Para muitos trabalhadores com mais de 50 anos, o ambiente laboral ainda é repleto de desafios. Eles frequentemente enfrentam barreiras invisíveis e estereótipos que limitam oportunidades de emprego. O envelhecimento da população global torna ainda mais urgente a necessidade de revisar práticas de contratação e encontrar formas eficazes de inclusão. Promover a contratação de profissionais mais velhos não apenas combate o etarismo, mas também fortalece a economia.
Os trabalhadores mais maduros trazem consigo habilidades e valores que vão além do currículo e da experiência prática. Resiliência, conhecimento técnico acumulado e a capacidade de promover equilíbrio e diversidade no ambiente corporativo são algumas das características que fazem desses profissionais ativos valiosos para as equipes. Além disso, muitos deles demonstram uma notável capacidade de adaptação às novas tecnologias e ao ritmo acelerado do mundo moderno.
A inclusão de trabalhadores mais velhos não se restringe a uma questão social; ela também possui um forte impacto econômico. Muitos desses profissionais dependem do trabalho para garantir a renda e levar uma vida digna, pois ainda não estão prontos para a aposentadoria. Ao permitir que continuem contribuindo economicamente, reduzimos a pressão sobre o sistema previdenciário e incentivamos um ciclo positivo na economia.
Iniciativas legislativas como o PL 4890/2019, que propõe deduções fiscais para empresas que contratam pessoas com mais de 60 anos, são passos fundamentais para combater o etarismo e promover a inclusão dos trabalhadores mais velhos. O projeto já recebeu aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos e continua a tramitação. Além disso, propostas como o PL 851/2023 em Minas Gerais refletem um crescente reconhecimento da importância dessa pauta, buscando igualdade de oportunidades e combate à discriminação por idade.
Diante desse contexto, é crucial a criação de leis que incentivem financeiramente as empresas que promovem a inclusão dos profissionais mais velhos. Incentivos como deduções fiscais podem ser determinantes para que as organizações reconheçam o valor desses trabalhadores, contribuindo assim para uma sociedade mais justa e economicamente robusta.
Em suma, ao abraçar essa causa, as empresas não apenas combatem práticas discriminatórias, mas também se posicionam como agentes transformadores em um mercado cada vez mais inclusivo e diversificado. A valorização dos profissionais mais velhos é um investimento no futuro do trabalho e na construção de uma economia sólida para todos.
*Henrique Nelson Calandra, advogado e desembargador aposentado*
Nenhum comentário:
Postar um comentário