disso, da palavra e do ambiente que eu tenho com os atletas, da autonomia
que eu tenho para trabalhar aqui, enfim, vários fatores me ajudam a ser firme
na posição", disse à EPTV, emissora de TV afiliada à Globo, em novembro de
2020.
A exceção da saída de Luiz Felipe Scolari, que pediu para
deixar o Cruzeiro, todos os outros técnicos foram demitidos do clube.
GUILHERME PIU
BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário