segunda-feira, 20 de abril de 2015

Brasil mostra tua cara! Sou Olodum, quem tu és?

O Olodum em 2016 fala mais uma vez de igualdade. Depois de associar realidades de países africanos à brasileira em temas anteriores, o bloco do Pelourinho volta a falar do país onde nasceu. Com o tema “Brasil mostra tua cara! Sou Olodum, quem tu és?", o grupo apresenta a história do povo negro e do legado civilizatório que consolidou e aprofundou as raízes do Brasil.


Os Deuses, as divindades, as tribos, as nações africanas, as religiosidades, as lideranças negras brasileiras, africanas e da diáspora, são componentes indissociáveis da cultura  e da formação do Brasil; do Oiapoque ao Chuí, do Cabo Branco na Paraíba às fronteiras do Acre com o Peru, o povo e a história do país serão apresentados no Carnaval do ano que vem. Compreendendo que o Brasil passa por mais um processo de profundas transformações, o bloco também falará dos protestos e mobilizações  da população, entendendo-os como algo que deve fortalecer a nossa jovem Democracia, desde que o pano de fundo de tudo o que está acontecendo seja a luta irrestrita pela igualdade e contra todas as formas de intolerância.



“Para o Olodum que sempre participou dos movimentos sociais ao longo de sua história e que vem, sistematicamente, resistindo e lutando por um país justo, mais igual e acima de tudo clamando pela paz, este é o momento de aprofunda o nosso olhar para dentro do nosso país, inclusive para a atual crise de valores, princípios éticos e políticos que corroem e promove as desigualdades”, revela João Jorge, Presidente do Bloco Olodum.



No próximo carnaval o Olodum vai para ruas resgatando histórias de resistência, de luta e da construção do povo negro, indígena, mestiço e brancos comprometidos com uma verdadeira transformação social em um dos países com mais diversidade no Mundo.



História - O grupo surgiu  em 25 de abril de 1979 entre os amigos Carlos Alberto Conceição, Geraldo Miranda, José Luiz Souza Máximo, José Carlos Conceição, Antônio Jorge Souza Almeida, Edson Santos da Cruz e Francisco Carlos Souza Almeida. O que era para ser uma opção de lazer momentânea para os moradores do Maciel-Pelourinho ganhou todo o mundo.



A palavra Olodum é de origem Yorubana, idioma falado pelos Yorubás vindos da Nigéria  para a Bahia em séculos passados. A palavra completa é Olodumaré – o Deus criador, o Senhor do universo e representa no Candomblé um princípio vital, a Suprema Ordem Fundamental.



O grupo ganhou sonoridades diferentes, transformou a musicalidade africana e caribenha, calcada na percussão fazendo uma leitura própria dos diversos estilos de musica já consagradas na Bahia e no Brasil, como o Ijexá,  Samba, Alujá, Reggae e Forró. Se transformou numa expressão viva do samba-reggae, ritmo imortalizado por Neguinho do Samba e daí em diante, o que era apenas um sonho, virou realidade. O Olodum conquistou o mercado musical e se transformou numa das bandas percussivas de maior sucesso no Brasil e no mundo.



As cores que representam a banda também não foram escolhidas ao acaso. Todas juntas formam a base do Pan-Africanismo, Rastafarianismo e do Movimento Reggae. São as cores internacionais da diáspora africana e constituem uma identidade internacional contra o racismo e a favor dos povos descendentes da África. O verde, as florestas equatoriais da África. O vermelho, o sangue da raça negra. O amarelo, o ouro da África (maior produtor mundial). O preto, o orgulho da raça negra. O branco, a paz mundial.



A banda Olodum já percorreu 37 países como: França, Estados Unidos, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, Suíça, Escócia, Noruega, Dinamarca, Inglaterra, Pais de Gales, Martinica, Africa do Sul, Argentina, Espanha, Eslovênia, Canadá, Japão, Chile, Escócia, Cuba, Angola,l Ilha da Reunião, Guiana Francesa, Guiana e Benin, Portugal, Irlanda, Irlanda do Norte, Turquia, Israel, Finlândia, México, Venezuela, Austrália,  Coréia e Senegal.



Já cantou e encantou artistas como Michael Jackson, Linton Kesey Johnson, Paul Simon, Zigg Marley, Julian Marley,  Alpha Blondy, Salif Keita  Bjork, Ray Lema, The Platters, Gal Costa, Caetano Veloso, Xuxa, Ivete, Cidade Negra, Caetano, Gil, Tim Maia, Jorge Ben, Elba Ramalho, Daniela Mercury e Carlinhos Brown. Conquistou títulos como de Torcida Oficial da Copa do Mundo e os percussionistas já estiveram em duas aberturas de jogos mundiais.



Desta forma em 2016, com a raça, a força e a luz do povo brasileiro, o Afro do Pelourinho vai se apresentar no carnaval vestindo- se de Brasil com raízes do passado, do presente e construindo o futuro. O Olodum afro, amerindio, europeu, indígena, cangaceiro, quilombola, cotista, diverso, religioso, plural, e símbolo das liberdades, vai subir o Pelourinho com o canto da Bahia e do Brasil 

Olodum 
A nova tenda dos Milagres 
Viva O povo Brasileiro.

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