A
chegada do mês de dezembro traz consigo um clima de festividade e, para as
crianças, também é sinônimo de presentes. A época também é importante para o
comércio nacional, tendo em vista que a data é a de maior expectativa para
faturamento do setor. No entanto, de acordo com a Confederação Nacional do
Comércio (CNC), em 2015, as vendas devem cair 4,8% em comparação com 2014, e o
faturamento será, em média, R$ 31,76 bilhões.
Mesmo
com perspectiva de retração no setor, a data representa um alto índice de
vendas de produtos direcionados ao público infantil. Pesquisas divulgadas nos
últimos anos pelo TNS/InterScience revelam que as crianças são responsáveis por
80% das decisões de compra nas suas casas. Um número elevado e que gera
preocupação, já que esse comportamento pode desencadear um consumismo infantil
desenfreado e com consequências para o desenvolvimento da criança.
“Os
prejuízos para essas crianças serão percebidos no modo de agir, no modo de se
comportar frente ao consumo exagerado. Podendo então, tornarem-se consumistas e
empobrecidas de cultura. Pessoas materialistas e com poucos valores”, explica o
psicólogo do Hapvida Saúde, André Assunção.
De
acordo com o especialista, nessa época do ano os estímulos externos, como
comerciais e propagandas na TV e internet, influenciam o consumo das crianças.
“Porém, há influência dos próprios pais e parentes sobre a oferta desses
presentes, que acabam despertando o interesse delas em gastar sem pensar no
orçamento”, afirma.
Por
causa disso, cabe aos pais a orientação nesse momento. Segundo Mara Nogueira,
coordenadora pedagógica da Prime’s Cool, a família, é principal responsável
pelo controle desse comportamento, dando a palavra final e explicando os
motivos de uma resposta negativa. “É dentro de casa que a criança começa a
entender as questões de ter e ser, por isso, os pais precisam trabalhar os
conceitos de compartilhar, reaproveitar e que o filho não precisa de algo novo
sempre.”
De
acordo com Mara, a escola também pode ajudar com projetos de educação
financeira, noções de empreendedorismo e autoavaliação, pois sem essa
consciência “a criança pode se tornar manipuladora, quando não atendida, frustrada,
gerando um entendimento de que ela precisa ter algo para ser feliz”, finaliza.
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