Arkthur/Créditos: Florebela Letícia.
O conceito da não-linearidade do tempo, também presente na obra, conecta as dez faixas do disco, buscando inspiração em referências como Sun Ra na música e Octavia Butler na literatura: “Tudo o que você toca, você muda. E tudo o que você muda, muda você. A única verdade perene é a mudança, Deus é mudança”, afirma, citando as ideias contidas nas letras e sonoridades do projeto.
“O povo preto sempre construiu coisas preciosíssimas. Hoje, estamos falando sobre colonizar outros planetas com a nossa perspectiva. Não sonhamos mais só com o direito de existir, queremos o direito de sonhar infinitamente — em outras estrelas, outras dimensões”, destaca Arkthur.
Corre coletivo
Apesar de um trabalho independente, engana-se quem pensa que o cantor criou sozinho todo este “multiverso” de sonhos e ideais afrocentrados somente embasado pelas obras de Sun Ra e Octavia Butler: “tudo faz mais sentido no coletivo. Convidei amigos, artistas pretos e pardos, cada um ampliando a perspectiva do que pode ser esse futuro, com base em suas experiências, sonhos e expectativas”, revela o artista.
O projeto conta com participações especiais vindas de diversas áreas do país, como de Alahrin e Kimera – ambos de Curitiba, Ruth Clark de Belém do Pará e Quixote, da capital paulista. Além do apoio da PUCPR – Pontíficia Universidade Católica do Paraná e recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura, da Fundação Cultural de Curitiba, em parceria com a Prefeitura Municipal, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Passado, presente e futuro
O projeto não teve seu início com o lançamento do disco, isso porque, o artista liberou previamente a faixa foco e que dá nome ao disco, “Tecnologia da Alma”, em todas as plataformas de áudio, além de clipe no seu canal do YouTube, que ainda conta com uma versão em libras. A música, que carrega elementos de rap, trap e lo-fi, repleta de viradas de beat, samples e baixo pulsante que potencializa a experiência de escuta e dimensão sensorial da obra, centraliza a narrativa do disco e ecoa o encontro entre passado presente e futuro: “É sobre entender que passado, presente e futuro se relacionam. Estamos aqui para curar um passado, construir e idealizar os futuros que queremos”, conta Arkthur.
Já em julho, será lançado o audiovisual de “Cobrador”, que expande a atmosfera afrofuturista do projeto em um feat com Alahrin. Além disso, o artista promete anunciar um show inédito, em breve
Sobre Arkthur
Arkthur é ator, diretor, professor de Teatro e, atualmente, artista solo na música. Bacharel em Teatro pela PUCPR. Ele foi premiado como melhor ator na Mostra Poéticas Cênicas, em Curitiba, pelo trabalho “A memória é uma ilha de edição”. Com uma carreira versátil, Arthur também atua no Cinema e na Moda. Durante sua passagem pelo grupo Imperador Sem Teto, adquiriu ampla experiência em shows, o que agora impulsiona sua nova trajetória musical. Após várias conquistas na atuação, Arkthur projeta-se como um nome promissor na música, trazendo sua bagagem artística para essa nova fase. Arkthur aposta no afrofuturismo em suas composições, sonoridades e visualidades, tendo como principais referências Sun Ra e Octavia Butler.
Composição: Arthur Augustus (Arkthur) / Produção Gabriel Muller Souza
Vez ou outra meu corpo me dá sinais do infinito em mim
Instantes de presença absoluta
Em que eu me entendia
me sentia parte do todo
Podia perceber meu campo energético
minha extensão e conexão com o multiverso
Eu sou o todo
e o todo está em mim
Ir a qualquer lugar, acessar outras dimensões
Deixa de ser uma longa viagem de milhares de anos luz e se torna conexão instantânea no
aqui e no agora
Eu sou o todo e o todo está em mim
Vez ou outra meu corpo me dá sinais do infinito em mim
Pixei São Jorge na lua e espalhei arte por cada planeta e estrela
Só assim foi possível reconstruir a história dessa dimensão
Mundos novos empáticos
de valores intrínsecos
Interligados no multiverso
No coletivo a unidade se compreende
se completa
complementa
compõe
Quem sou em tudo isso?
O que sou eu sem tudo isso?
O que seria de mim sem todos esses?
O que seria de mim sem meu olhar?
O que seria de mim sem mim?
Minerei meu ser na busca de um tesouro interno
Precisei meu valor mediante esse mundo ou esse tecido espaço-tempo
Os lotes em outras
dimensões começariam a ser distribuídos e eu queria construir as favelas do espaço
Um lugar nosso
aos nossos moldes e que nossa riqueza fosse nós mesmos
Encontrei ouro e pedras preciosas cada vez que dividi o pão ou tirei o moletom e fortaleci
quem tava com frio e chapado por essa realidade assassina amortizante que te esmaga em
parcelas
De repente num instante talvez sejam dias, meses preferi não contar e me perder em mim
Mas achei
achei luz
brilhou
Transmutou
E de repente o que eu tocava eu amava, transformava, partilhava
Mais vida sendo gerada
Instigada
Transformada
Confirmada
Eu me estendia por sobre o tecido da realidade
Numa qualidade de luz
e graça
Mais vida sendo gerada
Uma irradiação
para todos os lados
O que saía de mim
O que brotava
Vertia luz, amor e mudança
Deus é mudança
Ficha técnica:
FAIXAS
1. Linear
2. Cobrador (feat. Alahri’n)
3. Cinza (feat. Ruth Clark)
4. Pra cada um
5. Tecnologia da Alma
6. Debate sobre a fome (feat. Quixote)
7. Circular
8. Baile do Espaço
9. Confronto
10. Faixa 10 (feat. Kimera)
ÁLBUM - TECNOLOGIA DA ALMA
Composição musical, intérprete principal e conceito - Arkthur
Produção musical, Captação e edição - Quintal Produções
Mixagem e Masterização - Gabriel Muller
Participações - Alahri’n, Kimera, Quixote e Ruth Clark MC
Ano de lançamento - 2025
Selo - Quintal Produções
Coord. de projeto: Celine Liris e Cicatrjz
Direção de produção: Celine Liris
Identidade visual e Capa: Keyla Queiroz
Designer gráfico: Otávio Tersi
Social Mídia - Isabella Machado Nunes e Sisie Soares
Marketing Digital - Sisie Soares
Copywriter - Isabella Machado Nunes
Fotos oficiais - Florebela Letícia
Fotos de bastidores - Liris Fotografia
Conteúdos em vídeo - Liris Fotografia e Sisie Soares
IMAGENS TEMA - VIDEOCLIPE TECNOLOGIA DA ALMA
Direção - Celine Liris
Co-direção - Arkthur
Assistência de Direção - Pedro H. Machado
Coordenação do Projeto - Rebeca Forbeck
Direção de Fotografia e op. de câmera - Robson de Paula
Assistência de Fotografia - Mard -
Direção de Produção - Welton do Amaral
Produção - Anna Paula Vendramin
Assistência de Produção - Ana Maria Krack
Produção e Preparação de Elenco - Loara Gonçalves
Assistência de Preparação de Elenco - Isabela Godoi
Coreografia - FlaPê
Direção de Arte - Nathalia Oliveira
1º Assistência de Arte - Larissa Monteiro
2º Assistência de Arte - Duda Cunha
Still e Making Of - Florebela Leticia
Caracterização/Figurino/Maquiagem - Day Padilha
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