O webinar “Cenário Econômico Brasileiro: Perspectivas e Oportunidades”, reuniu nomes renomados do mercado financeiro: Pedro Calhman de Miranda, secretário de política econômica da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia; Oscar Decotelli, diretor administrativo e CEO da DXA Invest; e Alberto Ramos, diretor administrativo da Goldman Sachs.
Mediado por Paulo Vieira da Cunha, sócio da Verbank Consulting LLP, ex vice-governador do Centro Banco do Brasil, o evento apresentou os pontos de vista dos palestrantes sobre o cenário econômico em 2022-2023, bem como os desafios que o novo presidente eleito enfrentará na sua administração, e as implicações e oportunidades para os investidores domésticos e internacionais.
De acordo com Paulo Vieira, não podemos ignorar o momento crítico que o país está passando. A partir de uma perspectiva econômica, é muito claro que a guerra na Ucrânia e essas incertezas do futuro, vão trazer uma preocupação inusitada, e do ponto de vista de investimento, o resultado eleitoral de outubro poderá fazer uma grande alteração de cenário em relação ao que acontece nas regras fiscais e tributação.
O país teve uma queda significativa na renda per capita nos últimos anos e atualmente possui baixas taxas de investimento, representando apenas 5% do nosso PIB. Essa pequena taxa está relacionada com as incertezas da associação fiscal, e as medidas tomadas pelos governantes para o orçamento e receitas para conter a inflação.
“Se tivermos 0,5% de crescimento do PIB, ainda sim existe a oportunidade para encontrarmos eficiência e novas oportunidades para empresas americanas. Por isso, acredito que existe uma possibilidade enorme de promover mais relações entre Brasil e Estados Unidos, parceiros tão importantes há vários anos”, completou Sueli Bonaparte.
O Banco Central tomou medidas que começam a ser sentidas, mas não existe certeza de que a inflação será contida, e isso afeta os eleitores à medida que se aproxima das eleições. Os mercados de capitais dos EUA estão aquecidos e o mundo também tem expectativa dessa nova fase da infraestrutura no Brasil, mas o quadro do momento é de incerteza, apesar da grande oportunidade que o Brasil tem em enfrentar esse desafio a curto prazo.
Para Pedro Calhman, o Brasil se recuperou na economia após esse período do Covid-19, ainda que tenha tido problemas que afetaram o desemprego e o mercado econômico. “Projetamos crescimento de 5% em 2022, e 2,5% em 2023”.
No primeiro trimestre a economia brasileira cresceu 1% – resultado acumulado de 4%. Houveram expressivas recuperações no setor de serviços: investimentos; setor de máquinas e equipamentos; setor agrícola e de mão de obra, sendo o maior desde 2016.
Essa melhora vai de encontro com a melhor distribuição dos gastos do governo e os esforços em reduzir impostos, os custos de transporte, e a redução temporário de produtos que foram afetados pela economia global de fornecimento.
O crescimento sustentável a longo prazo também passa pelas mudanças estruturais apresentadas pelo governo e pelas parcerias públicas privadas que permitem maior caixa e criação de investimentos em infraestrutura.
Soma-se isso às diversas reformas de legislações e de capital de crédito dos setores produtivos para beneficiar empreendedores de pequenas e médias empresas.
“Apesar do progresso alcançado, o congresso está analisando uma série de medidas que pode deixar uma herança negativa para a próxima administração. Esse problema na área fiscal foi um problema sério no Brasil e que de uma certa forma assusta ou afasta potenciais investidores, principalmente no nosso mercado de valores” finaliza Calhman.
Tony Volpon, Oscar Decotelli e Alberto Ramos discorreram e concordaram sobre o quadro desafiador da macroeconomia do Brasil, e o quadro agravado pelos problemas globais e endêmicos, e o baixo crescimento do PIB local em comparação a outros países.
A inflação alta acaba gerando o acúmulo de demandas e suprimentos, e ofertas disponíveis, que podem desencadear o custo de vida até 2023. O potencial de baixo crescimento a longo prazo e a política restritiva do Banco Central afeta ainda mais o desempenho da economia e a baixa em investimentos e estrutura.
De acordo com os palestrantes, será importante o novo presidente saber lidar com a alocação de recursos e o destino das receitas junto aos ajustes fiscais necessários e a mentalidade na competitividade à inflação.
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