A quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus vem
aumentando os casos da tracional dor nas costas, mal que segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), deve atingir cerca de 80% da população mundial. Como
foi o caso do cantor Wesley Safadão que teve uma forte dor nas costas e
precisou ser atendido por especialistas durante a live que participou no último
domingo (12).
Porém, um fato que preocupa os médicos é o crescimento do
número de crianças e adolescentes afetados por dores nas costas. Os motivos
para esse aumento nos números vão desde a falta de exercício, até a má postura
na hora de trabalhar. Entretanto é a falta de mobilidade é a grande vilã nessa
história.
O fisioterapeuta e proprietário da Clínica Cuidar, Alan
Dantas, explica que as pessoas por estarem mais restritas em domicílio, mesmo
que praticando exercícios em casa, se
movimentam pouco e com isso o corpo fica mais enrijecido, e tende a perder sua capacidade de se
mobilizar. A brusca redução das
atividades favorecem ao enrijecimento do corpo e redução da mobilidade geral do
corpo e assim a perda da mobilidade gera uma adaptação e quando menos esperamos
a dor surge. A sensação é de exigir mais que nosso corpo pode oferecer na
naquele momento somos capazes de tolerar.
“O paciente não tem mobilidade e quando precisa usufruir um
pouco mais dessa flexibilidade natural que o corpo tinha, o músculo entende que
foi exigido demais dele por estar enrijecido e, como defesa, trava” explica
Alan.
A boa notícia é que pequenas mudanças já ajudam a prevenir e
aliviar os sintomas, como alongamento, cuidado ao deitar e ao levantar, postura
correta para pegar e carregar pesos, e o mais importante de todos, o exercício.
O exercício não é só para fortalecer o músculo afirma Alan,
“estudos comprovam que músculo forte não é garantia de coluna protegida, na
verdade o que garante uma melhor saúde da coluna é a mobilidade. Por isso
sempre buscamos oferecer ao paciente maneira que ele possa se mover com a
amplitude de movimentos que nosso corpo tem sem sofrer com dores”.
O aumento no número de casos de dores nas costa na
quarentena é justamente por essa falta de mobilidade. “Um trabalhador
administrativo que fica sempre sentado, sem se mover muito e com uma frequência
respiratória mais baixa, acaba que seu
sistema muscular adota aquele ritmo como sendo o normal e quando, de
repente, resolve varrer a casa, levantar um sofá, ou até fazer um exercício a coluna
trava por ter exigido demasiadamente do corpo antes de ter sido feito um
preparo para a realização dessas atividades”, explica Alan.
A falta de mobilidade também é um dos fatores que vem
causando o crescimento dos problemas de dores nas costas em crianças e
adolescentes. As crianças, antes dos
tablets e video games, corriam na rua, pulavam corda, andavam de bicicleta, o
que lhes dava uma maior mobilidade. Com a chegada e popularização dos
computadores, tablets, celulares, videogames e netflix as crianças não se
movimentam mais como antes.
Alan ainda ratifica que os grandes vilões que podem estar
tornando os seres humanos mais sedentários são justamente os avanços das
tecnologias que cada vez mais oferecem para as pessoas o que elas necessitam
sem grandes esforços.
Um exemplo disso são as casas inteligentes, que permitem que
o morador abra a janela, acenda a luz, feche a cortina ou limpe o chão, com
apenas alguns toques no controle sem precisar sair do sofá para isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário