É exatamente em homenagem ao seu primeiro grupo no país, que ele lança o single/ clipe com sua versão de “Rio das Mortes ”, um dos canções principais do Uvulas Ardientes, grupo experimental ativo entre 1985 e 1989 em João Pessoa, cujo núcleo era formado por Didier Guigue e mais dois colegas da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Embora dando ênfase à livre improvisação, free jazz e performances cênicas, a banda também possuía uma vertente que puxava para algo mais pop, com uma eventual pitada de rock prog. “Rio das Mortes” é uma dessas músicas, uma longa progressão por cima de uma pulsação constante, atingindo dois ápices.
“Nessa releitura solo, fiz uma versão mais minimalista. Da composição original, conservei apenas a estrutura harmônica, que é justamente o fundamento dessa obra, e explorei as suas possibilidades intrínsecas de dramaticidade”, comenta Didier no minidoc “Rio das Mortes 1986-2022 - História de uma nova música velha”, de cerca de 5 minutos, disponível no youtube do Hominis Canidae. Junto com a nova versão, Didier contou com o videoartista paraibano Rafa Diniz, para propor uma experiência imersiva ao mesmo tempo visual e sonora. Ele criou uma videoarte para a canção, simulando os fluidos da água em um programa algoritmo no computador, a emulação interage com a música, ao passo que os movimentos sonoros surgem.
“Rio das Mortes” é um rio no Mato Grosso, que tem esse nome dado pelos Xavantes em homenagem às batalhas sangrentas que travaram com os bandeirantes paulistas no local. lA canção é o segundo single do álbum “Tudo Verdade”, que vem para comemorar os 40 anos de Brasil do Didier Guigue, e será lançado ainda neste semestre.
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