O jornalista Pedro Só, faz um perfeito raio X sobre Leo Jaime e sua representatividade no rock nacional.
- Não basta ser um dos melhores compositores do rock e do pop brasileiro de todos os tempos, com uma reluzente penca de clássicos e hits inoxidáveis. Leo Jaime é também um showman como poucos, pouquíssimos no país. Carisma, presença, senso de humor, interações com a plateia cheias de ótimas tiradas... E, claro, canta, afinadíssimo, toca guitarra e dança. Dança pra caramba – não por acaso venceu o quadro “Dança dos Famosos”, do programa “Domingão do Faustão”, em dezembro de 2018, ao lado da bailarina e professora Larissa Parison, empolgando e emocionando públicos de todas as idades.
Esse talento, antes pouco conhecido - ainda que exibido em moldura luxuosa em musicais como “Vitor ou Vitória”, ao lado de Marília Pêra e Drica Moraes -, não tinha como não entrar na receita do show. Na receita e na essência.
“Dance Comigo”, o nome entrega e convida, é para ser assistido e dançado. Larissa Parison faz algumas entradas, brilha solo e com seu partner Leo, e em dado momento atua como “regente’ da banda. Vale por um “quem sabe faz ao vivo” para todos os que acompanharam pela TV, e torceram por eles dois durante quatro meses no “Domingão”. Pra quem não viu, é a hora de constatar que, sim, é tudo isso, o cara é bom mesmo.
O repertório é rock’n’roll em mais de um sentido. Porque rock’n’roll, desde seus primórdios, é uma dança, com passos que evoluíram e geraram um estilo chamado acrobatic rock’n’roll. E porque rock’n’roll também pode ser uma mistura salutarmente inclusiva, onde cabem outros gêneros, ritmos e misturas.
Da introdução, com “Misrlou”, clássico da surf music na versão de Dick Dale (recuperada pela trilha do filme “Pulp Fiction”) emendada em “Eu Vou Comer a Madonna”, até o final (sem spoilers, OK?), o viés dançante domina o set. Os sucessos estão todos no roteiro, a começar por um raro, que Leo não se lembra de ter cantado em shows próprios, o impagável e histórico “Rock da Cachorra”. Tem também “Johnny Love”, composição de Alec e Yan, do Metrô, com o saudoso Joe Euthanazia (1955-1989), feita para a trilha de “Rock Estrela” em homenagem ao ídolo roqueiro francês Johnny Hallyday (1943-2017), em arranjo novo, surpreendente.
Com a experiência de quem canta profissionalmente há quase quatro décadas, Leo enfileira hits como “As Sete Vampiras”, “A Fórmula do Amor”, “Conquistador Barato”, “Mensagem de Amor”, “Gatinha Manhosa”, “A Vida Não Presta”, a genial “O Pobre” (parceria com Herbert Vianna)... E mais algumas que, lá em casa, pelo menos, sempre foram clássicas, como “É, eu sei” e “Sônia” (“Sunny”), lá do primeiro disco, ou ainda “Hot Dog” (“Hound Dog”), que Angela Ro Ro lançou em 1984 e cantou nos shows por décadas, e que Leo gravou com Cazuza. “Exagerado”, escrita pelo parceiro e parça Leoni (com que Leo tem se apresentando em dupla, Leoni & Leonardo) junto com Ezequiel Neves e Cazuza) também não poderia faltar. O velho amigo que Leo indicou para o Barão Vermelho, lá nos primórdios, também é homenageado com uma versão de “Preciso Dizer Que Te Amo”, linda parceria dele, Cazuza, com Bebel Gilberto e Dé.
O clima dançante comporta medleys, mashups, colagens e citações, em combinações inusitadas: é um trecho do classic rock “Sunshine of Your Love” (Cream) en “Ilegal, Imoral ou Engorda”, um pedaço de “Back on the chain gang” (Pretenders) em “Nada Mudou”, “Come As You Are” (Nirvana) colado em “Rock Estrela”...
As covers escolhidas revivem o melhor dos anos 1980 (sem nostalgia de timbres), a partir do hino “Geração Coca-Cola” (Legião Urbana) e das irretocáveis “Should I Stay or Should I Go?” (do Clash) e “Boys don’t Cry” (Cure).
A embocadura da banda é roqueira, mas não se prende a preconceitos. A guitarra é de Caio Barreto, os teclados são de João Pompeo, bateria e programações ficam a cargo de Alex Fonseca, e o baixo é de Jorge Aílton, garantia de suingue.
Por essas e outras é que Leo recupera neste show uma pérola que tocava lá no comecinho da carreira como cantor, em 1981, na banda Nota Vermelha (que tinha Fábio Fonseca e os backing vocals de Fernanda Abreu, posteriormente convidada para dar identidade importante à Blitz): “Miss You”, dos Rolling Stones, na época ainda vista por roqueiros e críticos como um desvio “discothèque” da turma de Mick Jagger.
Capaz de se reinventar inúmeras vezes ao longo da carreira (como ator, apresentador, ator, hitmaker, escritor, pai palestrante), ele lembra que conheceu Fernanda Abreu e a trouxe para a música a partir do contato como colega das aulas de balé que fazia na Academia Tatiana Leskova, em Copacabana. A verdade é que Leo Jaime sempre soube dançar para não dançar. Bora aprender – e se divertir – com ele.
Leo Jaime será acompanhado por Alex Fonseca (bateria), Caio Barreto (guitarra), Jorge Ailton (baixo) e João Pompeo (teclado).
TIM, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria do Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, apresentam: TIM Music Noites Cariocas.
O TIM Music Noites Cariocas cumprirá todos os protocolos de segurança necessários contra a Covid 19 determinados pelas autoridades competentes.
SERVIÇO
TIM Music Noites Cariocas
Local: Bondinho Pão de Açúcar
Endereço: Av. Pasteur, 520 - Urca, Rio de Janeiro - RJ, 22290-240
Site: www.timmusicnoitescariocas.com.br
Venda: Lojas TIM (Botafogo Praia Shopping, Rio Sul, Shopping Leblon, New York City Center, Nova América e Norte Shopping)
Ingressos a partir de R$ 120 (meia)
Possui Acessibilidade
Capacidade: 2000
Idade mínima: 18 anos
Datas: 18/03, 19/03, 25/03, 26/03, 01/04, 02/04, 08/04 e 09/04.
Abertura do bondinho: às 21h
Nenhum comentário:
Postar um comentário