segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Exposição “Por trás da lona” apresenta cotidiano do circo itinerante



O fotógrafo pernambucano Arnaldo Sete realiza a exposição “Por trás da lona”, dias 12, 13 e 14 de setembro de 2022, em Araripina, das 17h às 20h; dias 24 e 25 de setembro, na Via Parque, em Caruaru. Palmares e Recife recebem a exposição, mais ainda estão sem datas confirmadas.
A exposição, que tem entrada gratuita, conta com 32 fotografias, de tamanho 30 cm x 45 cm, todas em preto e branco. “Em meus trabalhos autorais utilizo sempre essa estética, pois gosto de equilibrar as informações contidas na imagem, de forma que o observador possa caminhar seu olhar por toda superfície da fotografia e descobrir detalhes inseridos naquela composição”, explica o fotógrafo. 

Em 2020, Arnaldo Sete resolveu “mergulhar” no universo circense, e nem uma pandemia mundial, que paralisou o mundo naquele ano, foi capaz de detê-lo. Foram três meses acordando e dormindo com os profissionais que fazem parte do Circo Alves, que é uma instalação itinerante e que estava localizada em Caruaru, no Agreste pernambucano, quando o projeto foi iniciado.  “A forma como fui acolhido pela família Alves foi inesquecível. As imagens que produzi foram feitas a partir do privilégio que tive de conviver com cada integrante e presenciar, de perto, situações que normalmente o grande público não tem acesso”, ressalta Arnaldo.

O projeto "Por trás da lona", segundo o fotógrafo, buscou captar a essência da tradição circense itinerante, documentando a vida desses artistas para além do brilho e da espetacularidade do picadeiro, de modo a contribuir, de alguma forma, com a valorização e o reconhecimento dessa arte milenar. “A minha intenção é ampliar a visibilidade desse projeto documental, garantindo ao grande público a aproximação com a arte, e também garantindo a acessibilidade para pessoas com deficiência visual, disponibilizando audiodescrição das fotografias expostas”.

Arnaldo Sete explica que a exposição comprova a importância das famílias circenses para a manutenção de uma forma de fazer o circo, que resiste à falta de patrocínios e de espaços para a montagem nas grandes cidades. “Resta ao circo itinerante, as pequenas cidades, vilas e povoados, onde a arte simples e extremamente complexa  tenta sobreviver se alimentando de arte e cesta básica. Pude flagrar lindos momentos como a mudança do circo de um local para outro, a montagem e desmontagem da lona, o treinamento diário, a preparação para o espetáculo, e a magia que nasce quando são ligadas as precárias luzes que dão vida ao picadeiro. Nesse projeto documental busquei registrar, através do cotidiano, a garra e a força de quem persiste em levar arte aos mais variados lugares, onde a alegria do circo dificilmente chega”, relata o fotógrafo que está em sua segunda exposição documental.  A primeira, intitulada “Filhos de Natuba”, aconteceu com famílias que residiam em um lixão situado em Vitória de Santo Antão, a 48 km do Recife.

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