A disputa entre Boca Juniors e Santos por uma vaga na final da Copa Libertadores está bastante aberta. Nesta quarta-feira, na primeira partida da semifinal, as equipes empataram por 0 a 0, no Estádio La Bombonera, e deixaram a decisão para a próxima quarta-feira, na Vila Belmiro.
O Santos tem a vantagem de atuar em casa, mas assim como o
Boca, não terá a presença da torcida a empurrá-lo. Na Vila, quem vencer passa.
Empate sem gols leva aos pênaltis e com gols favorece o time argentino.
O Santos não se intimidou com a Bombonera, ainda mais vazia,
nem com o time do Boca. Marcou forte, impedindo a criação de jogadas dos
argentinos, e, com a bola nos pés, procurou jogar em velocidade, mas encontrou
dificuldade para penetrar.
O Boca também começou marcando duro, para não dar espaços
aos santistas, sobretudo Marinho. Por isso, nos 15 minutos iniciais, a partida
ficou concentrada do meio de campo. Na única investida mais perigosa, aos 9,
Tévez lançou Villa, que acertou o travessão de John Victor. Mas o meia
argentino estava impedido.
Com o passar do tempo, o Santos foi se acertando em campo e
passou a ser ligeiramente superior ao time da casa. Parecia mais à vontade. Mas
explorava mais o lado esquerdo, com Soteldo, que não se inibia com os
marcadores argentinos, tentava os dribles e se movimentava bastante.
No entanto, o Santos não dava trabalho ao goleiro Andrada.
Apagado, Marinho concluiu duas vezes. Na primeira isolou uma cobrança de falta;
depois, chutou para defesa de Andrada.
No intervalo, o Santos optou por não ir ao vestiário. Os
jogadores e o técnico Cuca ficaram no gramado conversando sobre alternativas
para tentar fazer o time evoluir. O segundo tempo começou com o Boca tentando
fazer pressão.
O técnico Miguel Ángel Russo adiantou a sua equipe, que
passou a ter mais a bola. Criou uma boa chance no primeiro minuto, em um chute
de Salvio que John Victor espalmou, e começou a incomodar o Santos.
O técnico Cuca percebeu e com 10 minutos trocou Soteldo por Sandry,
para reforçar a marcação. O objetivo era reforçar a consistência defensiva para
tentar explorar com mais tranquilidade as jogadas ofensivas em velocidade.
A saída do venezuelano tirou do time aquela que vinha sendo
sua principal opção ao atacar. Mas com o meio de campo mais
"encorpado", o Santos passou a ter o domínio e a ir mais vezes ao
ataque.
As chances de gol, de ambos os lados, eram raras. Quando
teve uma boa oportunidade, aos 18 minutos, Marinho, dentro da área, pegou mal
de esquerda e facilitou a defesa de Andrada. Em seguida, Kaio Jorge arriscou de
fora da área, por cima.
O Santos tinha o controle da partida, mas era deficiente e
precipitado nas finalizações. Exemplo disso foi uma conclusão de Lucas Braga da
intermediária por cima do gol aos 26 minutos, numa jogada em que poderia ter
carregado mais a bola.
O Santos foi prejudicado aos 28, quando Marinho foi
derrubado na área claramente por Izquierdoz. Mas o chileno Roberto Tobar achou
o lance normal e o VAR também.
O técnico do Boca tornou seu time mais ofensivo, mas isso
não significou criação de chances em profusão.
Com isso, o jogo ficou amarrado no final e o 0 a 0 acabou se
impondo, em um partida que teve um detalhe raro de se ver quando argentinos e
brasileiros se encontram: apenas um cartão amarelo, dado a Villa, já aos 40
minutos da etapa final.
Por Almir Leite
Estadão Conteúdo
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