Se transformou em um disco inédito, o projeto Mapeando Pernambuco, do músico e produtor musical Benke Ferraz (Boogarins). O álbum surgiu após a realização de uma série de oficinas de produção musical gratuitas, onde o guitarrista abriu inscrições para novos artistas do estado, no intuito de gerar colaborações entre nomes conhecidos e revelações do que está por vir na cena musical de Pernambuco. O disco foi lançado nesta quinta-feira (06) em diversas plataformas musicais. O músico Tagore e a cantora Marília Parente são alguns dos nomes presentes no projeto que conta ainda, com artistas de Recife, Paulista, Santa Cruz e Caruaru.
“Todas canções foram criadas colaborativamente por músicos e
musicistas pernambucanos que se inscreveram para as oficinas realizadas entre
março e abril”, explica Benke Ferraz. “Para além dos inscritos, convidei
diretamente dois artistas que admiro e com quem já havia trabalhado
anteriormente: a cantora Marília Parente que trouxe pra gente um repente
futurista, nomeado “Fim da Eternidade” inspirado nas ficções científicas de
Isaac Asimov e Tagore Suassuna que criou os versos de “Não Cai de Medo” de
improviso logo após ouvir os acordes dedilhados no violão.”
Com realização através da Lei Aldir Blanc, o disco foi
inteiramente concebido a partir dos sons enviados pelos inscritos, alguns foram
inteiramente gravados com celular. O processo de arranjo se deu abertamente,
com Benke garimpando os áudios e iniciando as canções junto com os
participantes. Mais de 15 ideias de canções foram iniciadas e trabalhadas até
chegarem nas 8 faixas finais.
O principal foco do projeto é mostrar na prática, os vários
formatos de produzir música. "Tivemos faixas bem experimentais, ruidosas
até outras bem melodiosas que se encaixam facilmente no formato mais
tradicional de canção", comenta o produtor Benke Ferraz. “O processo foi o
mais aberto possível, todos podiam ir opinando e me ajudando a direcionar os
rumos das músicas. Em alguns momentos até fomos no Youtube samplear sons de
músicas conhecidas ou de instrumentos exóticos, como a Table Indiana que
aparece ali em “Smokin Jazz”. A ideia foi do Júlio Cesar da banda
Travadores", completa Benke.
Júlio toca na banda Travadores, de Recife e além de ter
mandado as guitarras que iniciaram a faixa de abertura “Mapeando.exe”, também
colaborou tocando sintetizadores pras faixas de outros participantes e propondo
samples que foram usados em outras faixas.
Victor de Lima, de Jaboatão, viu na oficina uma oportunidade
para começar a gravar a si mesmo, uma vez que com a pandemia, ficou
impossibilitado de tocar sua Rabeca ao vivo, como sempre fez. A partir de duas
melodias, que Victor gravou com celular, Benke criou a batida de “Smokin Jazz”
que mais tarde ganharia versos em inglês criados pela artista Soul Nascimento,
que é de Paulista.
Manoel Malaquias, baterista da banda OQuartinho e produtor
do selo recifense Mormaço Records, trouxe em seus áudios de celular, o violão,
a escaleta e dois grooves de bateria que misturava afrobeat e a ciranda
pernambucana. Além disso captou também cânticos de um ritual da planta sagrada
ancestral Jurema. Tudo isso depois de editado se tornou a base instrumental da
canção “Encanto Pernambucano”, que inspirou
Gabriel Chagas a criar refrões calcados no MangueBeat.
Outro destaque do disco é a canção “Refém”, primeira faixa
do projeto que teve um caráter mais de canção, com letras e vocais gravados por
Dimitria Lins, cantora da banda Surt, que faz um rock com bastante peso. A
faixa começou a partir de um violão gravado por Diogo Neves, aluno do curso de
produção fonográfica da AESO, que depois de ver o arranjo crescer com a
produção de Benke e as vozes de Dimitria, adicionou novas camadas de guitarras.
Diogo, junto de Matheus Dalia, foram os músicos que
colaboraram em mais faixas, trazendo seus toques para outras canções além das
que foram iniciadas a partir de suas ideias. Matheus enviou primeiramente os
áudios que criaram guitarras a base de “dale, Dalia”, mas também tocou baixo na
“Refém” além de tocar as linhas que guiam o funk da “Headshot PE”,
complementando guitarras de Diogo e a bateria de Caio Wallerstein.
Caio, que é produtor do programa Pedrada da rádio Frei
Caneca e também baterista da banda Guma - uma das revelações da nova cena
pernambucana contribuiu com baterias gravadas com seu celular, utilizadas na
faixa de abertura “Mapeando.Exe” e na de encerramento “Headshot PE”.
SERVIÇO:
MANGUE BEAT, CIRANDA E O CANTO DA JUREMA PRESENTES EM DISCO
QUE FAZ MAPA DE PERNAMBUCO ATRAVÉS DA MÚSICA
Link para audição: https://linktr.ee/mapeando.pernambuco.
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