Uma falha de segurança afetou 50 milhões de contas do Facebook,
disse a rede social nesta sexta-feira, 28. Segundo a empresa, o problema
aconteceu devido a uma vulnerabilidade presente no código da plataforma, dentro
da função "Ver Como", que permite aos usuários verem como seus perfis
podem ser vistos por outras pessoas, que não são suas amigas na rede social. Em
um post publicado no blog oficial da empresa, Guy Rosen, vice-presidente de
gerenciamento de produto do Facebook, disse que os usuários que foram afetados
serão notificados pela empresa em seu feed de notícias.
Na mesma nota, Rosen disse que a empresa descobriu a falha
na última terça-feira, 25. Segundo o texto, invasores estavam utilizando a
falha no código para assumir as contas dos usuários Como medida de segurança, o
Facebook deslogou os 50 milhões de usuários afetados. Além disso, a rede também
desconectou outros 40 milhões de usuários que fizeram uso da função "Ver
Como" no último ano. Vale lembrar que hoje o Facebook tem mais de 2,3
bilhões de usuários ativos mensalmente.
A empresa acrescentou ainda que está no estágio inicial de
investigações e não sabe a origem e a identidade dos atacantes, mas já corrigiu
a falha e notificou a polícia. Segundo o Facebook, não é necessário mudar a
senha hoje utilizada na rede social, mas recomendou que os usuários ativem a
autenticação de dois fatores, tecnologia que pede a utilização de um segundo
dispositivo para entrar na plataforma. Além disso, acrescentou a rede, é
possível verificar na aba de segurança em quais dispositivos o usuário tem
sessões ativas - e, se houver algum acesso estranho, é viável
"derrubar" esse login.
Com a notícia, as ações do Facebook operavam em queda de
2,7% às 14h50 (horário de Brasília) na tarde desta sexta-feira. O presidente
executivo da empresa, Mark Zuckerberg, veio a público tentar acalmar os ânimos.
"Não sabemos se alguma das contas foi realmente mal utilizada", disse
Zuckerberg, em entrevista a jornalistas americanos. "Mas é claro que isso
pode mudar."
Preocupação
A brecha de segurança acontece seis meses depois do estopim
de uma das maiores crises da história do Facebook: em março, os jornais The New
York Times e The Observer publicaram reportagem denunciando que dados de pelo
menos 87 milhões de usuários do Facebook foram usados ilegalmente pela
consultoria política Cambridge Analytica, que participou da campanha de Donald
Trump à presidência americana, em 2016. A Cambridge Analytica obteve os dados a
partir do aplicativo This is your digital life, do pesquisador Aleksandr Kogan,
da Universidade de Cambridge.
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