As obras, que serão oferecidas em tiragem única - como os NFTs da qual se originam- passam por um meticuloso processo de impressão, feito sob supervisão do artista e com a expertise do renomado Studio Kelly Polato. Elas terão formato de 55x55 cm e serão assinadas e carimbadas pessoalmente por Serpa, atestando assim a sua originalidade e raridade.
Os proprietários dos NFTs, que têm direitos exclusivos sobre as artes, receberão gratuitamente um voucher digital que permite a realização da compra da Fine Art, que custará R$2800. Com isso, caso não tenha interesse em adquirir a impressão, o proprietário poderá disponibilizar o voucher digital no marketplace oficial do Surf Junkie Club, permitindo que ele seja comprado por outros membros do clube ou por colecionadores que não façam parte da comunidade.
“Este é um modelo inédito no mercado de NFTs, pois permite ao proprietário comercializar a impressão Fine Art sem a necessidade de adquiri-la antes e sem abrir mão de seus direitos autorais sobre o seu título. Além de ser mais um benefício aos membros da nossa comunidade, este modelo facilita a conexão com colecionadores de artes interessados no trabalho único de Marcello Serpa”, explica Felipe Baracchini, fundador e gerente geral do Surf Junkie Club.
“Essas impressões serão as únicas feitas sob minha supervisão, que terão minha assinatura e carimbo atestando sua qualidade”, explica Serpa. “É uma oportunidade única para os membros terem seus Surf Junkies transformados em obras de arte, ou para que colecionadores externos adquiram uma obra da coleção”.
Em 2017, Marcello Serpa exibiu pela primeira vez o seu trabalho artístico na exposição “Terenbintina”, realizada na apArt Gallery de Nova York. Na ocasião, seus trabalhos foram vendidos por até 10 mil dólares. Ou seja, além de adquirir uma arte única de um artista renomado, os proprietários das Fine Arts Surf Junkie Club terão uma obra com grande potencial de valorização no futuro.
As vendas terão início no dia 25 de julho, através do site oficial do Surf Junkie Club e terminam no dia 11 de agosto
Interessados em ingressar no clube deverão adquirir ao menos uma NFT do projeto diretamente com os membros, que podem ser disponibilizadas no site do SJC ou no mercado paralelo, como a OpenSea. A oferta de NFTs não é controlada pelo clube, uma vez que cada proprietário tem direitos exclusivos sobre suas artes digitais, cabendo exclusivamente a eles a oferta e determinação de seu preço.
PÓS-TUDO. ALGORITMO. TUBARÃO - por Diógenes Moura (Escritor, Curador de Fotografia e Editor)
NFTs: desejo incorpóreo para alcançar o intangível. Pertence aos avanços do mundo contemporâneo: PÓS-TUDO. O muito além do não palpável. É o que se vê. Não o que se toca. Diante de olhos digitais, criptoativos, a imagem é, simbolicamente, a própria imagem. Esse poderá ser o valor maior que a ação dos NFTs alcançarão no universo do colecionismo, diante da praia do que virá a seguir: o homem deseja a imagem concebida pelo próximo. E poderá se ver refletido no espelho de uma outra era tecnológica, sim. Se NFTs um dia serão considerados “obras de arte”, isso apenas o tempo dirá. Mas um novo tipo de “museu” poderá ser concebido a partir desses arquivos digitais: basta abrir a cabeça da humanidade para um projeto que não seja substituído por outra coisa da mesma espécie.
O avesso de todo esse sistema é o documento fotográfico impresso, Fine Art, ou belas artes, ou o que chamamos de infungível, o corpo impresso sobre o papel, único, validado, aquele que nunca poderá ser substituído. O mundo pode até acabar, mas a Mona Lisa continuará sendo única, com seus apenas 77 por 53 centímetros. A representação fotográfica é a alma do que está impresso. A série Surf Junkie, de Marcello Serpa, parte de um desenho em nanquim sobre papel, avança para o mundo digital do algoritmo, ganha contornos de pós-produção, e, impressa em pigmento mineral sobre papel algodão orgânico, alcança a sofisticação da representação fotográfica definitiva, colecionável, estética, cultural, ideológica. Se bem conservada, irá resistir, pelo menos, aos próximos 100 anos. Dessa forma, uma obra impressa no sistema Fine Art atinge o desejo palpável, os anseios de fazer parte de um mundo visual que precisa ser admirado, protegido, cujo valor poderá ser multiplicado com o passar do tempo, como resultado de um processo de criação individual e intransferível. Torna-se única, singular, é, em si, o começo e o fim, um ciclo completo no espaço e no tempo. Um único registro, um meio de conhecimento, uma janela imaginária que, filosófica e sociologicamente, poderá ser guardada dos olhos para dentro.
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