O Olodum
em 2016 fala mais uma vez de igualdade. Depois de associar realidades de países
africanos à brasileira em temas anteriores, o bloco do Pelourinho volta a falar
do país onde nasceu. Com o tema “Brasil mostra tua cara! Sou Olodum, quem tu
és?", o grupo apresenta a história do povo negro e do legado civilizatório
que consolidou e aprofundou as raízes do Brasil.
Os Deuses, as divindades, as
tribos, as nações africanas, as religiosidades, as lideranças negras brasileiras,
africanas e da diáspora, são componentes indissociáveis da cultura e da formação do Brasil; do Oiapoque ao Chuí,
do Cabo Branco na Paraíba às fronteiras do Acre com o Peru, o povo e a história
do país serão apresentados no Carnaval do ano que vem. Compreendendo que o
Brasil passa por mais um processo de profundas transformações, o bloco também
falará dos protestos e mobilizações da
população, entendendo-os como algo que deve fortalecer a nossa jovem
Democracia, desde que o pano de fundo de tudo o que está acontecendo seja a
luta irrestrita pela igualdade e contra todas as formas de intolerância.
“Para o
Olodum que sempre participou dos movimentos sociais ao longo de sua história e
que vem, sistematicamente, resistindo e lutando por um país justo, mais igual e
acima de tudo clamando pela paz, este é o momento de aprofunda o nosso olhar
para dentro do nosso país, inclusive para a atual crise de valores, princípios
éticos e políticos que corroem e promove as desigualdades”, revela João Jorge,
Presidente do Bloco Olodum.
No
próximo carnaval o Olodum vai para ruas resgatando histórias de resistência, de
luta e da construção do povo negro, indígena, mestiço e brancos comprometidos
com uma verdadeira transformação social em um dos países com mais diversidade
no Mundo.
História
- O grupo surgiu em 25 de abril de 1979
entre os amigos Carlos Alberto Conceição, Geraldo Miranda, José Luiz Souza
Máximo, José Carlos Conceição, Antônio Jorge Souza Almeida, Edson Santos da
Cruz e Francisco Carlos Souza Almeida. O que era para ser uma opção de lazer
momentânea para os moradores do Maciel-Pelourinho ganhou todo o mundo.
A
palavra Olodum é de origem Yorubana, idioma falado pelos Yorubás vindos da
Nigéria para a Bahia em séculos
passados. A palavra completa é Olodumaré – o Deus criador, o Senhor do universo
e representa no Candomblé um princípio vital, a Suprema Ordem Fundamental.
O grupo
ganhou sonoridades diferentes, transformou a musicalidade africana e caribenha,
calcada na percussão fazendo uma leitura própria dos diversos estilos de musica
já consagradas na Bahia e no Brasil, como o Ijexá, Samba, Alujá, Reggae e Forró. Se transformou
numa expressão viva do samba-reggae, ritmo imortalizado por Neguinho do Samba e
daí em diante, o que era apenas um sonho, virou realidade. O Olodum conquistou
o mercado musical e se transformou numa das bandas percussivas de maior sucesso
no Brasil e no mundo.
As cores
que representam a banda também não foram escolhidas ao acaso. Todas juntas
formam a base do Pan-Africanismo, Rastafarianismo e do Movimento Reggae. São as
cores internacionais da diáspora africana e constituem uma identidade
internacional contra o racismo e a favor dos povos descendentes da África. O
verde, as florestas equatoriais da África. O vermelho, o sangue da raça negra.
O amarelo, o ouro da África (maior produtor mundial). O preto, o orgulho da
raça negra. O branco, a paz mundial.
A banda
Olodum já percorreu 37 países como: França, Estados Unidos, Bélgica, Holanda,
Alemanha, Itália, Suíça, Escócia, Noruega, Dinamarca, Inglaterra, Pais de
Gales, Martinica, Africa do Sul, Argentina, Espanha, Eslovênia, Canadá, Japão,
Chile, Escócia, Cuba, Angola,l Ilha da Reunião, Guiana Francesa, Guiana e
Benin, Portugal, Irlanda, Irlanda do Norte, Turquia, Israel, Finlândia, México,
Venezuela, Austrália, Coréia e Senegal.
Já
cantou e encantou artistas como Michael Jackson, Linton Kesey Johnson, Paul
Simon, Zigg Marley, Julian Marley, Alpha
Blondy, Salif Keita Bjork, Ray Lema, The
Platters, Gal Costa, Caetano Veloso, Xuxa, Ivete, Cidade Negra, Caetano, Gil,
Tim Maia, Jorge Ben, Elba Ramalho, Daniela Mercury e Carlinhos Brown.
Conquistou títulos como de Torcida Oficial da Copa do Mundo e os
percussionistas já estiveram em duas aberturas de jogos mundiais.
Desta
forma em 2016, com a raça, a força e a luz do povo brasileiro, o Afro do
Pelourinho vai se apresentar no carnaval vestindo- se de Brasil com raízes do
passado, do presente e construindo o futuro. O Olodum afro, amerindio, europeu,
indígena, cangaceiro, quilombola, cotista, diverso, religioso, plural, e
símbolo das liberdades, vai subir o Pelourinho com o canto da Bahia e do Brasil
Olodum
A nova
tenda dos Milagres
Viva O
povo Brasileiro.
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