As atividades acontecem nos dias 16, 23 e 30 de julho, das 9h às 12h, na galeria MauMau localizada no bairro do Espinheiro. A participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas por meio de formulário disponível nas redes sociais das artistas e do projeto.
Conduzida pela artista da dança convidada Gabi Holanda, a oficina convida a uma imersão sensível, afetiva e ecológica, explorando práticas que refletem o corpo como território em constante diálogo com o meio ambiente. O encontro propõe experimentar as relações entre movimento, natureza e coletividade, a partir de uma abordagem que atravessa arte, cuidado e ecologia.
“Essa fase ‘água’ da pesquisa traz o contato com o mar e suas ecologias, principalmente o fundo do mar - este útero profundo, mítico e imenso ao qual seguimos conectadas através de nossa memória celular, de nossos corpos e símbolos. Do mar viemos e é para lá que vamos, mas, infelizmente, nos desvinculamos desse saber. Seja a partir do encontro com esse território, seja pelo encontro com as existências que ali habitam, acho que essa pesquisa traz para a gente a possibilidade de estarmos em contato com outros modos de construir e produzir conhecimento. Como a pesquisa tem um momento de imersão em Itamaracá, mais precisamente com o grupo das Marisqueiras Unidas da Ilha, mulheres que têm os seus corpos atravessados pelo mar - suas potências, ritmos, vínculos - sinto que vamos aprender com modos de vida mais imbricados com o ambiente a que vivem. Também poder conhecer e somar forças e visibilidade às suas lutas é algo bem importante, já que vivemos em tempos de catástrofes sociais e ambientais. Temos muito a aprender com corpos que vivem em estado de co-dependência e de respeito com a natureza. Já a oficina com Gabi vem para alimentar o processo. Estar em contato com uma pessoa que pesquisa as águas e com artistas que se interessam pelo tema vai ser muito fortalecedor”, ressaltam Isabela Severi e Lane Luz.
“A oficina Corpo-ambiente em Fluxo propõe uma formação em ecoperformance com foco nos atravessamentos entre corpo, ambiente e os múltiplos sentidos das águas. A partir da investigação dos fluidos corporais e da materialidade da água como matriz de criação, os participantes são convidados a acessar memórias aquáticas ancestrais, refletindo sobre os campos míticos, afetivos e políticos que envolvem as águas. Como criar a partir de um corpo movido por marés internas? Como escutar os rios que atravessam a pele, o território e a história? Essas são algumas das perguntas que atravessam as práticas da oficina. Entre sensibilizações somáticas, deslocamentos espaciais e exercícios de composição cênica, o percurso formativo propõe a escuta dos fluxos internos e externos como método de criação. O corpo é compreendido como um território aquoso, em estado constante de transformação, que se afeta e é afetado pelas paisagens que habita. Ao se deixar permear pelos fluxos do corpo-ambiente, cada participante experimenta modos de (de)compor em cena a partir de uma ecologia sensível, onde dança, performance, ecologia e memória se entrelaçam como marés que confluem”, destaca Gabi Holanda.
Corpo, mar e ecologias em movimento
A oficina é uma das ações da “fase Água” do projeto “Corpo território entre”, que investiga poéticas do mover em conexão com temas como memória, justiça ambiental, ecologia decolonial e o corpo como território vivo.
Parte dessa pesquisa acontece na Ilha de Itamaracá, em parceria com as Marisqueiras Unidas da Ilha de Itamaracá, mulheres guardiãs de saberes ancestrais e cuja relação íntima com o mar inspira e atravessa toda a proposta.
Além das práticas corporais, o projeto conta com um núcleo dedicado à acessibilidade e audiodescrição, orientado pelo produtor cultural e consultor Michel Platini, ampliando o alcance e a sensibilidade das experiências para públicos diversos.
Desdobramentos da pesquisa
O percurso culmina na criação de uma performance gratuita, apresentada em dois momentos: na Ilha de Itamaracá, junto à comunidade e às marisqueiras, e no Recife, em espaço cultural acessível, voltado à comunidade artística. Também será lançado um e-book, reunindo registros, reflexões, imagens e materiais produzidos ao longo do processo. “Corpo território entre” é um convite a mover, escutar e existir em fluxo com a água, com o corpo e com os saberes que emergem do encontro entre as artistas e na relação com o território.
SERVIÇO:
Oficina “corpo – ambiente em fluxo e suas ecologias-afetivas em movimento”
Inscrições: de 20 de junho a 12 de julho, via formulário disponível nas redes sociais das artistas Isabela Severi e Lane Luz, e do projeto “Corpo território entre”
Quando: 16, 23 e 30 de julho de 2025 (quartas-feiras)
Horário: das 9h às 12h
Local: Rua Nicarágua , 173, Espinheiro, Recife-PE
Público-alvo: 10 artistas da dança e/ou teatro, pessoas interessadas em práticas corporais, meio ambiente e poéticas do mover
Participação: gratuita
Condução da oficina: Gabi Holanda
Mais informações: @corpoterritorioentre
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