quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Gestão do Território: a união mágica entre capital humano, meio ambiente e potencialidades



Em mais uma entrevista da série “10 Minutos no Futuro”, o Instituto Fórum do Futuro convida o professor José Roberto Scolforo, que foi reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), para debater sobre a gestão de território baseado em estudos científicos.
A pauta se faz presente no capítulo que ele escreveu no livro “As Tecnologias Sustentáveis que Vem do Trópicos”, que será lançado no dia 12 de setembro.

Fernando Barros, diretor de comunicação estratégica do Fórum do Futuro, abriu o debate enfatizando sobre a relevância do assunto, e a importância em trazer isso a público, reforçando como é possível colocar em prática as ações por ele citadas no artigo que o professor publica no livro.

Dessa forma, Barros questionou o ex-reitor da UFLA sobre a criação de uma ferramenta para alinhar a disponibilidade de recursos humanos e naturais, bem como a previsibilidade de intervenção ambiental. “Uma gestão de território de forma adequada tem necessariamente considerar alguns componentes, como o componente social, com todas as suas variações; o componente do meio físico, falando de clima de solos; o componente do meio biótico, envolvendo fauna e flora; e no componente social, onde vamos abordar todos os temas que envolvem a questão social e econômica, onde a gente trabalha desde a questão do imposto que é arrecadado, do imposto pago pelas pessoas até a qualificação de mão de obra”, explica Scolforo.

De acordo com o professor, o Zoneamento Ecológico Econômico e a Gestão Ambiental Integrada estão dentre várias possibilidades, como poderiam vir a ser instrumentos para viabilizar a Gestão Territorial na busca da promoção do desenvolvimento sustentável. Ele cita como essa abordagem da Gestão Territorial está relacionada num gerenciamento em harmonia com a preservação e a conservação dos recursos naturais.

Para analisar o sistema socioeconômico, é elaborado um estudo com mais de 300 variáveis, onde são analisados indicadores sociais e econômicos. No entanto, numa escala macro não é possível mapear os pormenores de cada região. Conforme Scolforo, “fazemos isso por município para ter toda a categorização social e toda a categorização econômica. Com isso, a gente consegue estabelecer um ponto de partida daquele município”, explica.

O amplo estudo ainda contempla variáveis relevantes para tomadas de decisões dos secretários da educação, da saúde, do saneamento, a fim de identificar quais são os pontos vulneráveis, os muito pouco favoráveis, os de fragilidade, bem como os pontos positivos, a fim de atribuir-lhes a melhor ação. “Então, do ponto de vista social, você tem indicativos muito claros de onde você deve investir para você subir a base da pirâmide daquele município”, justifica o professor.

Para sintetizar o debate, Barros coloca que “a sociedade urbana, seja no Brasil, seja fora, tem uma pauta de anseios, que conversa totalmente com essa régua que o senhor oferece para medir fragilidades e potencialidades que dialoga com a expectativa de um mundo melhor, de um planeta melhor, mais sustentável, mais inclusivo socialmente e mais desejável. Podemos resumir assim?”, questiona o diretor do Fórum do Futuro.

Em resposta, Scolforo concorda. “Exatamente, Fernando, você faz um resumo perfeito. Indicadores claros e nítidos, comprovados e absorvidos de uma forma fácil no mesmo instrumento, então, no mesmo instrumento você reúne todo o aparato social, econômico e ambiental de cada município, e permite ao gestor agir para o bem da coletividade, seja da coletividade urbana ou para coletividade rural daquele município”, conclui.

Sobre o Instituto Fórum do Futuro

É um grupo de reflexão independente, voltado para o debate de questões estruturantes da sociedade brasileira, a partir da perspectiva do desenvolvimento sustentável.


Nenhum comentário:

Postar um comentário