A Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) já se consagrou como um dos mais relevantes eventos literários do Brasil. Este ano, realizada entre os dias 05 e 08 de outubro, a Flica bateu recorde de público, aproximadamente 35 mil pessoas passaram pela 7ª edição do evento. Todas as mesas literárias foram ocupadas em 100% da capacitação, cerca de 350 pessoas por sessão e o Cine-Theatro, espaço destinado para algumas atrações da Fliquinha, também esteve lotado em todos os dias do evento.
Os números da Flica a cada ano vêm crescendo. Nesta 7ª edição foram 10 mesas literárias, 20 atrações para as criançasdentro Cine-Theatro, exposições, 11 intervenções artísticas entre Território Flica, varanda do Sesi e escadaria da Câmera e mais de 50 atividades diversas no espaço educar para transformar.
Nesta edição, o homenageado foi o autor Ruy Espinheira Filho, com mais de 20 livros publicados e ganhador diversos prêmios, como o Nacional de Poesia Cruz e Sousa, Nestlé, Ribeiro Couto, da União Brasileira de Escritores, de Poesia da Academia Brasileira de Letras, Portugal Telecom, Rio de Literatura, além de ganhar o Jabuti. Ruy participou da mesa “A poesia em suas infinitas estações” com a mediadora Mônica Menezes e respondeu as perguntas do público, falou da sua carreira e das inspirações que é refletida em seus livros. “Sem a inspiração não há arte, a inspiração é a essência”, declarou o autor durante o bate-papo repleto de inspirações para futuros escritores.
A festa literária também trouxe algumas novidades na 7ª edição. O escritor e jornalista Tom Correia assumiu a função de curador que foi ocupada, em 2016, por Emmanuel Mirdad, um dos idealizadores e coordenador geral da Flica. Autor de quatro livros individuais de contos e com participação em várias coletâneas, Tom classifica a experiência com a curadoria mais desafiadora da sua carreira, mas com uma sensação de encantamento desde a construção da ideia, o pensar de cada mesa, títulos e convidados. “Do imaginário à prática, chegamos a quase 100% do que a gente imaginou. A minha sensação para além do curador e também enquanto participante das mesas foi uma vibração de muito afeto entre as pessoas que assistiram às mesas", concluiu.
Outra novidade foi a mesa inédita formada por Daniel Munduruku e Eliane Potiguara autores indígenas de reconhecimento internacional. Os escritores convidaram o público a se livrar de estereótipos construídos ao longo de 517 anos que massacram e invisibilizam os povos indígenas. Temas como ancestralidade, racismo, revolução, feminismo, cenário atual político e social estiveram presentes em quase todas as mesas, debatidos por grandes nomes nacionais e internacionais da literatura como Cuti, Carlos Moore, Minna Salami, Elisa Lucinda, Paulina Chiziane e Ricardo Lísias.
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