Parentes das aranhas e dos carrapatos, os escorpiões são animais peçonhentos cuja picada pode causar sérios problemas à saúde. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2021, foram registrados mais de 154 mil acidentes por picada de escorpião no Brasil. A pasta alerta que não há evidências científicas de que tratamentos caseiros funcionem e diz que, em caso de picada, o paciente deve procurar atendimento médico imediato.
Algumas espécies de escorpião já estão fortemente adaptadas
ao ambiente urbano. Em caso recente registrado em Brasília, o menino Thomas
Caitano, de 2 anos, foi picado pelo animal enquanto dormia, em um apartamento
em Águas Claras. A criança permanece internada em estado grave, sem previsão de
alta, e a família pede doação de sangue do tipo A+.
O ministério reforça que, no verão, a atenção deve ser
redobrada por causa do clima úmido e quente.
Espécies
No Brasil, existem quatro principais espécies de escorpião:
escorpião-amarelo, encontrado em todas as regiões e o que mais preocupa, por
ser o mais venenoso; escorpião-marrom, encontrado na Bahia e em alguns locais
do Centro-Oeste, Sudeste e Sul; escorpião-amarelo-do-nordeste, mais comum no
Nordeste, com registros em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina; e
escorpião-preto-da-amazônia, principal causador de acidentes e mortes na Região
Norte e em Mato Grosso.
Sinais e sintomas
De acordo com o ministério, quando a pessoa é picada por
escorpião, a dor é imediata em praticamente todos os casos. Há ainda sensação
de formigamento, vermelhidão e suor no local. Após alguns minutos ou horas,
principalmente em crianças, que são mais vulneráveis ao veneno, podem aparecer
sintomas como tremores, náuseas, vômitos, agitação incomum, produção excessiva
de saliva e hipertensão.
A pasta destacou que todos os escorpiões são venenosos e diz
que os riscos aumentam de acordo com a quantidade de veneno injetado e em quão
nocivo o veneno de cada espécie é para o corpo humano. Os casos leves, que não
necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de
acidentes.
O soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos
hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Prevenção
Os escorpiões que habitam no meio urbano alimentam-se
principalmente de baratas e são comuns em locais onde há acúmulo de lixo. São
animais que não atacam, mas se defendem quando ameaçados. Segundo o ministério,
para evitar encontros indesejados, é importante manter sacos de lixo bem
fechados, jardins e quintais limpos e evitar acúmulo de entulho, folhas secas,
lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências.
Em casas e apartamentos, é importante usar soleiras nas
portas e janelas; telas em ralos do chão, pias e tanques; afastar camas e
berços das paredes; evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão e
manter o gramado aparado. Outra recomendação é não colocar a mão em buracos,
embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e botas de raspas de
couro para realizar atividades que representem certo risco, como manusear
entulho e material de construção.
Nas áreas rurais, além de todas essas medidas, é essencial
preservar os chamados inimigos naturais dos escorpiões: lagartos, sapos e aves
de hábitos noturnos, como corujas.
“O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de
produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Esses produtos,
além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do
animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos,
aumentando o risco de acidentes.”
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário