segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

As principais fake news relacionadas à vacina

Vacinados virarão antenas 5G: O boato surgiu após uma médica ter afirmado que vacinas conteriam metais tóxicos que transformariam os pacientes em antenas 5G ambulantes. Embora alguns dos imunizantes possam ter traços de metais, não os têm em doses significativas. Peixes (inclusive enlatados) e metais presentes na queima de combustíveis e na poluição industrial estão no organismo humano e nem por isso nos transformamos todos em antenas. Sobre o 5G? Não há nenhuma relação entre a tecnologia responsável pela ‘internet das coisas’ e as vacinas anti-covid.  

Implantação de chip no cérebro: A fake news sugere que as vacinas teriam como objetivo maior implantar chips nos cérebros humanos. Além de nenhum traço com a realidade, uma simples comparação poderia acalmar os incrédulos. O menor microchip do mundo tem cerca de 2mm x 2mm, enquanto a agulha de maior calibre tem 1,65mm. Resultado: o menor chip do planeta não passaria pela agulha.  

Vacinar pode levar à contaminação pelo HIV: O boato pode ter se originado depois de uma vacina em desenvolvimento pela universidade australiana de Queensland ter provocado falsos resultados positivos para HIV nos voluntários na fase 1, a mais incipiente delas. Os pacientes não foram infectados. Os exames é que estavam errados.  

Jacaré, Super-Homem ou nascimento de barba: “Se você virar um jacaré, é problema seu. Se você virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí, ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso”, disse o presidente sobre os fabricantes de vacinas. Os efeitos adversos mais corriqueiros em imunizantes são simples e comuns a vários deles, não só aos de Covid: sensibilidade e vermelhidão no local da aplicação, dor de cabeça, calafrios, dor nas articulações, dor muscular, cansaço, mal-estar, náusea e febre. Nada de jacarés ou Clark Kents.  

Vacina de RNA altera o DNA: A mentira alega que o RNA mensageiro, base das vacinas da Pfizer e da Moderna, poderia se integrar com o material genético do paciente que recebe o imunizante. Biologicamente, as informações genéticas seguem uma única direção: do DNA para o RNA mensageiro e deste para proteína, nunca o contrário.  

Tomar vacina pode deixar a pessoa fluorescente: A notícia falsa afirma que o uso da luciferase, uma proteína encontrada em vaga-lumes e plâncton, nas vacinas poderia deixar as pessoas fluorescentes. O objetivo do complô seria saber exatamente quem tomou e quem fugiu da dose. Problema 1: assim como o RNA mensageiro, a luciferase precisaria ser inserida no DNA humano, o que não ocorre. Problema 2: o vacinado também teria de ingerir uma substância chamada luciferina para, em contato com a luciferase, ficar brilhante.  

Criptomoedas: Essa fake news diz que a Microsoft poderia usar o calor do corpo e as ondas cerebrais dos imunizados como fonte de energia para o processamento de computadores e, em troca, os pacientes receberiam pagamentos em criptomoedas. A conspiração junta duas coisas: uma patente da empresa de Bill Gates para a geração de energia e o fato de que algumas vacinas têm mercúrio e – aí entra a segunda leva de fake news – que o metal, injetado no corpo humano, poderia manipular as pessoas.  

Vacinas levam a fetos com malformação: Propagadores de fake news dizem que especialmente a vacina da Pfizer levaria as pessoas a ficarem 30 dias sem sexo para não correr o risco de gerarem bebês com malformações, alterações funcionais ou distúrbios mentais. A mentira parte da informação de que voluntários da vacina na fase 3 foram orientados a não ter relações sexuais por um mês. O objetivo da ressalva era estudar, entre outros pontos, se os anticorpos poderiam passar para o bebê. Nada a ver com malformação do feto.  

Vacinas são desenvolvidas com restos de fetos abortados: Em 1972 foi criada uma técnica conhecida como HEK-293 a partir das células do rim de um feto abortado na Holanda e, desde então, cópias das células são modificadas e replicadas para pesquisas. As células da linhagem servem como mini fábricas para a multiplicação de vírus atenuados e não integram o produto final a ser aplicado durante a pandemia. A produção da vacina não utiliza células humanas, e bebês não são abortados para que se produza qualquer vacina anti-Covid.  

Covid é o nome de um plano de extermínio em massa: Um vídeo que circula nas redes sociais diz que a palavra Covid seria o nome secreto de um programa de extermínio em massa cujo objetivo final é aniquilar 80% da população do mundo. Segundo esta fake news, a vacina não protegeria a população, e sim teria sido planejada para deixar todos doentes e à beira da morte. Não caberia nenhum comentário sério sobre algo tão descabido, mas vamos a eles: a palavra Covid-19 é somatório de ‘co‘ de corona, ‘vi’ de vírus e ‘d’ de disease, doença, em inglês, e 19 é referência ao ano em que o vírus foi descoberto. As vacinas criam imunidade contra doenças, e não debilitam as pessoas em busca de um objetivo sanguinário maior. Não existe essa história de consequências mortais da vacinação na população mundial. 

Fonte: Revista Veja

Nenhum comentário:

Postar um comentário