A pandemia do novo coronavírus, além de ter ditado mudanças significativas na vida das pessoas, exerceu influência em todos os setores da economia, atingindo muitas empresas que não conseguiram se manter nesse período.
A dura realidade imposta pela pandemia também tem sido
diária na vida dos empreendedores LGBTQIA+ de Salvador, que tiveram que se
reinventar para sobreviver em meio a esse turbilhão que levou muitos
empresários a fecharem seus negócios.
Os desafios serão debatidos no Circuito de Arte LGBTQIA+ da
Bahia, na terça-feira (23), às 20h, no canal do Dois Terços no YouTube.
Moda, redes sociais, entre outros temas serão discutidos em
cada encontro, que trará também oportunidades de estimular novos
empreendimentos, como fizeram os irmão Júnior e Céu Rocha, que há seis anos
lançaram a marca Meninos Rei, com foco e determinação na construção de uma moda
feita para fortalecer a beleza e a força do negro.
Ao longo desses seis anos, a dupla ocupou espaços e vestiu
grandes nomes da música e da TV brasileira. As vendas são feitas diretamente no
Instagram, caminho encontrado por eles devido aos altos custos para se abrir um
espaço físico. Mas isso não desanimou os irmãos, que este ano vão estrear no
SPFW.
Quem também segue o ramo da moda é o jornalista Danúbio
Trindade, criador da Danúbio para Homens - marca de cuecas jockstraps que tem
feito muito sucesso no mercado, em especial no eixo Rio-São Paulo. Como a dupla
de irmãos Rocha, Danúbio não abriu um ponto físico. A solução encontrada foi
apelar à rede social do momento, o Instagram, mas enfrenta ainda os custos do
envio do material, que às vezes desestimula o cliente e onera a empresa. Mas
mesmo assim ele segue lançando novas coleções para apimentar as relações
homoafetivas.
Já a empresária Katarina Albatroz, que mantinha sua gráfica
em um edifício na Carlos Gomes, teve que fechar por causa do aluguel - que não
era barato - e passou a oferecer os serviços gráficos pelas redes sociais. Foi
necessário transferir a gráfica para a sua residência para se manter no
mercado. Hoje, ela divide com a companheira o gerenciamento das redes e as
criações de um número menor de serviços.
O Circuito de Arte LGBTQIA+ da Bahia conta com o apoio
financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e do Centro de
Culturas Populares e Identitárias (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir
Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do
Turismo, Governo Federal.
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