A produção narra a história de Diana, uma mulher que retorna à sua cidade natal às vésperas da tradicional festa de São Cosme e São Damião. A viagem a transporta para um passado marcado pela perda de seu irmão gêmeo na infância. Ao se envolver com os preparativos da festa, ela se depara com uma criança misteriosa que a convida para brincar, iniciando uma jornada de elaboração do luto através do encantamento e da reconexão com a própria história.
O reconhecimento do roteiro de D’oxagui destaca a sensibilidade em abordar temas como a fé no invisível e a memória afetiva, utilizando elementos do realismo mágico para tecer a narrativa. "O filme fala da elaboração do luto através do encantamento, e da reconexão com a infância", ressalta a diretora, que pesquisou o universo sincrético da festa de Cosme e Damião realizada no terreiro em Paulista (PE) para construir a trama.
O prêmio de Melhor Direção de Arte para Alex Ferreira coroa o trabalho estético do filme, que conseguiu traduzir visualmente um universo onde "matéria e espírito, realidade e mistério coexistem", como define a diretora. Essa atmosfera foi fundamental para dar vida à história e encantar o público e a crítica.
Incentivado pelo Sistema de Incentivo à Cultura do Recife, o projeto transcende a exibição, promovendo a inclusão e o combate ao racismo religioso. Uma parceria com a Secretaria de Educação do Paulista garantiu o transporte das crianças do terreiro para que pudessem se ver na tela do cinema, em uma ação que, segundo o Babalorixá Hypólito Patzdorf, "empodera as crianças de axé". A iniciativa faz parte do projeto CINERÊ, que levará o cinema para dentro da comunidade em julho de 2025.
Fotos: Paloma Lima
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