“Caetano é todo meu. Digo, meu favorito. E olha que tenho muitos preferidos! É que são muitos e grandes, tantos e diversos e imensos... Mas Caetano “é” eu. Uma escolha pessoal, biográfica. Então, quando ouço Arthur, com essa voz de Arthur, que é só dele, dizendo letras que conheço tanto, botando tudo no colo e me entregando de novo, recebo e me emociono, renovada”. – Zélia Duncan
Em voz e violão, o artista paraense percorre 50 anos de
música em 10 canções. O álbum reúne composições de Caetano Veloso de diferentes
épocas, que carregam em si aspectos fundadores deste país e tiveram papel
fundamental também na construção da poética de Arthur Nogueira, com lançamento
nas plataformas digitais em 16 de julho de 2021.
Prestes a lançar seu quinto álbum de composições inéditas, o
cantor e compositor Arthur Nogueira recebeu o convite do SESC RJ para fazer uma
live interpretando as canções de Caetano Veloso em voz e violão. O projeto
despertou o interesse do DJ Zé Pedro, proprietário e curador da gravadora Joia
Moderna, que provocou o paraense a registrar suas versões em estúdio. “Sucesso
Bendito”, música gravada por Maria Bethânia em 1984, é a faixa escolhida para
dar nome à homenagem de Arthur Nogueira ao artista brasileiro que mais o
inspira. Trata-se de um passeio pela obra excelsa e atemporal de Caetano Veloso
através da voz de um dos mais destacados compositores brasileiros contemporâneos.
Jogando luz no ofício de cantar, Arthur saúda a força
estranha que move o trabalho de todo artista, por meio de canções pouco
revisitadas, como “Pronta pra cantar”, composta para Maria Bethânia e lançada
por ela em dueto com Nina Simone em 1990, e “José”, lançada pelo próprio
Caetano em 1987. O repertório abarca ainda toda a dramaticidade do compositor
baiano mais apaixonado pelo cinema, com “Giulietta Masina” e “Drama”, e o
romantismo sui generis de “Menino Deus” e “Eu te amo”.
Produzido por Alexandre Fontanetti, o álbum foi gravado ao
vivo no estúdio Space Blues, em São Paulo, no dia 19 de junho de 2021. Para
captar o som de forma analógica, foram usados microfones valvulados e de fita
(Ribbon) para a voz e dois pares estéreo de condensadores para o violão, além
de pré-amplificadores valvulados dos anos 1960, das marcas Ampex e Altec, e o
clássico Neve 33135. Premiado no Grammy Latino pela Engenharia de Som dos
álbuns “APKÁ” (2019), de Céu, e “Jardim-Pomar” (2016), de Nando Reis e os
Infernais, Alexandre Fontanetti também produziu os discos “Rita Lee em Bossa
'n' Roll” (1991) e “Sem Destino” (2010), de Luiz Tatit.
Arthur Nogueira (Belém, 1988) é cantor, compositor e
produtor musical. Lançou quatro álbuns próprios e compôs para grandes vozes,
como Gal Costa e Fafá de Belém. Considerado o artista contemporâneo responsável
por "renovar a tradição dos poetas na canção brasileira" (O Globo),
sua música agrega, por exemplo, a poesia de Antonio Cicero, Adília Lopes
(Portugal) e Adonis (Síria). Dentre outros títulos, lançou os CDs: “Sem Medo
Nem Esperança” (2015) e “Rei Ninguém” (2017). Produziu os álbuns “Humana”
(2019), de Fafá de Belém, e "Só" (2020), de Adriana Calcanhotto.
Texto de Zélia Duncan
“Caetano é todo meu. Digo, meu favorito. E olha que tenho
muitos preferidos! É que são muitos e grandes, tantos e diversos e imensos...
Mas Caetano “é” eu. Uma escolha pessoal, biográfica. Então, quando ouço Arthur,
com essa voz de Arthur, que é só dele, dizendo letras que conheço tanto,
botando tudo no colo e me entregando de novo, recebo e me emociono, renovada.
O lugar essencial, minimalista, da voz com o violão – que é
a alma de tantos compositores –, nos silêncios de Arthur gritam o grito tão
docemente solitário e lindo desse cantor, que respira olhando para cima,
rezando pela chuva de canções que saiu de sua boca e sobre ela cairá de volta,
na forma de tantas vidas.
Não é fácil recantar canções, mas é tão necessário, quando
legítimo. Porque se não for, não é, não vale, não temos tempo a perder. Então,
é claro que Arthur Nogueira pode e deve cantar Caetano. Ele tem seus motivos e
essa sua voz tamanha, do tamanho singular que sempre vai ter a obra que o
inspirou”.
Repertório:
01 - Sucesso bendito (Caetano Veloso)
02 - Pronta pra cantar (Caetano Veloso)
03 - Drama (Caetano Veloso)
04 - Força estranha (Caetano Veloso)
05 - Eu te amo (Caetano Veloso)
06 - Giulietta Masina (Caetano Veloso)
07 - Tempestades solares (Caetano Veloso)
08 - Menino Deus (Caetano Veloso)
09 - Estou triste (Caetano Veloso)
10 - José (Caetano Veloso)
Ficha técnica:
Produzido por Alexandre Fontanetti
Concepção, voz, violão e arranjos: Arthur Nogueira
Consultoria artística: DJ Zé Pedro
Fotografia: Miro
Edição de moda: Paulo Martinez
Beleza: Silvana Gurgel
Design gráfico: Elisa Arruda
Gravadora: Joia Moderna
Captação de áudio, mixagem e masterização: Alexandre
Fontanetti.
Gravado ao vivo no estúdio Space Blues, em São Paulo, no dia 19 de junho de 2021.
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