quinta-feira, 3 de outubro de 2024

OUTUBRO: MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A DISLEXIA



Ter dificuldades para ler, escrever ou fazer cálculos é comum durante a infância, mas quando isso acontece de forma intensa e prolongada, pode indicar um transtorno do neurodesenvolvimento ligado a aprendizagem, a dislexia.
Outubro é o mês de conscientização sobre esse transtorno afeta diretamente as habilidades de leitura e linguagem, impactando o desempenho escolar e o bem-estar emocional de milhões de crianças e adultos.



Embora seja o distúrbio de maior incidência nas salas de aula, a dislexia ainda é cercada por desconhecimento, o que frequentemente gera estigmas e afeta a autoestima dos estudantes, que são muitas vezes incompreendidos por colegas e professores. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), entre 5% e 17% da população mundial vive com a condição. No Brasil, estima-se que oito milhões de pessoas sejam disléxicas, segundo o Instituto ABCD, reforçando a necessidade de diagnósticos precoces nos anos iniciais da alfabetização que pode contribuir para uma melhor qualidade de vida. 



O que é a dislexia?



“A dislexia é de origem genética, causada por uma alteração cromossômica hereditária e estima-se que entre metade e um terço das pessoas com dislexia tenham um parente disléxico. Em diferentes graus, as pessoas com dislexia sentem dificuldade de estabelecer a memória fonêmica. Por razões ainda desconhecidas, o cérebro do indivíduo tem dificuldade de organizar as letras e formar as palavras, não associando os sons às sílabas. A dislexia é carregada de estigmas sociais e, por isso, é importante destacar que o distúrbio não está ligado a baixo Q.I. Além disso, não há um padrão de comportamento estabelecido entre pessoas com dislexia. Elas podem ser desorganizadas ou metódicas, falantes ou tímidas”, explica a psicóloga Frínea Andrade, diretora do Instituto Dimitri Andrade. 



Quais os principais sinais da dislexia? 



Atraso no desenvolvimento da fala;


Dificuldade para decodificar palavras


Dificuldade na produção textual, com velocidade abaixo do esperado para a idade e a escolaridade.


Trocar letras e sílabas, principalmente quando elas possuem sons parecidos, inverter, omitir ou acrescentar letras e sílabas,


Dificuldade de organização temporal, espacial e motora, como reconhecer ‘direita’ e ‘esquerda’, Discalculia


Dificuldade de compreensão do texto escrito


Como é feito o diagnóstico? 




“O diagnóstico da dislexia costuma ocorrer na infância durante a fase de alfabetização. Quando os sinais persistem é importante buscar ajuda com especialistas. O diagnóstico é feito por psicólogos, fonoaudiólogos e neurologistas que vão diferenciar a dislexia de outros transtornos, como o TDAH, por exemplo, e ainda, descartar problemas emocionais que interfiram na leitura. Vale lembrar que muitos adultos recebem o diagnóstico quando levam o filho para uma consulta. Durante a anamnese para entender o histórico do filho é que o pai ou mãe se dá conta que tinha as mesmas questões na infância”, aponta a psicóloga. 



A dislexia tem cura?



A dislexia não tem cura, mas é possível levar uma vida normal se houver diagnóstico precoce e acompanhamento especializado desde cedo. O tratamento consiste na participação de pedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos que vão auxiliar a criança, criando estratégias para que ela supere as dificuldades com as palavras, além de estimular outras habilidades.



“A criatividade costuma ser um traço marcante entre as pessoas com dislexia. Então, aconselha-se que os pais estimulem a criança a desenhar, pintar, aprender a tocar instrumentos musicais e praticar esportes. O diagnóstico precoce e a discussão do tema é a melhor maneira de evitar prejuízos no desempenho escolar e social e rótulos depreciativos que levam essas pessoas a desenvolverem baixa autoestima e até mesmo ansiedade e depressão”, alerta a psicóloga Frínea Andrade, diretora do Instituto Dimitri Andrade.

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