quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Agnes Nunes é a capa edição Setembro da Glamour



Glamour: De que maneira você acha que os lugares em que viveu influenciaram seu trabalho e sua sensibilidade artística?

Agnes Nunes Eu cresci no sertão da Paraíba, um lugar de muita seca e muita fome, mas a gente não desistia. Acho que o sertão me ensinou a ser forte e acreditar no dia de amanhã. Ver que hoje está seco, mas que amanhã pode vir uma chuva para deixar a plantação verdinha. Eu lembro da minha avó falar para mim: "Mantenha o sertão dentro de você porque o sertanejo é um bicho forte". Eu me sinto muito orgulhosa de ser sertaneja, paraibana, nordestina, de ser mulher, de ser preta. E eu sempre vou me orgulhar dessa força e esperança, desse saber que amanhã pode ser um novo dia. Eu vou construindo as coisas aos poucos. Eu sou pequenininha, mas meus sonhos são muito grandes. Quero ganhar meu Grammy, ter minha casa, minha família. Quero o futuro mais lindo.


Glamour: Por que você gosta de escrever e cantar sobre o amor? O que te impulsiona a abordar esse tema em suas músicas?

Agnes Nunes: Eu sou o amor em pessoa. Não que eu não me zangue às vezes. Eu sou ariana, né? Sol em Áries com ascendente em Áries. Mas eu sou puro amor e gosto de ver as pessoas se apaixonando, aprendendo com a dor do amor, o que é muito importante também. Sempre vai existir alguém amando ou alguém sofrendo por amor. As pessoas se conectam com isso. Fui criada com afeto por duas mulheres fortes, minha mãe e minha avó, por isso vou falar do que os sentimentos ensinam, o que trazem, o que levam — sem romantizar, sem positividade tóxica. Eu gosto de dar amor às pessoas.


Glamour: Como você lida com dias em que não está se sentindo tão bem consigo mesma?


Agnes Nunes: Tem dias em que a gente não está bem e não quer se ver no espelho, e tudo bem. A gente tem que dar tempo ao tempo, se permitir ficar no casulo, se dar um carinho. Mas tem dias em que é importante olhar para o céu. A primeira coisa que eu faço todos os dias é abrir minha janela e admirar o Sol. Eu amo o Sol. E respiro fundo 25 vezes, bem devagar.


 


Créditos das fotos: Mylena Saza

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