sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Festival de Cinema Brasileiro chega à 14ª edição na Rússia em novembro em três cidades



Um dos maiores e mais tradicionais eventos culturais do Brasil na Rússia, o Festival de Cinema Brasileiro chega à sua 14ª edição em novembro em três cidades: Nizhny Novgorod, que recebe o evento pela primeira vez, de 9 a 12 de novembro, São Petersburgo, de 16 a 20, e Moscou, onde foi realizado o primeiro festival, em 2008, de 20 a 24.

Idealizado e produzido pela Linhas Produções Culturais com o apoio da Embaixada do Brasil em Moscou, o festival vai reunir 8 filmes contemporâneos entre romances, dramas, biografias, comédias e documentários, todos com imenso sucesso de público e de crítica, incluindo várias premiações. Desde 2008, o festival já levou para as salas de cinema na Rússia mais de 50 mil pessoas;


 


O filme de abertura nas cidades é Pureza, de Renato Barbieri, que mostra a busca desesperada de uma mãe pelo filho que saiu para trabalhar em um garimpo na Amazônia e não mais deu notícias. Pureza percorre cidades, entra em fazendas e descobre um sistema cruel de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais. Inspirado na história verídica de Pureza Lopes Loyola, cuja luta inspirou a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, a primeira ação da história do Brasil de combate ao trabalho escravo em todo o território nacional. O filme venceu diversos festivais internacionais.


 


O festival também traz entre suas principais atrações o documentário Elis & Tom – Só tinha de ser com você, de Roberto de Oliveira. O maestro e compositor Tom Jobim foi um dos maiores gênios da música mundial, famoso pela parceria com Vinicius de Moraes em “Garota de Ipanema”. Elis Regina foi uma das maiores intérpretes da música brasileira. O documentário mostra os bastidores da gravação do álbum da dupla, gravado em Los Angeles, em 1974 – um material que estava inédito até este ano.


 


Outro filme que traz a música como foco é Pixinguinha, de Denise Saraceni e Allan Fiterman, obra biográfica sobre a vida e a obra de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, um dos artistas mais admirados do Brasil no século 20. O longa retrata momentos marcantes de sua vida, do início de sua carreira aos 14 anos, a temporada em Paris com o seu grupo e sua relação com a esposa, além de sua influência no ritmo choro na música brasileira.


 


Outro destaque é o romance Eduardo e Mônica. O filme é baseado na música, de mesmo nome, de uma banda de rock brasileira que embalou muitas gerações a partir dos anos 80. Dirigido por René Sampaio, Eduardo e Mônica mostra o romance de um casal muito diferente, mas que nasceu um para o outro para emocionar as pessoas de todas as idades. Eles se apaixonam perdidamente apesar das diferenças culturais, de idade e até de gostos. O filme, que já venceu festivais internacionais, tem como protagonista a atriz Alice Braga - também famosa pela atuação em Hollywood em filmes como Elysium, com Matt Damon e Jodie Foster, e Eu Sou a Lenda, com Will Smith -, e Gabriel Leone, jovem revelação do cinema brasileiro.


 


Para os admiradores da capoeira, o festival traz o documentário Môa - Raiz Afro Mãe, sobre a vida e a trajetória do artista, músico e mestre capoeirista Môa do Katendê, símbolo de resistência cultural – considerado um dos responsáveis pela revolução do carnaval baiano com a ascensão dos blocos de origem africana, além de um dos maiores incentivadores da capoeira no Brasil e no mundo. Completam o festival os filmes As Verdades, drama de ficção de José Eduardo Belmonte, a comédia Desapega, de Hsu Chien, a comédia dramática Depois a louca sou eu, de Julia Rezende


 


Para o embaixador do Brasil em Moscou, Rodrigo Baena Soares, é excelente abrir novas portas na Rússia para a exibição do festival que já se tornou um ícone da cultura brasileira no país, onde é esperado com ansiedade pelo público local todos os anos. “Percebemos uma identificação muito grande dos russos por nossa cultura, nossa música, nossas artes. E o cinema, acredito, é uma das melhores formas de conhecer nosso país, uma vez que reúne várias artes em uma só, com filmes dos mais diversos gêneros”, afirma.


 


Para Fernanda Bulhões, diretora da Linhas Produções Culturais, é sempre um motivo de muita alegria voltar à Rússia para realizar o festival, principalmente peça empatia do público local pela cultura brasileira e pelo cinema em especial. “Desde 2008, nosso objetivo é trazer ao público russo os melhores e mais recentes filmes do Brasil, muitos deles premiados internacionalmente. Levamos sempre uma pequena mostra de nossa diversidade cultural, social, antropológica, artística. Tudo isso refletido em documentários, dramas, comédias, histórias que emocionam, que fazem rir e chorar. É sempre uma momento de muita felicidade encontrar nossos amigos, nosso público, em Moscou e S. Petersburgo, mas estar pela primeira vez em Nizhny Novgorod é uma nova emoção e quero muito compartilhar esse sentimento com o público da cidade”, ressalta

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