terça-feira, 26 de novembro de 2024

Mercado de eventos no Brasil gera faturamento maior que R$290 bilhões em 2024



Seja para cantar junto com um ídolo musical, vibrar intensamente pelo time do coração ou dançar ao som das músicas, festivais, shows e eventos esportivos têm atraído públicos cada vez maiores.
Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Eventos - ABRAPE - mostram que o setor de eventos crescerá 19% em 2024 e avaliza que o faturamento anual do mercado deva atingir mais de R$ 290 bilhões.


Junto com o sucesso, as grandes responsabilidades, já que a gestão de multidões se tornou um desafio crítico para os organizadores, que precisam garantir a segurança e o entretenimento dos participantes. Especialistas destacam que, por meio de planejamento estratégico, tecnologia de ponta e protocolos bem definidos, é possível reduzir riscos e criar experiências memoráveis e seguras para todos.


De acordo com Fabiola Falciano Bonadie, especialista em coordenação de eventos de grande porte, a principal preocupação em eventos massivos é o controle dos fluxos de entrada, circulação e saída do público. “A ausência de um planejamento adequado em eventos de grande porte pode transformar erros pontuais em situações de caos e descontrole generalizado”, afirma.


Segundo a especialista, entre as medidas mais eficazes, o controle de acesso destaca-se como ponto inicial. A utilização de ingressos digitais ou biometria evita fraudes, enquanto revistas em mochilas e pertences impedem a entrada de itens perigosos. Além disso, a organização das filas por meio de sinalizações e barreiras ajuda a evitar tumultos nos portões de entrada.


O planejamento do fluxo de público também é essencial. “Mapear áreas de risco, como corredores estreitos e definir rotas bem sinalizadas para entradas, saídas e dispersão são práticas fundamentais para evitar aglomerações. A divisão por setores dentro do espaço do evento permite uma melhor distribuição do público, reduzindo o risco de acidentes”, enfatiza a especialista.


A comunicação eficiente com os participantes é outro aspecto indispensável. Anúncios frequentes sobre pontos de socorro, bem como equipes treinadas em locais estratégicos, garantem que os participantes estejam sempre informados e orientados.


Além disso, o uso de tecnologia e monitoramento em tempo real tem se mostrado uma ferramenta poderosa. “Sistemas de câmeras, drones e inteligência artificial permitem que a organização identifique rapidamente comportamentos de risco e tome medidas antes que os problemas se agravem”, declara Fabiola.


Outro pilar importante é a estrutura médica. Postos de atendimento bem equipados e equipes de primeiros socorros estrategicamente posicionadas garantem que emergências sejam tratadas com rapidez.


No show da Taylor Swift em 2023, uma jovem de 23 anos, faleceu após passar mal devido ao forte calor durante o evento, onde a sensação térmica chegou a cerca de 60ºC. Ela recebeu atendimento no local e foi transferida para um hospital, mas não resistiu. Após a fatalidade, novas medidas preventivas foram implantadas, como a instalação de novos pontos de distribuição de água e o aumento do número de brigadistas e ambulâncias, para os shows seguintes.


"Eventos dessa magnitude exigem um planejamento minucioso para garantir o bem-estar dos participantes. É fundamental o acesso à água, ventilação adequada e uma comunicação clara sobre os riscos envolvidos. Além disso, o treinamento de brigadistas e o aumento de recursos médicos no local devem ser tratados como elementos indispensáveis, não apenas contingenciais. A fatalidade nos ensina que prevenir é sempre mais eficaz do que remediar, e espero que isso sirva como alerta para toda a indústria de eventos", enfatiza Fabiola.


O crescimento na realização de grandes eventos no Brasil, impulsionado pela retomada do setor de entretenimento, faz da gestão de multidões uma prioridade. Implementar boas práticas semelhantes às utilizadas em shows internacionais pode ser a solução para aprimorar a segurança e prevenir tragédias. "A segurança deve sempre ser encarada como um investimento, e não como um custo. Ela assegura não só a proteção do público, mas também o êxito do evento em si, já que estamos lidando com experiências que geram memórias", finaliza a produtora.


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